MOBILIZAÇÃO

Marcha da maconha acontece neste sábado (8) na Ilha

A concentração acontece na Praça Deodoro, no Centro, a partir das 15h e tem como ponto final, a Trav. dos Catraeiros, na Praia Grande, em frente a Cia Circense.

Reprodução

Diversos grupos que lutam pela descriminalização da maconha para consumo pessoal e para fins medicinais de São Luís participam nesta sábado (8) da Marcha da Maconha de São Luís. Esta é a terceira edição do evento que contará com a presença de representantes de segmentos das causas feministas, LGBTQ+, pacientes de cannabis medicinal e movimentos negro e entusiastas pelo desencarceramento. A concentração acontece na Praça Deodoro, no Centro, a partir das 15h e tem como ponto final, a Trav. dos Catraeiros, na Praia Grande, em frente a Cia Circense. No local acontecerá um ato show com a presença de vários artistas, entre eles, Beto Enhogue, Thiago Maci, Núbia, Zé Maria Medeiros e outros.  

Primeira Marcha da Maconha em São Luís aconteceu em 2017 no bairro do Cohatrac

 Segundo Isabela Larissa, uma das organizadoras da Marcha da Maconha na ilha, a primeira edição aconteceu no ano de 2017, no bairro do Cohatrac que na época reuniu mais 100 pessoas. Ela explicou que no ano passado, a marcha aconteceu no Centro e saiu da praça Joãosinho Trinta em direção ao Centro Histórico de São Luís. Este ano a concentração acontecerá na Praça Deodoro também com a direção à Praia Grande. “Ao longo dos anos a Marcha da Maconha foi agregando pautas políticas  como a de enfrentamento de guerra ás drogas, de encarceramento em massa da juventude “preta” e de pessoas mais pobres, de mulheres periféricas, e colocando em pautas as pesquisas relacionadas de saúde como o uso dos extratos do canabidiol e pesquisas científicas do uso industrial e comercial da fibra de cannabis. A ciência acaba perdendo muito com essas proibições porque deixa de realizar esse desenvolvimento de pesquisas na área da saúde, de fármacos e até de cosméticos. Muitos países como os Estados Unidos já estão com a legislação avançada com relação ao uso de cannabis, enquanto o Brasil ainda está engatinhando”, explicou a militante.

Isabela Larissa supõe que a maior parte das pessoas usuárias de maconha nas grandes cidades hoje, são pessoas de classe média que recebem em casa seus kits individualizados pagam pelo frete para receber a droga em casa, apesar da prática ser ilegal. “O serviço de delivery de maconha no Brasil é uma realidade. Apesar de não estar legalizado é um serviço que cada dia cresce mais. O tráfico criminalizado no Brasil é um tráfico que estanca a pesquisa e o desenvolvimento da saúde e que encarcera as pessoas em massa. Essa mesma galera que condena historicamente esse movimento político da Marcha da maconha no país é a mesma classe média que recebe seu delivery embalado em seus pacotinhos individualizados em seus apartamentos.                       

Para Gleyk Maia, que também está fazendo a mobilização de pessoas interessadas em abraçar a causa, mesmo aquelas que não usam afirma que o debate é importante para ser colocado em pauta junto a população do estado. “Já foi comprovado por meio de pesquisa que a descriminalização diminuiu o tráfico consideravelmente. Precisamos colocar isso em discussão para que as pessoas tenham um esclarecimento maior sobre o movimento. No nordeste no geral, o uso da maconha sempre fez parte da cultura popular. Quando eu comecei a frequentar grupos de bumba bois aqui na ilha, eu ouvi relatos de senhores que nos idos dos anos de 1930 nas comunidades da zona rural, como Sítio do Apicum, Juçatuba e outras nos seu quintais e até em praças era comum ter um pé de maconha para consumo pessoal. Perguntei: “Porque acabou?”. E ele respondeu: “Porque as estradas chegaram. Enquanto eram só trilhas fumávamos tranquilos”. Depois teve toda essa proibição, se tornando em crime”, disse Gleyk Maia.      

Sem data de votação para a descriminalização

O ministro Dias Toffoli adiou o julgamento da sem marcar nova data da votação pela descriminalização da maconha. A pauta corre no Senado desde 2011, e só conseguiu ser julgada no ano de 2015.

O caso está com Alexandre de Moraes porque ele herdou os processos de Teori Zavascki, que morreu em 2017 após um acidente aéreo – Teori havia pedido vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Três dos 11 ministros do STF já se manifestaram sobre o tema, em 2015, quando o caso começou a ser julgado. Os três ministros votaram pela descriminalização do consumo de drogas. Como o caso tem repercussão geral, o que for decidido pelo STF terá efeito em todas as ações que tramitam na Justiça de todo o país.

Sobre a Marcha da Maconha

Marcha da Maconha é um evento que ocorre anualmente em diversos locais do mundo. Trata-se de um dia de luta e manifestações favoráveis a mudanças nas leis relacionadas a maconha, em favor da legalização da cannabis, regulamentação de comércio e uso (tanto recreativo quanto medicinal e industrial, tendo em vista as milhares de aplicações da cannabis em várias áreas). A Marcha da Maconha ocorre mundialmente no primeiro final de semana do mês de maio, porém no Brasil, como a data coincide com o Dia das Mães, pode ocorrer em outros finais de semana (geralmente em maio). Além da marcha em si ocorrem reuniões, caminhadas, encontros, concertos, festivais, mesas de debates, entre outros.

O evento começou em 1994. Mais de 485 cidades participam desde então: Existem nomes locais para o evento também. Como: Dia Mundial da Maconha, Dia da Liberação da Maconha, “Ganja Day”, “J Day”, Marcha da Maconha.

A Marcha da Maconha caracteriza-se também por celebrar os estudos científicos que revelam os diversos usos da cannabis: medicinal, industrial, religioso, entre outros. Uma das principais organizadores do evento desde 1999 é Dana Beal e a CannabisCulture.com e suas publicações: Cannabis Culture Magazine. Eles enviaram para muitos lugares banners e notícias por todo o mundo durante vários anos ajudando na divulgação dos eventos.

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