MARANHÃO

Cinco tartarugas encalhadas em 3 dias nas praias de São Luís

Informação é do Instituto Amares sobre regaste de animais marinhos encontrados mortos ou vivos no litoral maranhense. Na última sexta um peixe-boi morreu

Conforme informação do Instituto Amares, pelo menos cinco tartarugas marinhas foram encontradas encalhadas pelo Corpo de Bombeiros, em três dias, em praias de São Luís já este ano.

Nos primeiros dias deste ano uma tartaruga foi encontrada morta na Praia de São Marcos. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), era uma espécie de tartaruga chamada Caretta caretta, também conhecida como “tartaruga cabeçuda”, muito comum em na região do Maranhão. E mais recentemente, na última sexta-feira (22), um filhote de peixe-boi foi encontrado morto, no Rio Mapari, no município de Humberto de Campos.  O animal é ameaçado de extinção e foi encontrado boiando no rio por pescadores, próximo a comunidade de Rampa, no município.

De acordo com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pescadores que encontram o animal, afirmaram que ele estava com hematomas na nadadeira e na cauda. Para analisar as causas da morte, uma equipe do órgão e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade (CNPT) fizeram coleta de material biológico do animal, medição e registro fotográfico. Essas amostras vão seguir para análise no Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA).  O animal foi enterrado em seguida.  Segundo o ICMBio, o esqueleto do mamífero será recuperado em breve e utilizado para atividades de educação ambiental.

Segundo Nathali Ristau, bióloga e presidente do Instituto Amares, uma associação que promove a pesquisa e a conservação dos ecossistemas aquáticos, vários são os fatores que causam a morte de um animal marinho, mas elas só podem ser confirmadas após feita necropsia, o que não vem ocorrendo com frequência ultimamente. “O Instituto tem um número de emergência para casos de encalhe, além disso, a gente dá palestras, informa o trabalho que o Instituto faz…, cada encalhe é um processo individual e ele pode ter sido ocasionado por diferentes situações, inclusive natural, o animal pode já estar velho, doente, pode ter sido uma situação causada pela mão humana, uma causa ambiental… Mas para a gente poder chegar a essa identificação é essencial, primordial, que a gente consiga ter acesso a essa carcaça em tempo hábil, para que seja feita uma análise, uma necropsia para se chegar à causa morte”, disse Nathali.

Instituto Amares não foi acionado a tempo

A bióloga relata que tanto no caso das tartarugas em São Luís, como no caso do filhote de peixe-boi achado em Humberto de Campos, o Instituto não foi acionado a tempo. “As tartarugas foram comunicadas já depois de muitas horas que haviam aparecido, o animal já estava em avançado estado de decomposição e não teve como a gente fazer mais nada. No caso do peixe-boi uma equipe do ICMBio foi lá só pegou as medidas mínimas do animal, que é a informação básica que a gente coleta para saber o estágio de desenvolvimento em que ele se encontra, se filhote ou adulto, mas não coletaram mais nada, e erroneamente ele foi enterrado. Esse tipo de coisa tem atrapalhado demais o trabalho do Instituto porque a gente não consegue fechar o ciclo”, critica Nathali.

Ela ainda informa que a carcaça do peixe-boi poderia ter sido colocada em uma lona envolta com gelo e transportado para São Luís para ser feita a necropsia e identificar a causa morte. “Quando essas informações chegam para a gente, registramos no nosso banco de dados, mas quando não temos acesso à carcaça, não registramos”, disse sobre um estudo de animais marinhos encalhados no estado. “Semana retrasada, a gente recebeu informação do Corpo de Bombeiros que em cerca de 3 dias 5 tartarugas tinham encalhado só aqui na área central de São Luís, por isso é importante fazer essa necropsia”.

O que fazer ao achar um animal encalhado

O Instituto informa que em caso de encontrar animais encalhados, como, baleia, golfinho, peixe-boi, ave marinha, tartaruga, vivo ou morto, entrar em contato com o disque-encalhe Amares: (98) 98836-1717.

Ao ligar, a pessoa deve informar o tipo de animal, se está vivo ou morto, a localização e fotos (via whatsapp). Ao encontrar o animal a orientação é: não alimentar e nem devolver para a água. Animais encalhados necessitam de cuidados veterinários. Não segurar os animais pelas nadadeiras ou caudas, nem jogar água na cabeça. Em caso de animal morto, não toque, pois há risco de contaminação por doença.

Não coletaram mais nada, e erroneamente ele foi enterrado. Esse tipo de coisa tem atrapalhado demais o trabalho do Instituto

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