SÃO LUÍS

População avalia estragos da chuva

Choveu em um dia metade do que estava previsto para todo o mês de março na capital. Momento é de recomeço para quem sofreu perdas materiais relacionadas a chuva forte

Reprodução

Pontes destruídas, muros que caíram, casas inundadas, prédios que desabaram, bens materiais estragados, moradias de pessoas que moram em áreas de risco afetadas. A forte chuva do final de semana deixou um rastro de estrago em toda a Grande Ilha. A hora é de avaliar o que pode ser feito e recomeçar. Sim, “Recomeçar”.  Nossa vida é um eterno recomeço.

Estávamos com 75% da obra pronta, mas vamos avaliar o prejuízo. Foi um incidente de ordem natural, então vamos esquecer tudo e recomeçar. A nossa pena é que trabalhamos 100 por cento com doação e ver isso tudo sendo desperdiçado é muito triste. Ao mesmo tempo estamos muito gratos por todo carinho e acolhimento que temos recebido nesses dias”, lamenta o presidente da Associação Antonio Brunno, Antonio Santos.

A Associação é um lar de acolhimento às pessoas com câncer e funcionará na Cohab. O projeto da nova sede é composto por uma edificação de dois pavimentos com quartos para até 220 pacientes e acompanhantes, um ambulatório para primeiros cuidados, salas de entretenimento, salas de tv, salas para projetos sociais, sala de marketing, capela, horta vertical, auditório, refeitórios, cozinhas, brinquedoteca, sala de orações e o Brunário. O intuito é melhorar a qualidade de vida das pessoas acolhidas, com um local mais digno e salubre.

A obra seria inaugurada no dia 22 de junho, mas agora foi adiada para aproximadamente seis meses. Segundo Antonio Santos o prejuízo maior é saber que não poderá atender logo a demanda de pacientes. “Hoje a gente está em uma casa alugada com capacidade para 30 pessoas. A nova sede terá capacidade para 220 pessoas por dia que já estão nos esperando. Esse nosso prédio será de urgência e emergência e poderemos abrigar talvez todos os pacientes oncológicos do Maranhão, em uma estimativa de 4 mil pacientes rotativo”, acredita Antonio Sousa. O muro da frente da associação caiu causando alagamento no consultório odontológico (foram perdidos os equipamentos), brinquedoteca e quartos. Alguns dos materiais de construção do local foram perdidos também, bem como os portões do fundo. A Associação espera que as pessoas continuem doando para que seja viável o projeto de acolher os pacientes com câncer.

Centro Histórico também sofreu 

Quem passava pelo Desterro ontem só tinha um sentimento. Desolação. Na rua Jacinto Maia, no Centro Histórico de São Luís, um casarão desabou no início da manhã de domingo (24), após fortes chuvas. O Corpo de Bombeiros informou que o imóvel, de propriedade particular não estava habitado há muito tempo e após o incidente foi isolado. Os escombros davam a sensação, para quem passava por perto, de abandono. “É isso que nós vemos: abandono. Ainda bem que não tinha gente nem dentro, nem por perto no momento. Ainda bem. Mas nossos casarões precisam ser cuidados, com olhar mais atento”, falou o professor Carlos Maia.

Além do prédio que desabou, outro teve deslocamento de parte da estrutura. Os imóveis atingidos estão localizados na Rua Jacinto Maia, próximo ao Convento das Mercês, e outro na Praça Pedro II, próximo à sede do poder municipal. As chuvas têm sido intensas, demoradas e o volume de águas ficou acima da média climatológica prevista pelo Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Nos locais dos desabamentos, equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) realizaram o isolamento, remoção de entulhos e levantamento técnico sobre as condições dos imóveis. Ontem seriam iniciados os trabalhos para escoramento e reforço da estrutura, a fim de evitar mais incidentes. Em outra frente de trabalho, segundo o governo do estado, um novo reboco será construído para restaurar as condições originais dos prédios.

Orientação e apoio às vítimas

No dia de ontem a Defensoria Pública do Estado fez uma força-tarefa para atendimento às vítimas dos estragos das chuvas envolvendo as áreas cível, moradia e consumidor, com o propósito de disponibilizar atendimento concentrado, mais rápido e eficaz.

Na Defensoria, as pessoas atingidas receberam atendimento jurídico e orientações sobre os procedimentos necessários para possíveis indenizações, bem como propugnações de aluguéis sociais e demais políticas públicas que beneficiam a população.

Segundo o defensor-geral do Estado, Alberto Bastos, está sendo estudada a possibilidade de levar os serviços da DPE até a comunidade por meio da unidade móvel.

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