PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Fonte do Ribeirão entra em obras de manutenção por 30 dias

Estão previstos serviços de manutenção como: a construção de um passeio público; recuperação de calçamento; limpeza geral e pintura geral. O prazo de entrega é de 30 dias.

Reprodução

A Fonte do Ribeirão, um dos mais belos cartões postais da cidade, localizada no Centro Histórico passará por obras de manutenção. Os trabalhos realizados pela Prefeitura de São Luís começaram na última segunda-feira (26), e a Empresa Alfa Engenharia foi a vencedora da licitação. O valor da obra está orçado em R$ 47.363, 34, e estão previstos serviços como: a construção de um passeio público; recuperação de calçamento; limpeza geral e pintura geral. O prazo de entrega é de 30 dias.

As obras de manutenção ocorreram a partir de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) em 2017, na qual a Justiça Federal determinou, liminarmente, que a Prefeitura de São Luís adotasse providências diante do estado de abandono tanto da Fonte das Pedras quanto a do Ribeirão. Os dois monumentos históricos, em área de tombamento federal, estavam sujeitos a atos de vandalismo, sujeira e depredação, além da ocupação irregular.

O valor da obra de manutenção da Fonte do Ribeirão está orçado em R$ 47.363, 34

As intervenções fazem parte do programa São Luís em Obras, e somam-se às diversas já executadas pela Prefeitura de São Luís, visando transformar os espaços públicos e devolver à população uma cidade muito mais estruturada e bonita. As obras executadas pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em parceria com a Prefeitura, também já contemplaram a Praça Pedro II e o Complexo Deodoro, logradouros já finalizados, e a Rua Grande, que será entregue nos próximos dias.

História e características

Estátua do deus romano Netuno no alto da Fonte do Ribeirão

Sua construção foi feita em 1796, durante o mandato do governador do Maranhão, Fernando António Soares de Noronha. Este fato é conhecido através de dois ofícios. Em um deles, datado de 13 de fevereiro de 1796, o capitão José Luiz da Rocha, encarregado da inspeção para a construção de uma nova fonte, pede que o governador ordene a compra do quintal da casa de José Gomes Viana e mande entulhá-lo, uma vez que o mesmo era responsável pela poluição da nascente da fonte. Em outro, datado de 13 de agosto do mesmo ano, o capitão solicita uma quantia de Rs. 1:200$000 que ainda faltava para a conclusão da obra, sendo essa quantia usada na aquisição de cantaria para os canos, carrancas para as biqueiras, pedras, cal, tijolos, jornais, etc.

Carrancas esculpidas em cantaria com biqueiras em bronze pelas quais deveriam escorrer a água e que estão atualmente entupidas

Possui piso em cantaria e um grande frontispício, no topo do qual fica uma estátua do deus romano Netuno. Na parte central da fachada, encontram-se três janelas que dão acesso a galerias subterrâneas. Na parte inferior, existem cinco carrancas esculpidas em cantaria com biqueiras em bronze pelas quais a água escorre. Em 1950, a área da fonte foi tombada pelo SPHAN, do governo federal, devido às características coloniais das fachadas das construções, que caracterizam uma área do século XVIII. A fonte também recebe alguns espetáculos culturais de dança e apresentações musicais, sendo um importante ponto de encontro na cidade.

Lendas e mistérios sobre a fonte

A fonte do Ribeirão é tema de lendas populares em São Luís. A mais conhecida trata de uma enorme serpente adormecida que cresce aos poucos no subsolo, cuja cabeça se encontra na fonte do Ribeirão e a cauda, abaixo da igreja de São Pantaleão; segundo a lenda, no dia em que a cabeça da criatura encontrar a cauda, o animal acordará e destruirá a ilha de São Luís. Também há estórias que afirmam que os túneis da fonte teriam sido construídos para que os padres se locomovessem em segredo entre as igrejas da cidade, ou que tinham função estratégica de permitir a fuga no caso de uma invasão estrangeira ou revolta popular.

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