Desde as primeiras horas do domingo (2) dezenas de moradores da rua da Estrela, Centro Histórico, arregaçaram as mangas e, munidos de carrinho de mão e pás, começaram a fazer o que eles chamam de ocupação de um antigo prédio, localizado próximo ao Convento das Mercês, onde funcionava um escritório da Caema. Em vias de serem despejados do prédio onde residem atualmente, número 535 e localizado na mesma rua, eles querem chamar a atenção do poder público para uma discussão sobre moradia popular.

Para isso, ontem foi realizado um mutirão para limpeza do local e a próxima etapa é refazer o telhado do local para que eles possam fazer a mudança. O prédio fechado e que atualmente serve de abrigo para marginais, deve servir de moradia para 11 famílias que hoje moram no prédio de número 535.

Segundo a moradora Maria de Jesus Almeida, integrante de várias associações e conselho do bairro, esta é a terceira vez que eles recebem a notificação com ordem de despejo, mas sem ter onde morar, eles querem um pouco mais de tempo para se organizar. A saída que acharam foi ocupar provisoriamente o prédio até que tenham uma solução definitiva.Os moradores em uníssono reforçam que o Centro Histórico precisa ser povoado.

O processo de ação de despejo já corre desde 2016 na Terceira Vara Cível, e foi concluso para despacho em 16 de março deste ano. Os moradores devem desocupar o prédio até o próximo dia 6 de abril.

Segundo Maria de Jesus, porta-voz da ocupação, eles não estão brigando para ficar no local, ou indo de encontro à decisão judicial, querem apenas um tempo para se organizar. “Nós até falamos com o proprietário, que por sinal foi muito educado, pedindo uma prorrogação desse prazo. Mas enquanto isso não acontece, estamos limpando o prédio que vamos ocupar”, atesta.

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