TRAGÉDIA NO SHOPPING

A vida sempre como prioridade

O incêndio que ocorreu no Rio Anil Shopping foi responsável pela morte de duas jovens.

O Conselho Tutelar está acompanhando o caso. (Foto: Reprodução)

Como você se sentiria depois de saber que um parente ou amigo seu saiu para um momento de lazer e não mais voltou? E você nunca mais irá olhar aquela pessoa? Não dá para saber. Só quem passou ou passa por essa situação pode mensurar a dor de uma perda.

No início desta semana familiares e amigos de dezenas de pessoas que estavam no Rio Anil Shopping vivenciaram momentos de terror. Mas as famílias de duas pessoas sentiram e sentem essa dor mais fortemente. Uma dor inimaginável.

Era o dia 7 de março, à tarde. Rio Anil Shopping, em São Luís. Dezenas de pessoas que estavam nas salas de cinema se viram no meio de um incêndio. Saldo da tragédia: 13 feridos e dois mortos, segundo o Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS) e o Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA).

Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, foi encontrada sob os escombros de uma das salas do cinema por volta das 22h30 do mesmo dia. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que ela morreu asfixiada por gás carbônico, proveniente da fumaça causada pelo incêndio. Evellyn Gusmão foi a primeira vítima a ser encontrada em uma das salas de cinema do Shopping Rio Anil.

Evellyn Gusmão. (Foto: Reprodução)

Evellyn era estudante da 2ª série, turno matutino, no Centro de Ensino Cidade de São Luís, escola da Rede Pública Estadual, localizada no bairro Cohab, na capital maranhense. Ela foi velada e enterrada no último dia 8, em São Luís.

Yasmin Gomes Campos, de 21 anos, também estava no shopping. E não voltou para casa. Começou uma campanha incessante para achá-la. Por volta de 1h30, já na quarta-feira o resgate encontrou um corpo, que a priori seria dela, mas dado o estado em que foi encontrado, não foi possível a identificação imediata. O corpo foi submetido à perícia no IML. Familiares dela ficaram angustiados pela incerteza, pois inicialmente o exame de DNA estava previsto para ser conclusivo em até 30 dias.

“Estamos aguardando as autoridades competentes pelo menos entrarem em contato. Até o momento durante o dia de hoje (8/3) ninguém falou com nenhuma parente próximo a vítima. O IML disse que somente após a análise de DNA poderá liberar o corpo e com prazo de no mínimo 30 dias”, disse o irmão da vítima, Brenno Gomes.

Ontem, 10, o IML confirmou o corpo como sendo de Yasmin, a segunda vítima do incêndio, após um exame feito a partir da arcada dentária para confirmar a identidade. De acordo com o laudo, a morte ocorreu em decorrência das queimaduras. Yasmin foi sepultada ontem mesmo (10), de acordo com informações dos familiares, no Cemitério Parque da Saudade, no Vinhais.

Conselho Tutelar está acompanhando o caso

O Conselho Tutelar da área Cohab/Cohatrac está acompanhando o caso junto aos familiares desde o momento do ocorrido. Foi por meio dele que familiares de Evellyn conseguiram localizar a vítima.

Arleysson Rodrigo da Silva Santos, Conselheiro Tutelar, disse que as informações de Ana Paula, que estava com Evellyn foram cruciais, Ana contou que estavam juntas e que ela observou uma movimentação no teto, em seguida faíscas e logo depois o incêndio. Quando elas começaram a correr, o fogo já estava tomando de conta do local. Foi quando um pedaço de gesso caiu em cima dela, teve as pernas queimadas, pediu para Evellyn correr. Quando ela conseguiu correr, que procurou a amiga, não a viu mais. Ana foi levada para o hospital e teve alta em seguida.

Rodrigo disse que foi ele que teve a informação dos bombeiros sobre Evellyn. E teve que dar a notícia para a tia de Evellyn, pois a mãe estava sedada. Foi aí que Rodrigo, por volta de meia-noite, começou as tratativas para o suporte para a família, que teria que registrar um boletim de ocorrência, para em seguida ir para o Instituto Médico Legal.

No momento, o que o shopping disponibilizou para a família foi um táxi para ficar à disposição da família, que recusou. No dia seguinte, quando Rodrigo entrou em contato com a família, a tia da vítima disse que não havia recebido nenhum contato do shopping. “Quanto à Yasmin, será preciso fazer o DNA ou análise da ossada, o que deve demorar ainda. Agora de fato, o Shopping não está ajudando em nada”, disse Rodrigo.

Ao final da reportagem, Rodrigo disse que Ana Paula teria retornado ao hospital com fortes dores e que vai precisar ficar internada no hospital UDI, e que o Shopping está dando todo o suporte. “O Conselho está acompanhando e fará tudo que for preciso para garantir apoio e assistência às vítimas”.

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