FALTA DE PAGAMENTO

Vigilantes fazem mais um protesto em São Luís

Os trabalhadores que exercem suas funções nas escolas da rede municipal de São Luís cobram o pagamento dos salários além de benefícios como férias.

Manifestantes desceram do Palácio de La Ravardière até a avenida Beira Mar. (Foto: Divulgação)

Em um novo protesto realizado na manhã de segunda-feira (11), vigilantes que trabalham para a empresa de segurança privada Transporter fizeram uma manifestação em frente à Prefeitura de São Luís, e em seguida foram para a Avenida Beira-mar, interditando o trânsito para chamar a atenção e cobrar os salários atrasados.

O trabalhadores, que exercem suas funções nas  escolas da rede municipal de São Luís, cobram o pagamento dos salários, além de benefícios como férias. Em um outro protesto na semana que passou, em frente à Semed, no São Francisco, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar. Pneus foram queimados na Avenida Castelo Branco interrompendo o trânsito na via.

Os vigilantes reclamam que estão há três meses sem receber salário. De acordo com um diretor representante do Sindvig-MA, de um lado a empresa Transporter informa aos vigilantes que a Prefeitura de São Luís não repassa o valor do contrato, do outro a gestão municipal diz que é a empresa quem não atualiza os documentos necessários para o pagamento. 

“A empresa tem três meses que não repassa o valor, mas estão nos cobrando serviço e dando até justa causa, se a gente faltar”, disse o vigilante Edmilson Justino, que faz parte da diretoria do Sindicato.

A empresa tem três meses que não repassa o valor, mas estão nos cobrando serviço e dando até justa causa

Protesto em frente ao prédio da Prefeitura. (Imagens: Divulgação)

Para o vigilante que se identificou apenas como Reinaldo, o que a categoria quer é apenas receber seus direitos. “Semana passada tivemos um confronto  e uma queima de pneus e só por isso fomos recebidos, mas a secretária da Semed (Secretaria Municipal de Educação) mentiu para a gente, disse que ia nos pagar, mas quando chegamos na Semfaz (Secretaria Municipal da Fazenda), não tinha ordem de pagamento. Viemos para falar com o Prefeito, mas ele não quis nos receber. Estamos lutando por salários atrasados, férias atrasadas, cobertura de férias atrasada. Todos estão com reciclagem vencida há mais de 3 anos”, disse.

Silvio Carvalho, integrante da diretoria, disse que reinvindicação inclui salários atrasados, ticket, décimo terceiro, férias. “Já estivemos na empresa, que não nos deu satisfação e alega que não está recebendo o repasse da Prefeitura, Estivemos duas vezes com a Semed, que ficou de fazer pagamento na última quinta-feira, não fez. Sexta estivemos lá de novo e eles não nos receberam. Por isso, hoje estamos aqui de novo”, disse.

Segundo o Sindicato dos Vigilantes, 400 trabalhadores cruzaram os braços até que a situação seja resolvida. Em nota, o Sindeducação se solidarizou com a categoria dos vigilantes. “São dezenas de pais e mães de famílias que passam por esta difícil situação em meio a um dos piores cenários na economia do país. Este protesto entra para a conta como mais um enfrentado pela Prefeitura de São Luís, em especial pela Semed. Somente este ano já foram realizadas manifestações pela categoria dos (as) professores (as), das merendeiras, representantes de escolas comunitárias e agora mais um realizado pelos vigilantes”.

Esta não é a primeira vez que os vigilantes reclamam do atraso nos salários e benefícios. No dia 4 de julho houve outro protesto, e de acordo com o Sindicato, há 3 meses o assunto vem sendo tratado tanto com a empresa, quanto com a Prefeitura, mas nada foi resolvido.

Empresa estaria com débitos

A O Imparcial, a Prefeitura de São Luís explicou, em nota, que a “empresa Transporter, contratada para a realização do serviço de vigilância noturna das escolas e prédios vinculados à SEMED, ao longo do primeiro semestre de 2022, de forma reiterada, descumpriu as obrigações em razão do atraso permanente no pagamento dos salários e verbas dos seus funcionários. Também ao longo dos meses apresentou certidões de regularidade vencidas, fatos que impediram o pagamento por parte da SEMED no prazo regulamentar”.

O executivo municipal ainda informou que em mediação realizada com o Ministério Público do Trabalho (MPT) a empresa se comprometeu a enviar à SEMED a memória de cálculo dos débitos da empresa perante os vigilantes vinculados ao contrato.

“Em documento apresentado à SEMED, a empresa confessa um débito de R$ 3 milhões, referente a diferença salarial de dezembro de 2021, décimo terceiro de 2021, férias vencidas, folha de pagamento, pagamento de plantões extras e cobertura de férias. Assim, em razão da dívida confessada pela empresa, que ratifica o descumprimento do contrato, a SEMED, com vistas a resguardar o direito dos trabalhadores, enviou Ofício ao MPT, no qual solicita, em caráter de urgência, agendamento de nova audiência de medição, com a participação de representantes da empresa, dos vigilantes, da Semed e do próprio MPT”, informou. O jornal não conseguiu contato com a empresa Transporter.

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