MÊS DA MULHER

Mulheres maranhenses que inspiram a todos

Além do 8, Dia Internacional da Mulher, no Maranhão comemora-se também o 11 de março, Dia da Mulher Maranhense, em homenagem Maria Firmina dos Reis.

Patativa lançou seu primeiro álbum aos 77 anos. (Foto: Reprodução)

O mês de março marca data de luta das mulheres por direito, por respeito, por reconhecimento. Além do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no Maranhão comemora-se também o 11 de março, Dia da Mulher Maranhense, instituído pela Lei nº 10.763, de 29 de dezembro de 2017, em homenagem à escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, autora do primeiro romance abolicionista do Brasil.

E é em reconhecimento a mulheres fantásticas que fizeram e fazem a história do Maranhão, que O Imparcial lista algumas dessas personagens, apenas algumas, pois o Maranhão é cheio de grandes mulheres de representatividade.

Mulheres fortes, corajosas, destemidas, desbravadoras, mulheres à frente do seu tempo, que não viram e e nem veem limites para deixarem suas marcas na história.

Patativa

A cantora e compositora, Maria do Socorro Silva, conhecida pelo apelido carinhoso de Patativa no meio cultural maranhense, tem 85 anos e nasceu em Pedreiras, mas foi em São Luís que iniciou a carreira ainda bem jovem, pelos bares e becos, cantando seus samba. No bairro da Madre Deus, se encantou pela batida do Bloco Tradicional Fuzileiros da Fuzarca, um dos mais antigos da ilha, e pela Turma do Quinto, brincante por muitos anos.

Patativa é autora de centenas de composições, mas só aos 77 anos lançou o primeiro álbum, “Ninguém é melhor do que eu”, produzido por Zeca Baleiro e lançado pelo selo do artista, Saravá Discos, em novembro de 2014.

Em 2018, lançou o seu segundo álbum “Sou de pouca fala”, que também foi produzido por Zeca Baleiro, com direção musical do maestro Luís Junior. Patativa tem seu trabalho musical reconhecido pelos artistas e pelo público, em uma demonstração clara que nunca é tarde para realizar seus objetivos. Desde os 20 anos, costuma usar um galho de arruda atrás da orelha para quebrar o mau-olhado, a inveja.

A Marrom levou o Maranhão para o mundo

Os 50 anos de carreira de Alcione estão sendo contados no espetáculo “Marrom, O Musical”, que esteve recentemente em cartaz, em São Luís. Chamada carinhosamente de “Marrom”, Alcione Dias Nazareth levou o Maranhão para o mundo por meio de sua voz. 

A sambista nasceu em São Luís, no dia 21 de novembro de 1947.

Desde pequena, graças ao pai policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, inserida no meio musical maranhense, Alcione fez sua primeira apresentação já aos doze anos. 

O pai foi mestre da banda da Polícia Militar do Maranhão e professor de música. 

Além disso, foi compositor e entusiasta do bumba-meu-boi, folguedo típico da capital maranhense. Foi ele quem lhe ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o trompete e clarinete que começou a praticar aos nove anos.

Já com a veia musical aflorada em São Luís e uma carreira já iniciada, em 1972 se mudou para o Rio de Janeiro para tentar alçar voos mais altos, e passou por todas as etapas possíveis: show de calouros, cantora da noite, em bares, até conhecer as pessoas certas e ter sua carreira estabelecida, sua música estourando nas rádios e sendo trilha de diversas novelas.

Desde 1974, Alcione é membro da Escola Mangueira do Samba, mas já recebeu homenagens de várias escolas como Independentes de Cordovil, Unidos da Ponte, Mocidade Alegre, em 2018, homenageando os 70 anos de vida e os 45 anos de carreira dela com o enredo “A voz marrom que não deixa o samba morrer”.

A escritora Maria Firmina dos Reis (1822–1917)

Maranhense, primeira romancista negra brasileira. Nascida em São Luís a 11 março de 1822, Maria Firmina faleceu em 11 de novembro de 1917, aos 95 anos, na cidade de Guimarães. Teve em vida o privilégio de presenciar a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.

A vida, obra e trajetória da romancista, inspirou o Dia da Mulher Maranhense, instituído pela Lei n° 3.754, de 27 de maio de 1976. Em 2017, a Lei 10.763/2017, sancionada pelo Governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino de Castro e Costa, alterou o artigo 1º da lei anterior que trata da data de nascimento da escritora, passando de 11 de outubro de 1825 para 11 de março de 1822, com base em pesquisa documental, a pedido da Academia Ludovicense de Letras – ALL.

Maria Firmina dos Reis é a patrona da Academia de Letras da cidade de São Luís. Sua vida foi marcada por muita luta. Em 1847, aos 22 anos, ela foi aprovada em um concurso público para a Cadeira de Instrução Primária, sendo assim a primeira professora concursada de seu Estado.

Maria demonstrou sua afinidade com a escrita ao publicar Úrsula em 1859, primeiro romance abolicionista, primeiro escrito por uma mulher negra brasileira. O romance a consagrou como escritora e também foi o primeiro romance da literatura afro-brasileira, entendida esta como produção de autoria afrodescendente.

Maria Firmina ainda foi a responsável pela composição do Hino à Libertação dos Escravos, durante o período de grande efervescência, quando surgiam várias revoltas em desfavor da escravidão. Viveu para ver seu povo sendo liberto, em 1888. Morreu, no entanto, pobre e cega, em 1917.

Maria Aragão (1910 – 1991)

Maria José de Camargo Aragão nasceu em 1910, no município de Pindaré-Mirim. Chegou à capital maranhense aos seis anos de idade. Embora pobres e semianalfabetos, os pais de Maria, um telégrafo, e uma dona de casa analfabeta, sempre valorizaram a educação da filha, tanto que ela se tornou professora normalista em São Luís.

Em 1934, em viagem ao Rio de Janeiro para acompanhar a mãe que precisava realizar um tratamento de câncer, decidiu ficar para estudar medicina, depois que a mãe faleceu.
Com especialização em Pediatria, ela também foi uma das responsáveis pela criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Professora, médica e sindicalista, Maria Aragão lutou incansavelmente pela organização dos trabalhadores, por um ensino de qualidade e pela saúde pública de excelência. Inquieta com tantos impropérios políticos da época, ela foi presa após o fim da Greve Geral de 51.

Dez anos depois da primeira prisão, Maria Aragão viajou, para a extinta União Soviética, onde também se especializou. De volta ao Maranhão, continuou sua luta em favor dos trabalhadores, das crianças e dos estudantes. Faleceu em 1991, mas seu legado permanece até hoje, como professora, médica, sindicalista, luta pelas causas sociais e por uma sociedade mais igualitária.

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