PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Estátua de João Lisboa passa por restauração, em São Luís

Imagem está localizada na praça que leva o nome do intelectual maranhense e que, em conjunto com o Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno estão sendo reformados

Reprodução

A estátua de João Lisboa, localizada na praça que leva seu nome, no Centro Histórico de São Luís está sendo restaurada pela Prefeitura de São Luís. O restauro da imagem integra o pacote de requalificação da Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno, em execução pela gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior, por meio do programa São Luís em Obras e em parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Todos os monumentos tradicionais do sítio arquitetônico – que contempla ainda o busto do frei Carlos Olearo e o tradicional relógio – estão passando por restauração e serão devolvidos aos seus locais de origem com suas características recuperadas.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior destacou que restaurar os monumentos históricos é fundamental para preservar a memória da cidade. “O Centro de São Luís segue recebendo o maior investimento dos últimos 30 anos. São grandes intervenções em áreas históricas que, depois de prontas, vão dar ainda mais beleza e destaque à nossa história e cultura. Além de recuperarmos o patrimônio arquitetônico estamos recuperando o patrimônio artístico, restaurando os monumentos que ficam nas áreas em obras. Somente na área da Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno estamos recuperando três monumentos tradicionais, preservando sua memória e valorizando nosso patrimônio histórico”, enfatizou o gestor.

Estátua de João Lisboa

A estátua de João Lisboa foi instalada no local há 102 anos e agora passa por um processo de restauração que irá devolver suas características originais. O processo ocorre em três etapas. A primeira delas é a limpeza de todo o monumento para retirar a sujeira orgânica – decorrente do acúmulo de fezes dos pombos que vivem na região – e química – resultado do processo de oxidação do bronze, metal do qual é feita a estátua, a poeira e fuligem gerada pelo tráfego no entorno entre outros. Nesta etapa é usado ácido acético e uma escova de bronze, que removem os resíduos sem danificar a estátua. Após a conclusão da limpeza será aplicada resina de poliuretano para evitar que a sujeira que se acumulará novamente cause danos ao monumento. Por fim, será feita a recuperação da base da estátua.

Restos mortais foram transferidos para o Largo do Carmo

A estátua de João Lisboa foi instalada para comemorar o centenário do poeta e jornalista, que ocorreu em 1912. Um ano antes, no dia 26 de abril de 1911, os restos mortais de João Lisboa foram transferidos para o Largo do Carmo, onde foram enterrados no centro da praça, no lugar onde hoje está a estátua. Desde então, o escritor jaz no local. No entanto, apenas em 1918 o monumento foi inaugurado, em 1º de janeiro, data que assinalava os oitenta anos da publicação do primeiro número da Crônica Maranhense. A estátua foi feita pelo artista francês Jean Magrou toda em bronze e com uma base de mármore e pelo tamanho e peso, está sendo restaurada no próprio local onde está fixada.

O local onde hoje está instalada a estátua recebeu a denominação de Praça João Lisboa em 1901 em homenagem ao escritor e jornalista maranhense que residiu nas proximidades. Em 1911, o deputado e escritor Viriato Correia, na sessão de 8 de abril, apresentou um projeto de lei ao Congresso Legislativo do Estado do Maranhão, autorizando o governo a abrir crédito necessário para a construção de uma estátua, em São Luís, em homenagem ao jornalista. Em novembro de 2012, a Academia Maranhense de Letras homenageou o monumento com uma nova placa de identificação, colocada na base da estátua na data que marca o bicentenário de nascimento do escritor. João Francisco Lisboa, conhecido como O Maranhão, foi jornalista, escritor, historiador e crítico político. Integrou um grupo de destaque da literatura maranhense no século XIX, “Os Atenienses”. É patrono das academias Maranhense e Brasileira de Letras. Ele nasceu no município de Pirapemas, em 22 de março de 1812 e morreu aos 51 anos de idade no dia 26 de abril de 1863, em Lisboa, Portugal.

Outros monumentos

Além da estátua de João Lisboa, o conjunto arquitetônico formado pela Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno contam ainda com outros dois monumentos: o busto do frei Carlos Olearo e do tradicional relógio. “A restauração dos monumentos que integram o conjunto João Lisboa, Largo do Carmo e entorno é uma importante ação de valorização do nosso patrimônio por tratar-se de importantes símbolos de nosso município. Trata-se de uma obra com grande significado, o qual fazemos questão de preservar”, afirmou o presidente do por meio do Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur), Fábio Henrique Carvalho.

A restauração do busto do frei já foi concluída. Para a restauração do monumento foram seguidos os mesmos passos que estão sendo executados na estátua de João Lisboa. O busto está na sede da empresa e será recolocado no Largo do Carmo quando do fim das obras de requalificação da área. O frei Carlo da San Martino Olearo, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da província religiosa da Lombardia, do norte da Itália, foi o primeiro superior regular da Missão do Maranhão, responsável pela catequização indígena no estado.

Novo relógio

Está em fase de finalização a recuperação do tradicional relógio do Largo do Carmo. Já foram concluídos o restauro dos quatro mostradores. Um deles estava totalmente danificado e foi praticamente refeito. Também já foram recuperadas as quatro faces de vidro, colocada nova iluminação em LED e um sistema que garante o funcionamento do relógio por até 72 horas caso falte energia elétrica na região. A empresa responsável está aguardando apenas a chegada do novo maquinário que vai garantir o funcionamento do relógio para que o monumento possa ser reinstalado no largo. O relógio original data de abril de 1941, durante a gestão do prefeito Pedro Neiva de Santana. Ao longo dos anos chegou a passar por algumas intervenções, mas devido ao vandalismo estava sem funcionar há muitos anos, chegando a ter peças roubadas.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias