O discurso do presidente Lula na ONU
Aureliano Neto
Estamos num processo que se supõe ser eleitoral, cuja finalidade é eleger prefeitos dos municípios do Brasil e representantes do povo para compor as câmaras municipais e atuarem na defesa especifica, constitucional, obrigatória e ética dos interesses da cidadania que faz parte da municipalidade brasileira. Em que pesem a força e o poder das motivações eleitorais, que deveriam ser objeto de debates sérios, consistentes, dos quais o eleitor ou eleitora pudessem deduzir qual o candidato constitui a opção mais acertada a fim de proporcionar, no curso do mandato, soluções adequadas para melhoria ou erradicação dos problemas pertinentes à educação, ao transporte pública, à saúde, à habitação digna, à fome, e a tantas outras questões que atormentam o nosso povo, estamos vendo figuras delinqüentes como, entre outras, o famigerado candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), que deveria ser classificado – não como candidato cargo eletivo dess
Pois bem. Vamos ao discurso do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Pasmem, amigos e amigas, ainda se fazem discursos nos dias atuais. E sem “okei!”.
Esse foi proferido pelo presidente Lula – apesar de alguns idiotas da objetividade insistirem em chamá-lo de analfabeto – neste último domingo, dia 22 de setembro, na ONU, por ocasião da Cúpula do Futuro, evento que tem à frente, com a presença de países do mundo inteiro, a Organização das Nações Unidas.
Pela importância temática do discurso do presidente Lula, faço a transcrição literal e uns dois comentários. Eis o discurso: “Agradeço ao Secretário-Geral António Guterres pela iniciativa de promover esta Cúpula do Futuro. Cumprimento a Alemanha e a Namíbia, por meio do chanceler Olaf Scholz e do presidente Nangolo Mbumba, por conduzirem o processo que nos trouxe até aqui. Há quase vinte anos, o então Secretário-Geral Kofi Annan nos convidou a pensar em como revigorar o multilateralismo para fazer frente aos desafios do novo milênio. Naquela ocasião, ressaltei nesta tribuna a necessidade de reformas para que a ONU pudesse cumprir seu papel histórico. Aquela reflexão conjunta rendeu frutos como a Comissão de Consolidação da Paz e o Conselho de Direitos Humanos. Outras ideias não saíram do papel.
Temos duas grandes responsabilidades perante aqueles que nos sucederão. A primeira é nunca retroceder. Não podemos recuar na promoção da igualdade de gêneros, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação.
Tampouco podemos voltar a conviver com ameaças nucleares. É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria co sma, a não ser para delinqüir.