DISPUTA FERRENHA

TJ-MA elege hoje seus dirigentes

Na disputa pela presidência, estão os desembargadores Nelma Sarney e Lourival Serejo

Reprodução

Numa eleição marcada pela divisão de dois grupos, atuando fortemente no ambiente quase litúrgico do Palácio Clóvis Beviláqua, o Tribunal de Justiça do Maranhão elege, hoje, em sessão administrativa, o presidente, o corregedor-geral e o vice-presidente para o biênio 2020/2021. Disputam, voto a voto, a presidência os desembargadores Lourival Serejo e Nelma Sarney. Já a eleição para os cargos de corregedor e vice-presidente está em ambiente mais ameno, mesmo assim também exigindo fortes articulações pelos gabinetes dos 30 desembargadores e de quem mais possa exercer alguma influência de fora para dentro.

A desembargadora Nelma Sarney é a que detém mais tempo na corte sem assumir a presidência. Em 2017, ela era corregedora e perdeu a eleição para o atual presidente, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, que apoia Lourival Serejo, um intelectual de crônica refinada, membros da Academia Maranhense de Letras e articulista de O Imparcial. Nelma, novamente, tem um páreo duro, já que Lourival contaria com o apoio dos ex-presidentes Jamil Gedeon, Cleones Cunha e, possivelmente, Antônio Bayna Araújo, o decano da corte.

A Corregedoria-Geral de Justiça está sendo disputada pelo desembargador Paulo Velten, um dos mais articulados e também estudiosos, com pós-doutorado. Ele entrou no páreo em razão da saída do colega Marcelo de Carvalho, que estaria na vez de concorrer. Velten passou a dialogar com todos os lados da disputa, enquanto sua concorrente Maria da Graça Duarte, em tese, trabalha nos bastidores, numa articulação que pouco aparece entre seus pares. É a campanha de porta em porta. Porém, não deixar de ser forte na busca de seu projeto.

A vice-presidência tem como postulantes os desembargadores José Bernardo Silva, que deve cair na aposentadoria compulsória de 75 anos em 2020, e Jaime Ferreira de Araújo. 

Os dois têm estilos diferentes de atuação como magistrados, mas muito parecidos nas articulações políticas para a eleição de hoje: sem alarde. Todos os desembargadores são amigos nas câmaras em que atuam, e também no pleno da corte. Porém, entre julgamentos prolongados ou de apenas “acompanhar o relator”, cada membro do TJ tem suas preferências políticas e sua forma de exercê-las sem que isso signifique partidarizar os julgamentos, como é perceptível hoje nos tribunais superiores, inclusive no Supremo Tribunal Federal.

Nelma é cunhada do ex-presidente José Sarney e já perdeu outra eleição no TER, onde era corregedora, para o hoje aposentado, Raimundo Cutrim. O fato do parentesco ilustre sugere alguns votos que seriam cativos, como os desembargadores Ricardo Duailibe, Tyrone José Silva, Ângela Salazar e Antônio Guerreiro Júnior.

Outros membros do TJ, como Jorge Rachid, Luiz Gonzaga Almeida, José Ribamar Castro, Josemar Lopes (o mais novo na Casa), João Santana, Raimundo Barros, Cleonice Freire, Vicente de Paula, Marcelino Ewerton são “votos-cotia”, que transitam no ambiente soturno do TJ, com o cuidado de não transparecer preferência. São eles, afinal, que vão decidir o pleito, um dos mais acirrados, com possibilidade de a vantagem não ser alargada para o vitorioso.

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