RIO DE JANEIRO

Quebradeiras de coco babaçu são destaques no Museu do Amanhã

Dona Dijé, grande liderança reconhecida internacionalmente e nacionalmente, será homenageada durante evento no Rio de Janeiro

Divulgação MIQCB

De um saber popular único, alta capacidade organizativa, resistência e força, as quebradeiras de coco babaçu vão fazendo história e contando essa experiência em diálogos de troca de saberes. É o que acontecerá no evento “O Cerrado em toda parte”, nessa terça-feira, 09, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro.  Uma programação especial foi organizada, das 10h às 17h, com palestras debates, atividades para crianças e jovens e exibição de filmes.

A relação de bem viver que as quebradeiras de coco babaçu mantêm com o meio ambiente em especial as florestas de palmeiras babaçu e o cerrado será também foco dos debates no painel Observatório do Amanhã. Para dona Maria do Socorro Teixeira Lima, coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), a relação é de respeito com a mãe palmeira, pois não existe apropriação, mas sim o sentimento de pertencimento com o território.

Toda essa riqueza é protegida por povos ancestrais, alguns que ocupam o Cerrado antes mesmo dos colonos pisarem no Brasil, e outros que passaram a viver ali no desenrolar da história pós Colombiana. Mas essa preciosidade está sob ameaça. Só entre 2016 e 2017, o Cerrado perdeu o equivalente a mais de 1 milhão de campos de futebol, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Uma ameaça aos seus povos, sua cultura e sabedoria ancestral.

Encantadeiras

Outro momento especial durante a programação será a apresentação do grupo Encantadeiras, criado em 2014 e formado por quebradeiras de coco babaçu do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.  O momento marcará uma homenagem a Maria de Jesus Bringelo, dona Dijé, uma grande liderança reconhecida internacionalmente e nacionalmente, vítima de infarto fulminante no último dia 14 de setembro.

As Encantadeiras apresentam uma proposta diferenciada, utilizando o canto para transformar, denunciar, confortar e sobreviver, lutando pacificamente pela garantia dos seus direitos e a preservação de sua cultura. Suas canções embalam o mundo de quem, desde a infância, acompanhava mães, avós, tias, e afins, em caminhadas rumos aos babaçuais.

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