Município maranhense é 1º lugar no ranking de foco de incêndio no Brasil

No período de 1 a 18 de julho, a cidade maranhense de Mirador foi a primeira, dentre os 10 municípios brasileiros com o maior número de focos acumulados nos últimos 5 meses.

O município registrou 147 focos neste mês, um aumento de 86% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com relatório diário elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no Portal do Monitoramento de Queimadas e Incêndios.

Na ordem de classificação, segundo o Inpe, ainda estão mais 2 municípios maranhenses na lista. Formoso do Araguaia apresentou 120 focos, e vem logo depois de Mirador. Em seguida: Lagoa da Confusão (TO), com 118; Juara (MT), com 86; Barra (BA), com 86; Fernando Falcão (MA), com 74; Porto Velho (RO), 61; Balsas (MA), com 60; Tangará da Serra (MT), com 56; e Jerumenha (PI), com 54. E de 14 a 18 de julho, o Maranhão registrou 160 focos acumulados, aumento de 596% nesse mesmo período ano passado, ocupando o primeiro lugar dentre os estados do país, em focos de incêndio.

Quando se trata de focos acumulados por estado nos últimos 5 anos, no período de 1º de janeiro a 18 de julho, o Maranhão registrou 3.582 focos, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2022. Essas ocorrências o deixam em segundo lugar, nesse quesito, atrás de Mato Grosso, com 6.793 focos; em terceiro está o estado do Tocantins, com 3.148 focos.

O governador Carlos Brandão assinou um decreto estadual n° 38.403 proibindo o uso de fogo para manejo e limpeza de áreas até novembro no estado do Maranhão, para conter ocorrências de incêndios e queimadas. As regras do referido decreto são voltadas, principalmente, a produtores agrícolas, que utilizam a técnica para limpar as áreas e prepará-las para o plantio.

As queimadas são motivo de preocupação nesta época do ano em grande parte do Brasil, e no Maranhão, quando ocorre o período da estiagem. Quando foge do controle, a queima provoca grandes incêndios florestais, além de outras consequências graves para o meio ambiente, como empobrecimento do solo, acidentes rodoviários, prejuízos aos produtores
rurais, ao meio ambiente e à saúde humana.

“Essa medida acertada do Governo do Estado responde às crescentes preocupações ambientais e freia o risco iminente de incêndios florestais neste período de estiagem. Estamos orientando e informando sobre como proceder, enquanto vigorar o decreto. É uma proibição temporária, mas, de extrema importância, com o objetivo de preservar a integridade dos ecossistemas e proteger as comunidades contra os efeitos nocivos das queimadas descontroladas”, explicou o comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, Cel. Célio Roberto de Araújo

Condições climáticas favorecem incêndios no estado

O Maranhão possui fatores que contribuem para o surgimento de focos de incêndios, com as condições naturais do clima, solo e vegetação favoráveis para queimadas, principalmente nos municípios de clima mais seco, permanecendo sempre entre os primeiros lugares no ranking de focos de incêndio.

Para garantir o cumprimento da medida, o Corpo de Bombeiros, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), promoverá fiscalização e, se for o caso, aplicará sanções cabíveis.

Acões de combate

De acordo com o Governo do Estado, para combater queimadas foi criado o Comitê Estratégico para a Prevenção e Combate ao Desmatamento Ilegal, Exploração Florestal Ilegal e Incêndios Florestais (CEDIF). O Corpo de Bombeiros está na linha de frente do conselho que reúne uma série de órgãos da administração pública estadual e federal para preservar o meio ambiente.

“O comitê foi criado agora, no dia 12 deste mês, através do decreto do governador Carlos Brandão e o Corpo de Bombeiros é muito importante nesse sistema. Esse comitê é um conjunto de órgãos que estão estruturados para minimizar os efeitos da estiagem, da exploração ilegal, do desmatamento e das queimadas. São utilizados estudos, atividade in loco de brigadistas, principalmente no interior do estado onde estão concentrados os maiores focos de incêndio, entre outras ações”, informou o segundo-tenente Joanderson Vieira, da 2ª Companhia Independente de Bombeiros Militar (CIBM).

Pelas características geográficas, o Maranhão apresenta uma incidência maior de focos de incêndio nas regiões sul e central do estado. Em casos de incêndio, a população deve comunicar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.