prata da casa

Conheça as belezas do Palácio dos Leões

Com beleza e raridade, acervo do Palácio dos Leões atrai mais de 30 mil visitas na alta temporada. Para visitantes individuais, não é necessário agendamento

Atualmente, na alta temporada turística que engloba os meses de junho e julho, a estimativa é que 31.200 visitantes

Aproximadamente mil peças como porcelanas francesas, tapeçarias, quadros, gravuras e mobiliário, de épocas que vão do século XVI ao XX, estão distribuídas entre os seis salões de visitação pública do Palácio dos Leões. Cartão-postal de São Luís e um dos conjuntos arquitetônicos tombados pela Unesco como Patrimônio Histórico, a sede do governo estadual teve o horário de visitação estendido desde 2015.

Atualmente, na alta temporada turística que engloba os meses de junho e julho, a estimativa é que 31.200 visitantes revivam um pouco da história de fundação e colonização da capital maranhense e tenham contato com as obras de arte da coleção existente no Palácio dos Leões.

A turista paulista Rosana Ribeiro e o amigo maranhense Fernando Rocha, que também mora em São Paulo, estão entre os cerca de 600 visitantes diários que, de terça a domingo, têm circulado entre os salões do Palácio e imergido na coleção de história e beleza.

“Achei maravilhoso! Não imaginei que fosse tão lindo e conservado; e o que mais gostei foi dos quadros”, conta Rosana, com quem Fernando concorda. “Aqui a gente revive a História, aprende sobre nosso processo de formação, de colonização e tem contato com peças muito bonitas. Queria levar tudo para casa”, brinca o rapaz.

Como origem que coincide com a fundação da cidade de São Luís pelos franceses, em 8 de setembro de 1612, o Palácio dos Leões passou por fases em que foi uma primitiva construção para despachos administrativos e moradia, até que foi demolido e ampliado em 1766 para abrigar também as famílias dos capitães-generais que governavam o estado. Desde então, o complexo arquitetônico, que possui três mil metros quadrados de área construída, passou por algumas reformas e teve sua coleção ampliada ao longo dos séculos.

Além do mobiliário, outras atrações são as gravuras, como as que compõem a coleção que foi do teatrólogo maranhense Arthur Azevedo

Acervo

Em um dos salões, como o Dourado, por exemplo, é possível encontrar lustres de cristal Baccarat, tipo de fabricação tradicional francesa, do século XIX; cadeiras e mesas com aplicações de ouro e estilo do século XVI; porcelanas; espelhos bisotados decorados com flores, folhas e folhagens de lâmina de ouro, entre outros.

O curador de bens materiais do Palácio dos Leões, Ednilson Costa, explica a predominância dos itens europeus. “São Luís foi uma cidade muito rica no século XIX e, no auge, eram comuns as viagens de navio para a Europa que vinham com muitas dessas peças”, conta.

Além do mobiliário, outras atrações são as gravuras, como as que compõem a coleção que foi do teatrólogo maranhense Arthur Azevedo e que é formada por peças de ícones da história da arte mundial, como Goya, Rembrandt, dentre outros; as pinturas de artistas como Victor Meirelles, autor de outras relíquias mundialmente reconhecidas como ‘A Primeira Missa no Brasil’, além de obras de outros importantes brasileiros como Aurélio de Figueiredo.

“É um acervo muito rico e o que se pode perceber é que foram acumulados ao longo de todos esses anos. São séculos de história disponíveis ao público aqui nesses salões”, diz Ednilson Costa.

Desde 2015, o período para visitação
pública do Palácio dos Leões foi estendido

Curadoria

Há 16 anos cuidando das obras do Palácio, Ednilson iniciou o trabalho fazendo a restauração e conservação das peças. Atualmente, a equipe que cuida da tarefa de arquivar, catalogar, conservar e restaurar as obras da coleção é composta por 22 pessoas, entre servidores e estagiários.

Para se ter ideia do esforço, em um dia de limpeza dos lustres, são necessários três profissionais para cada uma das peças ao mesmo tempo. Em outro espaço, no ateliê, os servidores se dividem entre limpar e organizar peças, além de conservar as mais de 16 mil obras que compõem a coleção de Arthur Azevedo e que estão arquivadas no Palácio. “Aqui nesses armários, além das gravuras que compõem a coleção, temos livros do teatrólogo, diários, peças, entre outros”, afirma Ednilson.

Em um dos salões, como o Dourado, por exemplo, é possível encontrar lustres de cristal Baccarat, tipo de fabricação tradicional francesa, do século XIX

Visitação

Desde 2015, o período para visitação pública do Palácio dos Leões foi estendido. Agora o público pode conhecer o acervo de terça a domingo. Durante os dias úteis, os horários vão das 9h às 12h e das 14h às 17h. Durante o fim de semana, a visitação ocorre das 9h às 12h. Somente durante as segundas-feiras que os salões não são abertos à visitação.

“Essa mudança é recente e vem de uma ordem do governador Flávio Dino. Antes, o Palácio era aberto apenas duas a no máximo três vezes por semana na alta temporada e apenas no período da tarde”, explica o curador. Para visitantes individuais, não é necessário agendamento. Apenas grupos maiores, entre 30 a 40 pessoas, precisam marcar a visitação.

“São séculos de história disponíveis ao público aqui nesses salões”, diz Ednilson Costa.

SAIBA MAIS

Arcais de jacarandá (século XVIII)

Uma das peças mais antigas do acervo. Móvel de madeira jacarandá, no estilo Dom José, utilizado para guardar paramentos na sacristia da Capela de Bom Jesus dos Navegantes, localizada no Largo do Carmo, Centro de São Luís. Atualmente, o móvel é utilizado apenas para exposição. Ele divide espaço com tocheiros de igreja e uma importante tapeçaria da artista francesa naturalizada carioca, Madeleine Colaço.

O Naufrágio (século XIX)

Quadro em óleo sobre tela do pintor, escultor e restaurador carioca Eduardo de Sá que retrata a morte do escritor maranhense Gonçalves Dias.

Tríptico Fundação da Cidade de São Luís (século XX)

Painel de 5m x 2,5m do pintor maranhense Floriano Teixeira, consagrado a partir dos trabalhos feitos quando estava no Ceará e Bahia, pintado em 1972. Em três fases, o pintor, retratista e escultor, que foi um dos favoritos de Jorge Amado, retratou com cores vivas e traços modernos e delicados a história da chegada dos franceses, da fundação da cidade e da colonização portuguesa.

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