Como fica

A configuração do parlamento na próxima legislatura

A bancada na Câmara saída das urnas tem a maioria esmagadora encalacrada no arco de aliança com o PCdoB do governador Flávio Dino. O partido comunista, aliás, está do mesmo tamanho do MDB sarneísta

No próximo dia 1º de fevereiro, o Congresso tomará posse com uma formação partidária completamente transformada em relação ao passado. Terá uma postura muito mais conservadora do que o Centrão de outros tempos. Maranhão, por seu lado, chega, pela primeira vez, desde a redemocratização, com três senadores fora do arco político comandado pela família Sarney, que não tem nenhum. Na Câmara, também, o MDB, controlado pelo senador João Alberto, encolheu para apenas dois deputados federais. De quebra, está mandando para casa os dois senadores João Alberto e Edison Lobão, ambos de futuro incerto nas próximas eleições.

A bancada na Câmara saída das urnas tem a maioria esmagadora encalacrada no arco de aliança com o PCdoB do governador Flávio Dino. O partido comunista, aliás, está do mesmo tamanho do MDB sarneísta, com dois deputados cada – João Marcelo e Hildo Rocha (MDB), e Márcio Jerry e Rubens Júnior (PCdoB). Como os dois grupos que se digladiam no Maranhão vão atuar na Câmara e no Senado, é a grande interrogação. Afinal, a guerrinha entre perdedores e vencedores das urnas permanece tão reversa quanto raivosa.

No Senado, o Maranhão não terá, no novo Senado, nenhum ex-governador. Quebrou uma longa tradição de quase 60 anos. Roberto Rocha foi eleito em 2014 sob o guarda-chuva de Flávio Dino e, em seguida, rompeu. Vai se encontrar com os flavistas Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS). Como o trio é representante do Estado, o que deve direcionar suas atuações é o interesse máximo do Maranhão, não a figura do governador Flávio Dino. Se houver maturidade e grandeza de espírito, Roberto Rocha e Dino podem até se reencontrar daqui para frente. A campanha acabou, e, em 2022, Dino não disputará mais o governo e Roberto Rocha pode tentar o que não conseguiu em 2018.

O Congresso de 2019 tem o PSL como dono da maior votação, 7,6 milhões, seguido do PT, com 6,1 milhões e maior bancada na Câmara. O MDB, do presidente Michel Temer, ficou em 9º lugar, com 2,8 milhões de votos, atrás de legendas pouco expressivas, como o PR, PSD, PP e PRB. Dos 35 partidos registrados no TSE, 14 não atingiram a cláusula de barreira e terão que se fundir ou permanecer, mas sem acesso aos fundos partidário e de campanha, muito menos, tempo de TV. O PCdoB, que atingiu os nove deputados federais, mas não obteve a distribuição por nove estados. Se funde com o PPL. Resultado dessa ópera. O Brasil terá a maior renovação no Congresso Nacional desde 1990, com ampla fragmentação partidária, movida a conservadorismo em relação aos valores, abrindo espaço para as bancadas informais, que continuam influentes no parlamento. O novo Centrão.

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