PESQUISA

Maranhão é o líder em insegurança alimentar

Mais de 1.300 milhão de lares no Maranhão apresentam situação de Insegurança Alimentar. O estado também está no top 3 do ranking dos mais graves do Brasil

Reprodução

Uma pesquisa, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Maranhão é o estado do Brasil com maior percentual de domicílios que apresentavam situação de insegurança alimentar (IA). Em números absolutos, 1.304 milhão lares estavam nessa situação, o que representa 66,2% dos domicílios em todo o estado.

A pesquisa foi realizada entre os anos de 2017 e 2018. Essa posição do Maranhão também aconteceu em 2009 e em 2013, quando o IBGE realizou pesquisa com a mesma temática.

Nesta pesquisa, o Maranhão é seguido por quatro estados da região Norte: Amazonas (65,5%), Pará (61,2%), Amapá (59,4%) e Acre (59,7%).

O IBGE classifica três tipos de Insegurança Alimentar:

  • Insegurança Alimentar Leve (IAL)
  • Insegurança Alimentar Moderada (IAM)
  • Insegurança Alimentar Grave (IAG)

Maranhão é o 3º com IAG

No Maranhão, 12,3% dos domicílios tinham, em 2017/18, indicação de IAG. Em números absolutos, eram cerca de 243 mil unidades domiciliares. Essa era a 3ª maior taxa percentual dentre todos os estado do país. O Maranhão fica atrás apenas de Amazonas (14,2%) e Acre (12,4%), que possuíam os maiores percentuais nessa situação.

Dentre todas as grandes regiões, o Norte (10,2%) tinha o maior percentual de domicílios enquadrados na situação de IAG, repetindo o fenômeno em 2013. Nas pesquisas de 2004 e 2009, era o Nordeste a região com maior percentual de domicílios enfrentando situação de IAG. No Brasil, os 4,6% de domicílios com IAG, em números absolutos, correspondiam a 3.136 milhões domicílios.

Quase 9 milhões de lares nesta situação no Nordeste

Já no Nordeste e no Brasil, esses percentuais de domicílio em situação de IA eram de 49,7% (8.985.000 domicílios) e 36,6% (25.275.000 domicílios). Esses são alguns dos números apontados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018: Segurança Alimentar, divulgada pelo IBGE.

Para a POF, que leva em consideração a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), a IA pode ser leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos com qualidade inadequada destes de tal modo a não comprometer a quantidade; moderada: redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos; grave: a fome passa a ser uma experiência potencialmente vivida por algum morador do domicílio, podendo incluir crianças. No caso da situação de SA, não há identificação de preocupação quanto à ingestão de alimentos na quantidade e qualidade desejáveis por qualquer morador do domicílio.
Ressalta-se que identificar um domicílio na situação de IA Leve, Média ou Grave, não significa que todos os moradores do domicílio vivenciam tal quadro na mesma intensidade. Todavia, no caso do domicílio caracterizado por situação de IAG, há uma ruptura no padrão de alimentação para todos os moradores e a fome é potencialmente uma experiência vivenciada por algum morador ou por todos os moradores.

A POF 2017/2018 revelou que, dos 66,2% domicílios maranhenses com IA, 30,9% (609.000 domicílios) tinham incidência do tipo moderada (IAM) e grave (IAG). 

Enquanto no Nordeste, esse percentual era de 20,5% (3.667.000 domicílios), no Brasil, era de 36,7% (8.734.000 domicílios) de domicílios nessa situação.

Em uma perspectiva histórica, observando os dados das pesquisas em que, anteriormente, foi explorado o tema segurança alimentar, percebe-se que, na passagem de 2009 para 2013, tanto para Brasil quanto para Nordeste e Maranhão, elevou-se o percentual de domicílios em situação de SA. Essa elevação para Brasil foi de 7,6 p.p., enquanto no Nordeste, esse crescimento foi de 8 p.p. e, no Maranhão, de 3,7 p.p. Em movimento inverso, de 2009 para 2013, diminuiu o percentual de domicílios na situação de IAM e G para os recortes territoriais indicados, sendo que para Brasil a diminuição foi de 3,7 p.p., no Nordeste, o recuo foi de 6,8 p.p. e no Maranhão, de 7,5 p.p.

Porém, de 2013 para 2017/2018, enquanto diminuiu o percentual de domicílios com SA, tanto para Brasil (-14,1 p.p.) quanto para Nordeste (-12,2 p.p.) e Maranhão (-5,3 p.p.), avançou para esses mesmos recortes espaciais o percentual de domicílios em situação de IA Moderada e Grave.

Distribuição percentual dos domicílios particulares por situação de segurança alimentar existente no domicílio: 2009, 2013 e 2017/2018.

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