Cerca de 150 animais abrigados por idosa que morreu devem ser doados
Protetores de animais se unem para adotar os cachorros de Dona Camélia. Pelo menos 150 cachorros eram criados pela idosa, encontrada morta em sua casa no Cohaserma.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia do Meio Ambiente, está aguardando os resultados de exames periciais, que devem levar 10 dias pra ficarem prontos, e que devem apontar as causas da morte da senhora para Camélia Rosa Lopes, de 81 anos, encontrada morta, na última sexta-feira (25), no bairro Cohaserma, em São Luís.
Já o Ministério Público, por meio das promotorias do Idoso e do Meio Ambiente, está elaborando um relatório a respeito. O caso, que chocou a população, segue em investigação pela justiça. Segundo a Polícia Civil, no final da manhã da última sexta-feira (25), o corpo de Dona Camélia foi encontrado no interior de sua residência. A morte de Dona Camélia foi descoberta porque estava sendo cumprida uma decisão judicial determinando que a cada 30 dias uma equipe da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) e de conselheiros retirassem 10 cães do imóvel de propriedade dela.
Naquele dia, com o intuito de cumprir mais uma fase da retirada dos animais, as equipes encontraram no interior da residência uma ossada com características humanas. A Perícia Oficial esteve no local e o material encontrado foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para exames periciais que devem apontar as causas da morte.
Em entrevista a uma rádio local, a delegada Débora Aiara, titular da Delegacia do Meio Ambiente no Maranhão, disse que as informações preliminares, mas que ainda estão sob investigação, é de que Dona Camélia tivesse falecido em decorrência de um câncer, e por conta de um instinto animal, teria sido devorada pelos cães. A ossada encontrada está sendo periciada.
ONGs e protetores de animais se mobilizam
Agora, que infelizmente, dona Camélia se foi, ONGs e protetores de animais se uniram para ajudar os cachorros que ficaram na casa. Foi criado um grupo chamado “Doguinho de Dona Camélia”, em que são trocadas informações e recolhidas rações para alimentar os animais. Além disso, eles estão se revezando para ir à casa de Dona Camélia e verificar como podem ajudar.
A ideia é resgatar os animais para que consigam novo lar, o que está impedido, porque a situação está sob a guarda da justiça. De acordo com o juiz Douglas de Melo Martins, Presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e coordenador do Comitê Nacional PopRuaJud., será organizado um cadastro para os interessados em fazer a adoção responsável dos animais. Segundo o juiz, até o final desta semana é provável que esse processo seja concluído, e os animais, colocados para adoção.
Eu falei com uma protetora de animal, e integrante de apoio aos cachorros de dona Camélia, Eliane Caldas, e eles estão muito sensíveis à causa, recolhendo rações e material de limpeza para limpar o local. Por eles, já teriam entrado na casa, limpado tudo e resolvido a situação. Ontem (28), o grupo ficou sabendo que a limpeza, de responsabilidade da Prefeitura, não foi feita. “A gente quer acompanhar o que vai ser feito desses animais, nossa preocupação é o bem estar deles, o que vai ser feito depois que forem levados para o Centro de Zoonoses. Não podemos entrar na casa nem pra ver como está a situação. Ontem (domingo) eles estavam se dilacerando entre eles, por fome, medo, estresse, eles estão amontoados, misturados, eles experimentaram carne humana, né, ficaram agressivos” lamentou Eliane.
Ela ainda informou que no domingo o Centro de Zoonoses retirou mais 11 animais de lá. E que há cinco cadelas paridas no local. A intenção dos protetores, na ocasião. era retirar as cadelas com seus filhotes, mas não puderam. “Eles preferem que fiquem lá e sejam mortos. Tem vários protetores que se prontificaram a ficar com esses animais, dividir em seus abrigos, mas ninguém pode pegar”, disse Eliane.
O grupo pede que quem tenha ração ou material de limpeza para doar, deixe em algum ponto de coleta, por exemplo a Loja Pet Patinhas (Avenida Principal. 47, Cohatrac), ou com os administradores do grupo que estão sempre na casa de Dona Camélia (Rua 10 Quadra E, n° 12, Cohaserma).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que as equipes da vigilância em Zoonoses têm visitado a residência, inclusive no último (27), para assegurar a oferta de ração, água potável e avaliação clínica dos animais, realizada por veterinários. “A Semus ressalta, ainda, que a retirada dos animais permanece acontecendo de forma gradativa, assim como estava sendo feito anteriormente”.
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