Trabalho infantil: Maranhão ocupa o 4º lugar no ranking
Campanha Nacional contra o Trabalho Infantil é encampada no Maranhão pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil do Maranhão
O trabalho infantil ainda é uma realidade para milhões de meninas e meninos no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), em 2016, havia 2,4 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil, o que representa 6% da população (40,1 milhões) nesta faixa etária. Cabe destacar que, do universo de 2,4 milhões de trabalhadores infantis, 1,7 milhão exerciam também afazeres domésticos de forma concomitante ao trabalho e, provavelmente, aos estudos.
As regiões Nordeste e Sudeste registram as maiores taxas de ocupação, respectivamente, 33% e 28,8% da população de 2,4 milhões na faixa entre cinco e 17 anos. Nestas regiões, em termos absolutos, os estados de São Paulo (314 mil), Minas Gerais (298 mil), Bahia (252 mil) e Maranhão (147 mil) ocupam os primeiros lugares no ranking entre as unidades da Federação. Nas outras regiões, ganha destaque o estado do Pará (193 mil), Paraná (144 mil) e Rio Grande do Sul (151 mil).
A maior concentração de trabalho infantil está na faixa etária entre 14 e 17 anos, somando 1.940 milhão. Já a faixa de cinco a nove anos registra 104 mil crianças trabalhadoras, conforme apontou estudo Trabalho Infantil e Trabalho Infantil Doméstico no Brasil do FNPETI.
Em São Luís, o Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (16ª Região), por meio da Comissão Regional de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, aderiu à campanha nacional que leva o tema Criança não deve trabalhar, infância é para sonhar. No estado, a campanha é encampada pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil do Maranhão (Fepetima), do qual o TRT-MA faz parte. A campanha faz parte das ações pelo 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
O objetivo da campanha é sensibilizar e motivar uma reflexão da sociedade sobre as consequências do trabalho infantil e a importância de garantir às crianças e aos adolescentes o direito de brincar, estudar e sonhar, vivências que são próprias da infância e que contribuem decisivamente para o seu desenvolvimento.
Dos 2,4 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalhando, eles são achados na agricultura, pecuária, comércio, domicílios, ruas, construção civil, entre outras situações.
A erradicação de todas as formas de trabalho infantil até 2025 é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O Brasil é signatário do acordo. “Por isso, é tão importante acelerar o ritmo da redução do trabalho infantil para que seja possível alcançar a meta”, defende Isa Oliveira, secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).