O deputado Rogério Cafeteira, líder do governo Flávio Dino na Assembleia Legislativa, conversou com a reportagem de O Imparcial e destacou o seu papel de liderança na Casa Legislativa maranhense. Entre os assuntos abordados, eleições vieram à tona ele declarou não vislumbrar uma candidatura de Oposição que represente uma ameaça à reeleição do governador Flávio Dino.

O IMPARCIAL – Em relação à Oposição na Assembleia, o líder governista pontuou que o crescimento dela se deu, principalmente, em razão dos resultados das eleições municipais de 2016.

ROGÉRIO CAFETEIRA – Como é defender o governo Flávio Dino, que é um governo ideológico, denominado de comunista em um estado que nunca foi governado por um?

É uma grande honra para mim ter essa função, pelo terceiro ano consecutivo. Eu lhe diria que é uma função fácil. O governador Flávio Dino mesmo tendo assumido em um momento de dificuldade econômica do país, sem dúvida tem tido um desempenho extremamente positivo.

E eu ressaltaria principalmente as áreas de Educação, onde o secretário Felipe Camarão tem feito um excelente trabalho; e da Saúde, onde pegamos uma suposta rede bem feita e que na verdade era uma bomba relógio e essa bomba estourou na nossa mão. Agora nós temos que consertá-la para que a Saúde funcione a contento, sem deixar que ela pare, então não é uma função fácil, principalmente em um momento de poucos recursos.

O governo Flávio Dino já entra no terceiro ano. Como é fazer a defesa deste governo diante de uma Oposição que a cada dia está mais radicalizada nas críticas?

A oposição cresceu em número acho que muito decorrente das eleições municipais, os derrotados saíram com sequelas e mágoas. Geralmente quando se perde, você tenta colocar a culpa em alguém e eles tomaram uma posição de Oposição. Eu tenho feito a defesa e o debate no melhor nível possível.

Agora, já se começa a vislumbrar a eleição do ano que vem e os ânimos se acirram mais, talvez por isso o nível de debate da Oposição fique mais duro e mais baixo.

Inclusive em redes sociais, eu já falei que o nível do debate será escolhido por eles. Eu debato em qualquer nível. Eu reconheço a importância do papel da Oposição, de vigilância, acompanhar e fazer criticas, mas não pode atingir a moral de pessoas, como tem acontecido ultimamente.

Isso tem dificultado o seu trabalho? Destaco aqui a posição de deputados que eram governistas, até pouco tempo, e agora tomaram posição contrária.

De forma alguma. Eu faço com convicção extrema e com o coração. Acho que a gente só pode fazer uma boa defesa, quando você tem convicção do que está fazendo. Eu tenho uma confiança extrema no governador Flávio Dino e em seu governo. Então, para mim, não existe nenhuma dificuldade. Eu gostaria que a gente sempre debatesse em alto nível, mas se a Oposição preferir xingamentos e baixaria, questionando a honra do governador e secretários, aí eu também estarei preparado.

O senhor acha que, em razão das eleições 2018, a Oposição achava que o Governo poderia fracassar e não é isso que está sendo mostrado? Isso também pode ser fator determinante nessa nova postura?

Certamente. Se a gente for fazer uma analise fria, nós podemos ver que a Oposição hoje não tem nem candidato, não tem nenhum projeto. O que eu sinto agora é que a constatação de que o governador Flávio Dino está bem junto ao eleitorado, com uma boa aprovação – e isso em meio a todas as dificuldades que o Governo vem entrando, porque fazer com dinheiro todo mundo faz, difícil é fazer com uma situação desfavorável – eu vejo que agora estão partindo para ataques ao governo, de todas as formas, chegando até mesmo a fazer tempestade em copo d’água. Um fato mínimo eles querem transformar em algo grandioso e eles tem uma mídia muito forte. Mas eu vejo percebo que bateu um desespero na Oposição.

Esse desespero em razão de que?

Acredito que hoje é muito difícil alguém acreditar que o governador Flávio Dino não consiga uma reeleição. Então eu vejo que nesse momento é nítido que aumentou o nível de agressividade da Oposição frente ao Governo.

Qual seria, na sua opinião, uma candidatura forte no campo da Oposição?

Eu acho que não existe um candidato forte na Oposição.  Talvez a candidata mais forte, entre as opções mostradas, ainda seria a ex-governadora Roseana, que também não representa uma ameaça concreta à reeleição do governador. Até acho que ela não se candidata.

Porque?

As chances são mínimas de vitória, apesar de, na minha visão, ela ser a mais forte entre os nomes de Oposição. A essa altura do campeonato, a ex-governadora não está mais disposta a aventuras políticas.

Quais os pontos mais relevantes que o senhor considera para colocar o governador a frente nas pesquisas?

Principalmente a percepção da honestidade e da correção do Governo. Temos todas as ações em Saúde, Educação, mas na minha modesta opinião o principal fator é você observar o governo de uma pessoa honesta, extremamente preparada, que vem fazendo um trabalho muito bom, mesmo em uma situação bastante adversa.

Quais os pontos que o senhor destacaria entre as ações?

Na Educação, que é uma obra eterna, mas que demora muito para ver o resultado, nós temos feito um grande investimento nas escolas dignas. Vamos gastar mais de R$ 500 milhões em reformas e não só as escolas serão dignas, os salários dos professores também serão dignos, temos a partir de agora o maior salario dos professores em todo o Brasil. O Maranhão é o único estado do país a dar aumento, todos os outros fizeram apenas reajustá-los para que cumprissem o piso nacional.

Na Segurança, quando o governador assumiu, o Maranhão era o pior na relação policiais habitante. No final do próximo mês teremos incorporados 2500 homens às forcas policiais. Fora isso, mais de 500 viaturas e equipamentos para a Polícia. Existe a questão do aumento da violência em todo o país, mas nunca um governo no Maranhão fez um investimento tão grande na área da Segurança como o atual governo. E acho que já estamos tendo resultados, se a gente não tivesse tido esse volume de investimento a nossa situação seria calamitosa. Não estamos em uma situação ideal. Agora mesmo o estado foi condenado a pagar uma indenização para famílias de detentos mortos, por conta justamente da falta de investimentos nessa área.

A relação entre governo e Assembleia Legislativa, melhorou ou piorou em relação aos resultados das eleições municipais?

Eu acho que não teve grandes mudanças. Eu vejo a oposição ter crescido em dois deputados, o deputado Alexandre Almeida, de Timon – sem duvida nenhuma o posicionamento dele em relação ao governo do Estado é muito levado pela questão do município, cujo atual prefeito e maior adversário político é aliado histórico do governador e isso o força a ficar na oposição; e o deputado Eduardo Braide que, até então fazia parte da base, inclusive sendo líder do maior Bloco da Casa e que após as eleições municipais, onde ele teve um desempenho bastante satisfatório e surpreendente, por algum motivo resolveu sair da base do governo e ser um dos maior críticos. Mas é uma questão que só ele pode responder, até porque ele elogiava muito o governador, até o dia em que o governador declarou voto no Edivaldo, e foi só a partir daí que ele partiu para a oposição.