Caso de homofobia no IFMA Campus Monte Castelo repercute na internet
O Maranhão é o sétimo estado com maior registro de crimes de homofobia no Brasil.
O Maranhão ocupa a sétima posição de Estado com o maior registro de crimes de homofobia do país, muitos registros de casos de intolerância são percebidos em ambientes básicos que deveriam transmitir segurança a quem está inserido neles, como o ambiente familiar, de ensino e de trabalho.
Um caso recente, envolvendo um estudante do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), do Campus Monte Castelo, repercutiu nas redes sociais. O irmão do estudante relatou um caso de homofobia praticado por meio de uma conta no Instagram, utilizada para fazer comentários maldosos sobre os alunos da instituição de ensino.
O caso de cyberbullying com comentários homofóbicos foi denunciado à escola, segundo Arthur Deliveira, irmão da vítima de preconceito e discriminação em razão da sua sexualidade, a escola não tomou nenhuma providência ao ser informada sobre o caso. A família ainda anunciou que pretende fazer um boletim de ocorrência sobre o acontecido.
Em depoimento, o estudante contou mais sobre o discurso homofóbico contra ele. “Os ataques que aconteceram esses dias através do Instagram contra mim e vários outros alunos do IFMA do Monte Castelo não são de agora e não me deixaram surpreso, conhecendo o autor deles. Não foi a primeira vez que fui ridicularizado por ele em um ambiente virtual público, mesmo nunca dando atenção e nem seguindo a página.”, contou.
“Pessoas como essa criam um ambiente escolar extremamente tóxico e insuportável de viver, dizendo por experiência própria”, continuou o relato.
Segundo o apurado, o movimento estudantil, intitulado “Coletivo Para Todos”, pressionou a escola sobre o caso dele e sobre todos os outros casos de pessoas atacadas pela conta do Instagram, e que pretende realizar um ato em frente ao Campus Monte Castelo caso medidas cabíveis não sejam tomadas. Em nota de repúdio, o coletivo estudantil organizado solicitou que a Gestão do Campus acompanhe os fatos.
A escola, por meio de uma nota publicada nessa quinta-feira (21), informou que repudia toda e qualquer forma de preconceito e discriminação, e que um procedimento interno foi iniciado para apurar os fatos no âmbito do Campus.
Um internauta, antigo estudante da instituição, comentou que não imaginava que houvesse um retrocesso tão grande com pautas tão amplamente divulgadas na atualidade, diferentemente de tempos atrás quando o assunto não era nem mesmo pronunciado.
Em escala internacional, o Brasil é o país que mais mata pessoas transgêneros, um relatório mundial mostrou que de 325 pessoas trans registrados em 71 países nos anos de 2016 e 2017, 171 casos aconteceram no Brasil. Já no Maranhão, foram registradas 10 mortes de homossexuais no ano de 2020, isso segundo a Observatório de Políticas Públicas LGBT.
Por isso, o Tribunal de Justiça do Maranhão lançou a campanha “LGBTFOBIA não é opinião, é crime”. Em razão da ocupação do estado no ranking nacional de crimes contra pessoas homossexuais, o objetivo traçado é trazer conscientização para a população sobre os riscos do preconceito.
O servidor do Tribunal de Justiça, Luciano Vilar, conta que a violência contra pessoas LGBTQIA+ não conseguia ser quantificada no Maranhão, em razão da ausência de especificação nos boletins de ocorrência.