SUA MAJESTADE O SAMBA

Músicos comemoram Dia Municipal do Samba em vários pontos da ilha

Celebração acontece dia 12 de outubro desde o ano passado e reúne vários músicos e grupos locais

As Brasileirinhas prepararam repertório especial para o Dia Municipal e Estadual do Samba Maranhense. (Foto: Reprodução)

Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, o samba que traz em seu DNA as raízes africanas, nasceu na Bahia, desenvolveu-se no Rio de Janeiro e alastrou-se para as demais regiões do país. E para celebrar a riqueza desse um gênero musical que desde o ano passado é comemorado em 12 de outubro, o Dia Municipal e Estadual do Samba Maranhense em São Luís, sambistas da ilha, reúnem-se, hoje, em diversos pontos da ilha.

A festa começa com a Turma do Vandico, às 13h, no Casarão sem telhado, localizado na Rua do Giz, Praia Grande, no Centro Histórico, com muitos bambas da ilha. O local que se tornou um ponto de referência e de encontro de sambistas, compositores, instrumentista, intérpretes e amantes do samba na capital, receberá vários grupos de samba.

Segundo Vandico, hoje São Luís pode ser a capital do samba do Norte/Nordeste brasileiro, por conta do forte movimento de samba que a ilha apresenta. O músico acredita que estão em plena atuação mais de 100 grupos apresentando-se pelos mais variados palcos da cidade. A maioria destes grupos permanecem à sombra do sucesso pela falta de apoio e patrocínio para a realização de seus projetos culturais.

Vandico. (Foto: Reprodução)

A Turma do Vandico que em 2018 completou 36 anos foi idealizada pelo percussionista Evandro José Araújo Lima. Segundo ele, a brincadeira nasceu em 1986, na Rua de Nazaré, e há mais de dez anos, mudou-se para o Casarão Sem Telhado. O músico revelou que a Turma do Vandico começou com uma roda de samba, que ocorria sempre às sextas-feiras, onde um tiveram a ideia de sair em cortejo pela Praia Grande.

“Eu peguei a sombrinha da minha mãe e saímos dançando pela Praia Grande. Quando a sombrinha voltou, não era um guarda-chuva, voltou só os talos, por conta do vento. Aí começamos, nessa época, a fazer estes encontros. Botamos o nome Turma do Vandico, e nunca mais paramos”, contou o músico convidando a todos para a celebração.

E também, em comemoração ao Dia Municipal e Estadual do Samba, acontece hoje, a partir das 19h, a edição especial do projeto Samba de Gente Bamba – As Marias, com o sambista Nivaldo Santos e convidados, no Butikin – Recanto da música, localizado na Av. Antares, Recanto dos Vinhais. A festa contará com a participação dos sambistas: Neto Peperi, Carlos Quirino, Inácio Pinheiro, Eraldo Ébano, Chris Santana, Marina Rosa, Edinho Sales, Carlos Cuíca, Pedrinho e Valbinho (Vamu de Samba), Philipe Sapuca, Vandico, Oswaldo Abreu, Ricardo Gogo Ouro e outros.

Um brinde com As Brasileirinhas

O grupo de samba As Brasileirinhas, primeiro grupo de samba feminino do Brasil, fundado há 26 anos, neste feriado apresentará um repertório que fará um passeio pelo melhor do samba. A apresentação acontece a partir do meio-dia, no Espaço Fun Farra, na Rua Ceará, Chácara Brasil, no Turu.

(Foto: Reprodução)

A festa fará uma homenagem especial ao Dia Municipal do Samba, mas também fará reverências ao Outubro Rosa, às crianças e aos professores. “Aproveitamos todas estas comemorações para celebrarmos ao ritmo do samba que é o gênero musical que dá a identidade ao povo brasileiro. E é também uma forma de chamarmos à atenção para estas datas que são comemoradas neste mês”, disse a cantora.

No evento, o grupo vai apresentar ao público com o projeto: As Brasileirinhas Brindam, com colegas de renome no samba maranhense, entre eles: Chris Santana (da Soul Samba), Quirino, Cacá Maranhão, Ricardo Baty, Fernando Max e Sindicato do Samba.

Segundo Helô Santana se faz necessário brindar à vida, ao samba, e alegria em tempos ‘acirrados’ entre as pessoas por conta do momento eleitoral que o país está passando. “É preciso brindar a democracia, a paz, o amor com muito samba. Temos a honra de sermos brasileiros.”, disse a cantora, adiantando que a batucada vai, com muita cerveja gelada, feijoada, mocotó e muito samba. O couvert artístico de R$ 10.

Músico Alô Brasil inspirou a data

A Câmara Municipal de São Luís aprovou esta semana, de forma unânime, projeto de lei idealizado pelo sambista maranhense Neto Peperi, e de autoria do vereador Marcial Lima (PEN), que institui o 12 de outubro como o Dia Municipal do Samba.

Segundo Neto Peperi, nada mais justo do que homenagear o samba maranhense que é um dos mais antigos do Brasil, lembrando que a prova disso é a história do Fuzileiros da Fuzarca e da Associação Recreativa, Beneficente, Cultural e Escola de Samba Turma da Mangueira.

Fuzileiros da Fuzarca. (Foto: Reprodução)

A escola de samba é mais antiga de São Luís e foi fundada em 25 de dezembro de 1928. Atualmente a escola tem a sua sede localizada no bairro de João Paulo.

Neto Peperi lembrou ainda que um dos nomes mais importantes compositores da Turma de Mangueira foi Zé Pivó, considerado uma das grandes referências do carnaval e da cultura do Maranhão.

O músico ressaltou a O Imparcial que a data escolhida foi uma forma de homenagear o ritmo, seus apreciadores e também o sambista e compositor Cristóvão Alô Brasil, já falecido.

Na época que a Lei foi aprovada, o vereador Marcial Lima autor do projeto afirmou que a homenagem era um grande reconhecimento à Alô Brasil.“Fica aqui a nossa homenagem a um ludovicense que faz parte do acervo cultura deste Estado, pessoas como Cristóvão, “Alô, Brasil”, merecem o nosso reconhecimento”, disse Lima.

A Lei foi sancionada pelo prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e pelo governador Flávio Dino.

Muitos não sabem, mas o sambista Cristovão Colombo da Silva, o Alô Brasil, trabalhou como operário na Fábrica São Luís, por mais dois anos, como cardador, para em seguida, estabelecer-se por mais de 28 anos na Fábria da Canhâmo, como fiandeiro, até o fechamento da empresa.

O sambista foi um dos principais puxadores e compositor do bloco Fuzuleiros da Fuzarca, fundado em 1936.

Na Turma do Quinto, foi figura importante. Cristóvão Alô Brasil tocava pandeiro e cantava, em grupos musicais, na noite, nas gafieiras, boates, saraus, aniversários, casamentos e em clubes.

No estilo “jazz band”, Cristóvão Alô Brasil que era também cantor e instrumentista passou a longa temporada no Jazz Iraquitá composto por quatro saxofones, dois pistons, trombone, banjo e bateria.

A obra do sambista ficou eternizada na cena musical do Maranhão pela força de suas composições carregadas de poesia.

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