GALERA DO SINAL

Quem são os atletas que pedem dinheiro nos semáforos de São Luís?

Você já se perguntou de onde vêm e para onde vão os grupos de quimono que pedem moedas nos sinais da ilha? O Imparcial entrou em contato com estes reais lutadores. Confira

Foto: Bruno Lutador/Arquivo Pessoal

Motoristas, passageiros e pedestres da capital maranhense certamente já se depararam com atletas vestidos em quimonos pedindo pequenas contribuições financeiras por entre os veículos parados nos semáforos da cidade. Em pequenos grupos, os jovens enfrentam o sol quente para angariar a quantia necessária para seguir seus sonhos no esporte. O Imparcial conversou com alguns deles para saber mais.

José do Egito Pinheiro, atleta de Jiu-Jitsu da academia Guigo Jiu-Jitsu, na Cohab, junto à sua caravana de mais três colegas, acumulam, de moeda em moeda, a quantia necessária para viajar para outra cidade e participar de campeonatos. “Pagamos as inscrições nos campeonatos, as hospedagens, as passagens, alimentação… Todo o custo, tiramos de lá”, conta o atleta. “O valor exato de quanto arrecadamos, por mês, não temos como falar. A gente vai pegando o dinheiro e vai logo pagando o que tem que pagar. Quanto mais cedo a gente paga, mais barato é. Quanto mais perto do campeonato, mais caro fica”.

José já participou de várias competições no Maranhão e conseguiu várias medalhas de ouro e prata. No Norte e Nordeste, conseguiu segundo lugar. Foi escolhido como terceiro melhor faixa-branca do Maranhão.

Outro exemplo disso é Bruno Ribeiro – conhecido por “Bruno Lutador”. Com mais de 30 prêmios na conta de competições de jiu-jitsu sediadas em mais de 11 estados brasileiros, o atleta dá os créditos por suas vitórias a Deus e aos contribuintes no tráfego, que chama carinhosamente de “galera do sinal”. Segundo ele, uma empresa ajuda, e o governo já lhe deu duas passagens, mas a grande maioria foi comprada com o dinheiro arrecadado nos semáforos.

Bruno após ganhar duas medalhas em São Paulo, viagem bancada pelo dinheiro dos sinais. Foto: Bruno Lutador/Arquivo Pessoal

Na legenda da foto acima, postada em suas redes sociais após ser premiado em São Paulo, Bruno conta: “quantas vezes deu vontade de desistir, quantas vezes chorei. Mas tinha algo que me empurrava e eu continuava, e hoje estou aqui com essas duas coisas lindas [medalhas]. Para muitos, não passa de um pedaço de metal com uma faixa de pano. Para mim, um motivo de orgulho (…). Um cara que vai para o sinal de trânsito fazer campanha no sol quente e volta com o melhor resultado do Maranhão no Sul Americano de Jiu-Jitsu 2017. Só Deus para explicar”.

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