COMUNIDADE

Primeiro quilombo urbano do Maranhão é reconhecido pela Câmara

O Território Liberdade Quilombola engloba os bairros Liberdade, Camboa, Fé em Deus e Diamante, de São Luís

Câmara Municipal reconhece território de São Luís como quilombo urbano na manhã da sexta-feira (23). (Foto: CISAF)

Na manhã da última sexta-feira (23), foi realizada a plenária pelo reconhecimento do primeiro quilombo urbano do Maranhão na Câmara Municipal de São Luís. Trata-se da região que engloba os bairros da Liberdade, Camboa, Fé em Deus e Diamante, que passará a ser reconhecida como Território Liberdade Quilombola.

O reconhecimento foi encabeçado pelo Centro de Integração Sócio-Cultural Aprendiz do Futuro (CISAF) e levado à Câmara pelo vereador Cézar Bombeiro (PSD). Segundo a representante do CISAF, Raquel Almeida, “foi garantido que, até o final do ano, o território será reconhecido oficialmente pelo governo federal”.

Autoindicação do território como quilombo urbano. (Foto: CISAF)

Uma vez reconhecido pela Fundação Palmares, parte do Ministério da Cultura, o território oficializado como quilombo urbano terá políticas públicas, de infraestrutura e qualidade de vida voltadas especificamente para a comunidade.

III Festival de Belezas Negras da Liberdade Quilombola

Voluntários do projeto e jovens que participam. (Foto: Luis Paulo Photos)

Em sua terceira edição, o festival acontece todos os anos no território por iniciativa do CISAF com apoio da Defensoria Pública do Maranhão. Sua programação conta com atividades culturais, práticas esportivas, palestras e ações afirmativas voltadas à população negra. Seu encerramento acontecerá neste domingo, 25.

Quilombos urbanos

Os quilombos urbanos começaram a ter grande visibilidade no séc. XIX no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Salvador. Diferente de quilombos de rompimento, isolados e distantes, os quilombos urbanos são comunidades formadas inicialmente por negros libertos ou fugitivos de fazendas que tentaram a sobrevivência nas cidades.

Depois da Lei Áurea, os quilombos passaram a ser centros de preservação da cultura negra nas cidades, onde manifestações culturais herdadas dos africanos, mal vistas pelo resto da sociedade, poderiam acontecer tranquilamente.

O direito da população quilombola a terras garantido na Constituição de 1988 levou à luta pelo reconhecimento de quilombos urbanos, que hoje são feitos oficialmente tanto pelo INCRA quanto pela Fundação Palmares.

 

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