Fase final

Ponte do Estreito dos Mosquitos será içada

A primeira parte da operação já foi realizada, e o içamento da ponte que permite a passagem dos tubos da adutora será realizado na próxima semana

Reprodução

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) deu início à fase final e uma das mais delicadas que envolvem a obra do Sistema Italuís: a movimentação da ponte de sustentação da adutora no Estreito dos Mosquitos. A primeira parte da operação foi realizada esta semana, e o içamento da ponte será realizado na próxima semana, segundo a Gerência de Projetos e Obras Especiais (EPRE).

A operação para lançamento da ponte, fase preliminar para que a estrutura seja içada e repouse sobre as cabeceiras construídas às margens do rio, foi realizada como primeira fase para içamento da treliça que fará a ligação do continente para a ilha, permitindo a passagem dos tubos da adutora.

Contabilizando procedimentos técnicos e de segurança, toda a operação de lançamento da estrutura sobre o leito do canal durou 14 horas ininterruptas para que a ponte pudesse ser trasladada até bases provisórias fixadas no Estreito dos Mosquitos. Por conta da grandiosidade da estrutura arquitetada e construída nas margens do próprio rio, 350 toneladas de puro ferro, medindo de uma ponta a outra 110m de comprimento, 5 metros de largura, e 16 metros de altura seu ponto mais alto, a operação de deslocamento precisou do auxílio de macacos hidráulicos de alta potência StrandJacks, que puxaram os cabos de aço a uma velocidade média de 10 metros por hora.

“Tomadas todas as precauções e feitos os cálculos, nós conseguimos eliminar todos os problemas para que a ponte deslizasse com segurança, sem fugir do eixo planejado para que pudesse acessar as bases. Todo esse planejamento permitiu reduzir consideravelmente o tempo do traslado”, explicou Antônio Pereira Sales Junior, coordenador de projetos EPRE/ Caema.

De acordo com o presidente da Caema, Davi Telles, a estrutura possibilita a passagem e remete imediatamente a vários benefícios. “Além de desobrigar o uso da ponte férrea existente no local que, hoje, serve de apoio e sustentação dos dutos da adutora antiga, e servir de passarela para a nova adutora que vai contribuir para aumentar em 30% o abastecimento dispensado para São Luís, a nova base já está preparada para receber futuramente dutos de uma adutora paralela”.

As cabeceiras foram arquitetadas mediante uma série de variáveis que precisaram ser antevistas à luz de um projeto estrutural que permita êxito, não só na acomodação dos dutos, mas, também, no que diz respeito à sustentação do peso exercido pela própria ponte, que somada ao da adutora em operação será de aproximadamente 600 toneladas no total.

Foi necessário a avaliação e entendimento junto à Marinha para que a colocação da ponte cumpra regras e não prejudique a navegação de pequenas embarcações que cruzam o Estreito. Para isto, a ponte deverá respeitar limites impostos e correlacionados com as leis da natureza. Uma delas é a oscilação da maré, que incide no nível de água, aumentando ou diminuindo o volume no trecho. Devido a fatores como este, a ponte deve seguir uma altura padrão de instalação que respeite um limite mínimo em relação à linha d’água de, no mínimo, 4,5 metros de altura em relação à maré alta e 8,50 metros na maré mais baixa.

Nestes termos, após ser colocada nas cabeceiras, a ponte terá uma altura final de 20,5 metros, atendendo a padrões e exigências da marinha mediante condições de navegabilidade pela variação de marés.

Operações facilitadas

Diferentemente da antiga, que carece de operações preliminares de escoamento da água, a nova adutora também facilitará a realização de operações pelo fato de ter recebido, em pontos específicos, válvulas de seccionamento que ‘represam’ a água em partes da adutora, dando mais rapidez na realização de procedimentos, diminuindo, inclusive, prazos para o reabastecimento em caso de liberação pós-manutenção ou consertos, o que antes era ampliado devido ao fato de que a antiga adutora precisava ser esvaziada.

“Esta é uma grande obra, esperada por décadas, uma obra de uma importância gigantesca. Ao entrar nesta fase final, que também se apresentou como a mais complicada, com variáveis técnicas enormes a serem transpostas, traduz a força e o empenho do governo do estado e o desejo de todos que nela trabalham de prestar um serviço de abastecimento cada vez melhor para a população de São Luís”, avaliou o presidente da Caema, Davi Telles.

Nova adutora

A colocação da ponte faz parte da fase final da obra de Remanejamento da Adutora de Água Tratada do Sistema Italuís. A obra é uma das principais ações do “Programa Água Para Todos”, que tem como meta estipulada pelo governo do estado reforçar o abastecimento na capital acabando com rodízio e intermitência, e também garantindo água tratada em diversas áreas no interior do estado.

Todo escopo da obra de remanejamento prioriza substituir a antiga adutora ao longo do Campo de Perizes por uma outra mais moderna de tubos de aço de 1.400mm, compreendendo, ao todo, um trecho de 19 quilômetros, permitindo assim que o sistema opere com maior volume d’água transportado para São Luís. Além da substituição dos tubos, itens de apoio à adutora como isoladores (toco) em polietileno reforçado em fibra de vidro, para prevenir acidentes devido à proximidade das linhas de transmissão da Eletronorte, entre outros pontos, foram pensados para reduzir riscos e danos.

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