O que faz um casamento durar? Amor, paixão, paciência, companheirismo, partilha, parceria… podem ser vários os motivos, e eles devem ser comemorados, pois na atualidade é cada vez mais raro um matrimônio feliz e duradouro, pelo menos é o que diz a recente publicação Estatísticas do Registro Civil – divórcios judiciais e extrajudiciais divulgada nessa sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O campo da pesquisa se atém aos processos de divórcios judiciais em 1ª instância com sentença de julgamento do mérito e concessão do divórcio, nos processos de Conciliações para os quais exista sentença de divórcio devidamente homologada por um juiz de direito e nas escrituras de divórcio extrajudicial lavradas em cartório.

De acordo com os números apresentados, para Brasil, em 2010, o tempo médio de duração do casamento de cônjuges de sexo oposto era de 15,9 anos. Uma década depois (2020), esse número se reduziu para 13,3 anos.

Média reduziu para 14,3 anos

No Maranhão, o tempo médio de duração do casamento de cônjuges de sexo oposto era de 18,3 anos, em 2010, e tendo se reduzido para 14,3 anos (2020).

Apesar do Maranhão acompanhar a queda verificada no país, os casamentos no Estado se apresentam mais duradouros que a média nacional.

Em 2020, dentre todas as Unidades da Federação, o Rio Grande do Sul apresentou o maior tempo de duração dos casamentos (16,1 anos) e o Acre o menor tempo (9,2 anos).

O casamento da professora Ana Paula Santos durou menos ainda do que a média do Maranhão, que é de 14,3 anos. Durou 8 anos. Segundo ela, a incompatibilidade de gênios foi o que culminou com a separação.

“No início você percebe as diferenças, mas acha que com o tempo elas podem ser aplacadas. Aí chega um ponto que falta o amor e as diferenças se sobressaem mais ainda. Aí não dá mais. Não tivemos filhos, por isso, foi tudo menos traumático”, constatou.

Casamentos que duram

Na contramão dessa estatística, quer exemplo de um casamento duradouro? O casal Iracema Andrade de Lima e Evandro Bessa de Lima Filho tem 47 anos de casados, três filhos e três netos. Eles se conheceram quando ela tinha 19 anos, e ele, 23. De acordo com Iracema, ele tem sim um casamento feliz.

“Mas um casamento feliz não quer dizer que tudo é um mar de rosas.  Há momentos de pequenas discussões, onde o amor e o respeito têm que ser colocado acima do desentendimento. Acredito que para um relacionamento ser duradouro o casal precisa ter amor, acima de tudo, paciência, tolerância, o esposo ou a esposa dar o braço a torcer, de vez em quando, silenciar quando preciso e demonstrar que, o que os une, não é meramente um contrato, um interesse em ter uma vida regada de mordomias, mas o desejo de viver para sempre ao lado dessa pessoa amada seja na alegria ou na tristeza. E principalmente, ter como alicerce Deus em suas vidas. Deus é a Rocha onde podemos encontrar forças para vencermos o cotidiano e termos um matrimônio harmonioso e feliz”, disse.

Para Iracema, o que falta para os casamentos de hoje é comprometimento com a relação. “Casa-se hoje com a ideia de ‘não deu certo, separa’. Os casais não procuram dialogar e enfrentar os problemas e superá-los. Na minha opinião, onde tem amor e respeito, tudo é resolvido”, ensina.

Amor x Respeito

Outro exemplo de casamento duradouro e que foge às estatísticas, é o de Izabel Cristina Cabral de Azevedo e Waldenio Rego de Asevedo. São 37 anos de um casamento que gerou uma filha. Eles se conheceram quando Izabel tinha 17 e ele, 26 anos.

“Para um casamento sólido temos a base que é o amor, seguido pelo respeito, compreensão, e cumplicidade”, disse.

E para um casamento duradouro? “Essa é uma pergunta bem difícil. Não existe fórmula. O casal às vezes não tempo para dialogar, porque prioriza outras coisas, o corre-corre de serviço, de cuidar dos filhos. Acho que o diálogo e a compreensão são primordiais para um casamento duradouro”, disse ela.