DIA DO TRABALHO, SEM EMPREGO

Mais de 12 mil pedidos de seguro-desemprego no Maranhão

A pandemia do novo coronavírus está acarretando fortemente na economia brasileira deixando um rastro de desemprego e dificuldades no trabalho informal

Reprodução

Todo dia ela ia para o trabalho em uma loja de confecções no Ipase. Vendedora, Vânia da Cruz garantia a economia da casa com um salário mínimo dela e outro do marido, auxiliar de serviços gerais. Mas agora tem apenas o salário do marido.  Com as consequências ruins para a economia não só do Brasil, mas de todo o mundo, trazidas pela pandemia da covid-19, Vânia está temporariamente sem emprego.

Com a crise da pandemia do novo coronavírus e em razão das restrições impostas que afetaram diretamente a economia, pequenas, grandes e médias e empresas se viram obrigadas a adotar uma série de medidas alternativas relativamente aos seus empregados, seja como prevenção de sua qualidade de vida, seja para assegurar o emprego.  Mas algumas delas acabou tendo que demitir. E para trabalhador liberal, isso ficou ainda mais difícil.

Assim como ela, outros milhares se viram desamparados desde que as medidas de isolamento social foram recomendadas, o que impactou negativamente na vida de todo mundo. No trabalho informal também não está sendo diferente. Ana Maria Costa, que trabalha vendendo lanches disse que as vendas caíram pela metade, uma vez que muita gente está cumprindo o isolamento social. “Já quero que isso passe para as nossas vidas voltarem ao normal”.

Para o presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de São Luís, José de Ribamar Ferreira, o setor sente o impacto diante do atual quadro que passa o Brasil. Ele e outros milhares de ambulantes em todo o Brasil, precisam enfrentar diariamente o risco de contrair a doença, porque precisam estar nas ruas para garantir o pão de cada dia. “A gente não pode fazer quarentena, senão fica sem trabalho, sem ter o que comer”, diz José de Ribamar.

Já quero que isso passe para as nossas vidas voltarem ao normal

Outra categoria, a dos trabalhadores domésticos, também tem sido afetada pela crise econômica. A presidente do Sindicato das(os) trabalhadoras(es) domésticas(os) do Estado do Maranhão, Valdelice de Jesus Almeida disse que a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas está  com uma campanha,  “Cuida  de QUEM cuida  de você”, para conscientizar  os  patrões  a não  demitirem  as trabalhadoras.  Segundo ela, tem trabalhadoras  que estão de quarentena  total e  outras  com redução  de jornada. “Tem  sim  havido  demissão,   mas  tem patrão  que está fazendo  o acordo da MP 936, com suspensão  total do contrato  por  60 dias ou 90 dias, ou o acordo  parcial  de redução da jornada, justamente  não  demitir as trabalhadoras”, disse Valdelice.

A crise do coronavírus poderá deixar até 12,6 milhões desempregados e provocará contração recorde de quase 15% na renda dos trabalhadores, caso o governo não amplie os instrumentos de transferência de renda à população e de ajuda a empresas para que mantenham empregos.  Os dados são de uma pesquisa do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). “Mesmo com as medidas já anunciadas para garantir renda extra a trabalhadores formais e informais, que somam R$ 170 bilhões, a massa salarial deve cair 5,2%, retração recorde da série iniciada em 2003. Sem essas medidas, a queda seria de 10,3%”, constatou o estudo.

No Brasil, a criação ou fechamento de vagas de trabalho é divulgada pelo governo com base do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entretanto, o governo suspendeu a divulgação desses números sob a justificativa de que as empresas, afetadas pelas medidas de restrição impostas pelo combate à pandemia, deixaram de enviar os dados.

12 mil pedidos de seguro-desemprego no  Maranhão

De acordo com o governo federal a pandemia já gerou 150 mil pedidos de seguro-desemprego a mais que em 2019.  De acordo com dados divulgados pela equipe econômica do governo, 866.735 trabalhadores deram entrada no pedido do seguro-desemprego entre o começo de março e a primeira quinzena de abril de 2019.

Em 2020, no mesmo período, foram 804.538, ou seja, o número de pedidos já recebidos é inferior ao do ano passado. Porém, o governo acredita que pelo menos 200 mil trabalhadores que foram demitidos durante a pandemia ainda não deram entrada no benefício.

No Maranhão
Do Maranhão, de acordo com Dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em março de 2019 os pedidos feitos pelo Maranhão de seguro-desemprego foram 7.359. Neste ano, em fevereiro foram 6.150  e março, 6.170. Os dados de abril ainda não foram contabilizados. Com esses dois meses de dados divulgados, são mais de 12 mil pedidos de seguro-desemprego pedidos nos últimos meses.

São Paulo registrou o maior número de pedidos, com 77.121 solicitações, seguido por Minas Gerais (33.001) e Rio de Janeiro (20.661). Os três estados com maior proporção de requerimentos via web foram Amazonas (99,6%), Rio Grande do Norte (98,8%) e Tocantins (98%).

Durante o mês de março, estados e municípios fecharam as agências do Sistema Nacional do Emprego (Sine).  Em São Luís, a Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária, por meio da coordenação Estadual do Sine, está trabalhando de forma remota com equipe técnica para auxiliar os trabalhadores que precisam habilitar o Seguro-Desemprego.

Para ter direito ao benefício, o trabalhador deve comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses; declarar que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. O prazo para análise do requerimento é de 20 dias e o pagamento é feito, em média, 30 dias após a solicitação. Vale destacar que os atendimentos estão sendo realizados por e-mail (segurodesemprego.sine@setres.ma.gov.br), via telefone (98)98814-8614 e através das redes sociais da Secretaria.

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