MANIFESTAÇÃO

Produtores rurais realizam ato na ilha contra liberação do uso de agrotóxicos

Nesta quarta-feira (7), diversas redes e organizações da sociedade civil juntam-se a estas instituições para se manifestar contra a liberação de produtos agrotóxicos que está sendo promovida pelo governo federal.

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Inseridas no cotidiano do cidadão comum as feiras livres são sem dúvida parte da paisagem das pequenas às grandes cidades brasileiras. Consideradas de grande importância sócio cultural, uma vez que as mesmas são muito mais que apenas espaços de transações comerciais, são espaços de interação entre as pessoas e que ainda preservam a diversidade de nossa cultura popular e alimentar. E São Luís não foge dessa realidade e tendência que conquistou diversas regiões e que está ganhando cada vez mais espaço.

2014mai17 – 14h Protudor de Hortaliças Familia Frohlic em santa maria do Herval RS. Foto Albino OliveiraMDA

Entre as mais conhecidas na ilha está Feira Agroecológica realizada pelo Fórum Estadual e conta com o apoio da Associação Agroecológica Tijupá, a Associação Maranhense para a Conservação da Natureza (Amavida), a Rede Agroecológica do Maranhão (RAMA), grupos produtivos solidários do Fórum Maranhense da Economia Solidária (FEESMA) e a Articulação do Semiárido no Maranhão (ASA Maranhão).

Nesta quarta-feira (7), diversas redes e organizações da sociedade civil juntam-se a estas instituições para se manifestar contra a liberação de produtos agrotóxicos que está sendo promovida pelo governo federal.

O ato acontecerá das 9h às 11ho, durante a Feira Agroecológica e Solidária que acontece na primeira quarta-feira de cada mês, na Praça da Alegria (Centro, São Luís), com a venda de produtos da agricultura familiar e da reforma agrária, a partir das 6h da manhã e encerrando ao meio dia.

Brasil possui hoje 2.356 agrotóxicos

Desde 2008 o Brasil é campeão mundial no consumo de Agrotóxicos, posto que se fortaleceu ainda mais nos último 07 meses com a liberação de mais 290 agrotóxicos pelo governo Bolsonaro. No total o Brasil possui hoje 2.356 agrotóxicos disponíveis para o consumo, incluindo alguns que são extremamente tóxico ao ambiente como o Sulfoxaflor que está relacionado ao desaparecimento das abelhas, como apontam vários estudos fora do Brasil.

Entre os agrotóxicos comercializados atualmente, temos por exemplo o 2-4D, Finopril e Glifosato, todos também com indícios de comprometerem a existência das abelhas e outros polinizadores, além de trazerem comprometimento da saúde humana, pois possuem potencial carcinogênico. O 2-4D é bem conhecido por ter feito parte da composição do agente laranja que foi utilizado pelos EUA na Guerra do Vietnã. Existem ainda relatos de agricultores do sul do pais que em abril acumularam perdas de até R$ 100 milhões devido ao desaparecimento de polinizadores pelo uso do 2-4D.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva  (Abrasco) que divulgou várias pesquisas sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde humana, alerta que um dos principais problemas dos agrotóxicos no Brasil é a mistura de vários princípios ativos, formando um coquetel de venenos que contaminam a saúde de pessoas, animais, fontes de água, solos e o ar.

A Abrasco aponta ainda que cada brasileiro atualmente consome 7,3 litros de agrotóxico por ano, mas alguns estados como Paraná chega ao consumo per capita de 8,7 litros/ano. A preocupação das organizações do campo e de militantes da saúde e ambiente é que com as novas liberações (que devem continuar) e com a aprovação do PL do veneno (PL nº 6299/02) em tramitação no congresso este quadro de consumo de agrotóxico aumente cada vez mais e que isso promova um quadro epidêmico de câncer no país, além do desaparecimento das abelhas e de outros polinizadores o que pode levar a também bilhões em perdas econômicas.

Participação feminina na produção

De acordo com Carlos Henrique um dos organizadores da feira, o local oferece produtos exclusivamente agroecológicos, ou seja saudáveis e livres de agrotóxicos como: Acerola, coco, mamão banana, limão e murici, além de farinha d’água e seca de primeira qualidade Tapioca natural (com e sem coco), fécula hidratada, massa de macaxeira e massa de puba, arroz torrado e arroz novo, feijão vinagre, abóbora, João Gomes e taioba, cará, macaxeira, gengibre, gergelim, corante e açafrão em pó.

Na feira o consumidor pode encontrar ainda óleo de babaçu e de copaíba, pimentas variadas, cascas, folhas e raízes (aroeira, barbatimão, aroeira, angico, acafrao,  canela e outras), xarope de urucum, licores (mangaba, jenipapo, canela, maracujá e outros, mel de abelha apis, artesanatos diversos feitos em palha, fibras de buriti, biscuit entre outros, além de oficina de compostagem com Osmar Vasconcelos que orientam os consumidores sobre o seu reaproveitamento,

“Uma coisa importante sobre a importância da agricultura familiar é que estes produtos agroecológicos vem de comunidades rurais que em sua maioria vem da região do Munim que a maioria vem de propriedades privadas e coletivas onde a maioria dos produtores são mulheres. Todas elas trabalham em seus quintais fazendo roçado, quebrando a lógica que ajudam os homens por meio desse empoderamento, uma vez que essa produção gera renda para a família”, explicou um dos organizadores.

Alimentação escolar

Carlos Henrique explicou quase a totalidade dessas produtoras rurais da região do Munim envolvidas no processo das feiras tem a comercialização de seus produtos por meio do PNAE, que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar onde os municípios fazem a compra obrigatória de no mínimo 30% da produção realizada por famílias que dependem da agricultura familiar. “Todas elas além da participação das feiras fazem entrega sistemáticas destes produtos para alimentação escolar nas escolas municipais, inclusive dos interiores que elas residem”, explicou  

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