DEVOÇÃO E FÉ

Igreja do Carmo realiza campanha em festejo para recuperar o teto

Em obras há duas semanas, operários trabalham na recuperação do teto do templo religioso católico que estava comprometido. Festejo em homenagem à Santa encerra nesta terça-feira (16) com a presença de Dom Belisário

Reprodução

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo localizada na Praça João Lisboa, pertencente a Ordem dos Capuchinhos está fazendo uma campanha para angariar recursos que serão investidos na recuperação do seu telhado que está em reforma. A Igreja que está integrada ao convento, é um dos templos católicos mais importantes e tradicionais da cidade.

Segundo Frei Rafael da Igreja do Carmo, a obra começou há duas semanas e está com orçamento fechado para R$ 155 mil, mas o valor pode aumentar por conta das chuvas que podem atrapalhar o cronograma da obra. “Se a chuva não atrapalhar tudo vai sair conforme o planejado, mas durante o trabalho vai ficar descoberto a parte do gesso. Então se no caso chover, nós teremos um adicional a mais. Cada centavo que entrar agora vai para a obra. Estamos também oferecendo um almoço no qual a renda também será revertida para a obra. Estamos contando com os nossos fiéis e com as pessoas que querem colaborar para que dê tudo certo”, disse Frei Rafael.  

Frei Rafael que faz parte da congregação da Província Capuchinha de Nossa Senhora do Carmo

Mesmo em obras, as missas e atividades na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que está realizando o seu tradicional festejo que começou no último dia 7 de julho e vai até esta terça-feira (16) onde ocorrerão missas às 7h, 8h e ao meio dia, sendo que a última acontece às 17h com a presença de Dom Belisário.

Desconhecida ainda por grande parte da população, a igreja possui um convento que tem um dos jardins mais bonitos da ilha, além de um acervo de peças sacras que datam da época da fundação de São Luís.   

Sobre a Igreja do Carmo

A Igreja do Carmo, integrada ao convento é um dos templos católicos mais importantes e tradicionais da cidade. O conjunto localiza-se numa área tombada pelo IPHAN desde 1955. Em 1624, chegaram a São Luís três frades da Ordem do Carmo, acompanhados do frei Cristóvão de Lisboa, que receberam uma doação de terras do governador Alexandre de Moura. O primeiro convento foi edificado num local chamado sítio de Monsieur de Pinau, posteriormente conhecido como “Carmo Velho”, onde hoje se localiza a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Rua do Egito.

Pouco mais tarde, em 1627, foi construído o convento atual, onde havia uma capela dedicada a Santa Bárbara. Seu primeiro prelado teria sido frei Cristóvão de Lisboa ou frei André da Natividade. Durante a invasão holandesa (1640-1644), a igreja do Carmo foi alvo de depredações pelos invasores, que inclusive danificaram suas torres e paredões. Serviu também como quartel militar para os portugueses.

Após a expulsão dos holandeses, o convento abrigou diversos órgãos, incluindo o Corpo de Artilharia e o Corpo de Polícia. Lá funcionaram as aulas régias do ensino primário e secundário, a primeira biblioteca pública do Maranhão e a primeira sede do Liceu Maranhense, inaugurado no governo de Vicente Tomás Pires de Figueiredo Camargo. Em 27 de outubro de 1814, o convento obteve autorização para sediar aulas de ciências humanas e morais e teologia aos religiosos da ordem, além de aulas gratuitas de latim e retórica aos jovens. As aulas duraram até muito depois do período da independência.

Palco de movimentos políticos

O convento foi palco de importantes acontecimentos políticos, sendo o local onde José do Patrocínio se pronunciou para a população maranhense ao ser deportado para a Amazônia pelo empastelamento de um jornal. Ali, no contexto da adesão do Maranhão à República, a comitiva do Conde D’Eu, em campanha para que a Princesa Isabel sucedesse D. Pedro II, foi vaiada por estudantes do Liceu que gritavam “Morra a monarquia e viva a República!”. Das janelas do convento, que era a sede do Liceu, os estudantes vaiavam presidentes da província e outras autoridades civis e militares quase diariamente, sendo frequentemente expulsos pela polícia. Com a Proclamação da República, as igrejas foram progressivamente abandonadas, o que levou à saída dos carmelitas e à aquisição do convento e da igreja do Carmo pelos capuchinhos em 1894. Os frades então continuaram a tradição de serviços religiosos e obras sociais da igreja.

SERVIÇO

Quem quiser colaborar com as obras de recuperação a igreja é só fazer o depósito na conta:

Banco do Brasil

Agência 5750 -9

Conta corrente 315 -8

Província Capuchinha de Nossa Senhora do Carmo

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