MOB promete sete ferrys até o mês de outubro
A chegada do ferry São Gabriel vem com a promessa de ampliar o serviço e ajudar a resolver o problema na emissão de passagens.
Está previsto para esta semana, o retorno da embarcação Cidade de Araioses, da empresa ServiPorto, para compor o sistema de travessia do Terminal da Ponta da Espera até o Terminal do Cujupe, uma das principais vias de acesso a diversos municípios do estado.
A informação é da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) que também nesta semana trouxe a embarcação São Gabriel, da empresa Henvil Navegações.
Até o final de outubro, também está previsto o retorno da embarcação Cidade de São José Assim, serão quatro empresas e sete embarcações em operação por meio de autorização precária atuando no sistema de transporte aquaviário: Cidade de Alcântara, Cidade de Cururupu e Baía de São Marcos, da empresa Internacional Marítima; José Humberto, da empresa Bannave; e São Gabriel, da empresa Henvil; Cidade de Araioses e Cidade de São José, da empresa ServiPorto.
Segundo a MOB, a chegada da embarcação São Gabriel é resultado de uma série de análises do Governo do Maranhão e busca ampliar o Serviço de Transporte Aquaviário Intermunicipal.
Para a escolha, foram avaliadas propostas de empresas que prestam serviço do mesmo segmento de travessia no Brasil. O ferryboat São Gabriel é considerada uma das maiores embarcações do Norte/Nordeste, possuindo 87 metros de comprimento e 16,5 de largura, com capacidade para atender 1 mil passageiros sentados e 100 veículos.
Além disso, tem uma área vip climatizada com poltronas reclináveis, para atender 260 pessoas”. A embarcação começou a operar na quinta-feira (25) em São Luís. No dia anterior, o ferryboat passou por fiscalizações realizadas pela Capitania dos Portos e a Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB).
A questão do sistema de transporte aquaviário no estado tem sido cercado de preocupação entre parlamentares e autoridades competentes.
No senado, nas assembleias legislativas estadual e federal, e na câmara municipal, projetos, reuniões, e criações de comissões para acompanhar os serviços de travessia foram alguns dos artifícios usados para discutir a situação que afeta milhares de usuários.
A Comissão no Senado será composta de três senadores titulares e igual número de suplentes e terá 120 dias de prazo, a partir do dia 13 de junho para concluir seus trabalhos.
De acordo com o requente, o então senador Roberto Rocha “o sistema de transporte vem passando por uma crise sem precedentes, que tem impedido os cidadãos de exercer seu direito de ir e vir, colocando em risco a segurança daqueles que, após enfrentar filas quilométricas, precisam utilizar diariamente as embarcações ainda disponíveis”.
Sistema cercado de problemas e polêmicas
O transporte de ferryboat integra a ilha de São Luís com a Baixada Maranhense e região Norte do Brasil. Em média são realizadas 12 viagens diárias entre os Terminais de Passageiros da Ponta da Espera, em São Luís, e do Cujupe, no município de Alcântara. Esse meio de transporte atende quase 2 milhões de pessoas por ano, assim como veículos leves, ônibus, ambulâncias e caminhões.
Mas frequentemente ocorrem falhas na prestação dos serviços, que afetam diretamente os usuários.
Em maio passado, protestos de caminhoneiros e trabalhadores de cooperativas de vans ocuparam o Terminal da Ponta da Espera e do Cujupe, em São Luís e Alcântara reivindicando melhoria na qualidade dos serviços prestados pelas empresas de transporte aquaviário, e denunciaram que apenas três ferries estavam operando na ocasião.
No último dia 11, um dos ferryboats da Internacional Marítima que transportam passageiros e cargas na travessia aquaviária entre a Baixada Maranhense e São Luís ficou à deriva na Baía de São Marcos, e precisou ser socorrido por outro ferry da mesma empresa, que também navegava na rota no momento da pane.
Com chuva intensa que caiu na Ilha no dia 25, parte do teto da embarcação José Humberto caiu, deixando passageiros atônitos durante a viagem entre o Cujupe (Baixada Maranhense) até o Terminal da Ponta da Espera (São Luís).
O ferry foi recentemente adquirido pelo governo do Maranhão, mas foi alvo de reclamações e polêmicas por parte dos passageiros e de órgãos reguladores. “Foi pânico, a gente só pensou no pior. Pensei que a gente ia cair”, comentou a passageira Andrea Silva.
A MOB informou que o forro plástico do teto soltou devido o excesso de chuva acumulado, mas que o problema foi corrigido e que não apresentou maiores transtornos à segurança dos passageiros.
Esses foram só alguns dos muitos episódios que colocaram em risco a prestação dos serviços. Com a entrada da embarcação São Gabriel no sistema, a partir do dia último dia 25, promessa é de que as filas que se formam constantemente, e alta demanda por busca de passagens seja atendida, uma vez que o equipamento tem capacidade para atender mais de mil pessoas e 100 veículos.
Nesta semana, funcionários da empresa Internacional Marítima ameaçaram entrar em greve caso as reivindicações dos trabalhadores não fossem atendidas.
Ao Jornal O Imparcial, a MOB informou que o Governo do Maranhão não tem gerência sobre o assunto. “No entanto, em contato com as empresas operadoras do sistema, estas informaram que a operação está normal e não há possibilidade de greve na prestação do serviço”, disse a nota.