LAGOA DE LAMA

São Luís possui depósito de resíduos quase do tamanho da Lagoa da Jansen

Em operação desde que a Alumar instalou-se em São Luís nos anos 1980, a lagoa de lama é fruto do processo de redução de bauxitas é alvo de denuncia por entidades ambientais

*Reportagem publicada originalmente em 22 de novembro de 2015 , dias após a catástrofe de Mariana (MG).

Lagoa de resíduos de bauxita em São Luís é de responsabilidade da Alumar (Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press)

Uma lagoa  quase do tamanho da Lagoa da Jansen, existe próximo à BR-135, área industrial de São Luís. Trata-se de um depósito de resíduos de bauxitas de uma grande empresa de produção de alumínio, localizada na capital. A lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) através do processo Bayer.

A empresa Alumar acumula uma volumosa quantidade de rejeitos, nas chamadas “lagoas de lama”, fruto do processo de redução de bauxitas. Os lagos assemelham-se aos depósitos de resíduos de Mariana (MG), que romperam recentemente, causando vários crimes ambiental. As lagoas de resíduos de São Luís estão em operação desde que a multinacional instalou-se em São Luís nos anos 1980, no governo João Castelo, fruto do consórcio entre Alcoa (EUA), HPP Billiton (Grã-Bretanha), Alcan (Canadá) e Albaco (EUA/Austrália), apesar de nunca ter acontecido acidentes ambientais o deposito já sofreu várias denunciada por entidades ambientais por conta dos riscos.

De acordo com o doutor em saneamento sanitário Lúcio Macêdo, se caso houvesse um rompimento ou vazamento desta “lagoa de lama” poderia gerar diversos problemas para o meio ambiente. Uma vez que nestes resíduos possuem substâncias como chumbo, mercúrio, cádmio, níquel, zinco, soda caustica e alumínio.

Barragem da Alumar

Lagoa de resíduos de bauxita em São Luís é de responsabilidade da Alumar (Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press)

O especialista explica que um dos primeiros problemas seria o empobrecimento do solo. O solo não teria condição alguma de sustentar nenhum tipo de vegetação. Outro grande inconveniente seria a contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Porém Lúcio Macêdo ressalta que alguma proposição desta aconteceria apenas se a “lagoa” transbordasse.

Quanto ao risco para a vida humana, ele esclarece que se caso houvesse comunidades no entorno da “lagoa de lama”, as pessoas teriam prejuízos para a saúde. Problemas relacionados ao sistema nervoso, problemas gástricos e todo o solo afetado teria que ser esterilizado. “Mas não há esse risco, pois as comunidades próximas estão a 3 km de distância, então o risco é zero. Mesmo assim é necessário ser coletado amostras do solo para verificar se está tudo dentro dos parâmetros legais”, explicou.

Entramos em contato com a assessoria da Alumar, por meio de telefone e e-mail e até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.

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