No Maranhão, mais de 10 mil crianças não tem o nome do pai
Os dados mostram um leve aumento no número de crianças sem o nome do pai na certidão.
De janeiro até meados de julho deste ano, o Brasil já registrou 96.280 filhas e filhos apenas com o nome da mãe na certidão de nascimento, de acordo com dados do Portal da Transparência, da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
Na comparação entre regiões, com os dados dos últimos sete anos, a maior quantidade de pais ausentes se concentra na região Sudeste, com 404.271. Em seguida está o Nordeste com 329.651 crianças registradas sem o nome do pai; em terceiro, a região Norte com 157.268.
No Maranhão, 10.416 recém-nascidos foram registrados no Maranhão, no ano passado, apenas com o nome da mãe na certidão de nascimento. Esse número representa 10,7% do total de crianças nascidas no estado entre agosto de 2022 e julho deste ano, quando foram registrados 97.255 nascimentos. Esse dado representa um leve aumento, se comparados os registros de agosto de 2021 a julho de 2022, quando 10.541 crianças não receberam o nome do pai (10,4%).
Ainda conforme a Arpen, no Maranhão, das 59.490 crianças nascidas e registradas, neste ano, 6.730 não têm o nome do pai na certidão. São Luís é quem aparece com o maior número de ausências, 593.
A estudante Mariana Santos, de 25 anos, foge dessa estatística atual, mas é mais uma das milhares de pessoas que não levam o nome do pai nos documentos. “Nunca fui um problema para mim ter isso documentado. Me faz mais falta a presença dele na minha. Mas acredito que se a pessoa tiver um pai que queira e possa reparar isso, é uma vitória familiar, porque muitas pessoas não conseguem lidar com essa ausência em seus documentos”, disse.
Para mudar essa realidade, neste sábado, 19, aconteceu o Dia “D” do mutirão de reconhecimento de paternidade na capital e interior, da Defensoria Pública do Maranhão (DPE/MA). Essa foi a 2ª edição da campanha nacional “Meu Pai Tem Nome”, uma iniciativa realizada em parceria com o Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), que visa fomentar as ações de reconhecimento de paternidade em todo o país.
Este foi o segundo ano da campanha, cuja primeira edição ocorreu no ano passado. Na ocasião, a DPE realizou 502 atendimentos relativos ao Mutirão “Meu Pai tem Nome”.
A coordenadora da ação no estado, defensora pública e diretora de Assuntos Institucionais e Estratégicos da DPE/MA, Débora Alcântara, explicou que a mobilização reforçará o trabalho já realizado pela Defensoria Maranhense. “O reconhecimento de paternidade estimulamos e realizamos todos os dias em nossa sede e nos núcleos do interior”, destacou.
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