DECISÃO

Extinção do DPVAT será para combater fraudes, diz Governo Federal

Medida provisória para extinguir seguro, assinada pelo presidente da República, objetiva evitar fraudes. Especialista afirma que poderia haver alterações no sistema

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A notícia sobre o fim do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, o chamado DPVAT, a partir de janeiro de 2020, divide opiniões. 

Se por um lado, a medida atende a finalidade de evitar fraude, por outro lado, é preciso que se apresente uma nova saída para assegurar o usuário. O seguro indeniza vítimas de acidentes de trânsito.

Leia também: Entenda como funciona o seguro DPVAT

A medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o governo, tem por objetivo evitar fraudes e amenizar os custos de supervisão e de regulação do seguro por parte do setor público, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Para o coordenador do Observatório do Trânsito no Maranhão, Francisco Soares, a matéria é muito complexa e está dividindo as opiniões dos especialistas em trânsito. “Ele foi criado em 1974. O pagamento feito junto com o IPVA é anual e obrigatório para todos os proprietários de veículos. Sem o DPVAT, o motorista não consegue renovar o licenciamento do seu veículo. Ocorre que ele, apesar de ajudar as vítimas no trânsito, é suscetível de muitas fraudes. Ocorre também que os quase 2 bilhões recolhidos anualmente não representam, uma verba carimbada e pode ir para o SUS (Sistema Único de Saúde) para qualquer tipo de despesa e não só para os acidentados no trânsito. A parte que é destinada a ajudar o Denatran em campanhas educativas não funciona, pois é sistematicamente contingenciado”, comenta o especialista.

O grande entrave para ele, é que antes do seguro ser extinto, deveria ser apresentada uma alternativa. “Ou seja, a extinção do DPVAT, ao meu ver, mesmo com suas falhas, só deveria ocorrer depois da apresentação pelo governo federal de um novo modelo que seja mais eficiente e blindado contra as fraudes. O grande risco é extinguir o seguro e não ter um outro modelo para substituí-lo”, aponta.

Pela proposta do governo federal, os acidentes ocorridos até 31 de dezembro de 2019 continuam cobertos pelo DPVAT. A atual gestora do seguro, a Seguradora Líder, permanecerá até 31 de dezembro de 2025 como responsável pelos procedimentos de cobertura dos sinistros ocorridos até a data de 31 de dezembro deste ano.

Segundo o Ministério da Economia, a medida provisória não desampara os cidadãos no caso de acidentes, já que, quanto às despesas médicas, há atendimento gratuito e universal na rede pública, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). 

Para os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), também há a cobertura do auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e de pensão por morte.

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