Fraudes na Saúde
Ricardo Murad é delatado por participação em esquema
Segundo Emílio Resende, diretor da Bem Viver, o acerto e a palavra final sobre qual empresa iria prestar quais serviços era decisão de Murad
O empresário Emílio Borges Resende, diretor da Associação Bem Viver e dono do Centro de Oncologia Brasileiro (COBRA), delatou o ex-secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, como responsável direto pela escolha de empresas que seriam contratadas irregularmente, sem licitação, para prestar serviços à Secretaria de Saúde do Estado.
O depoimento de Resende foi colhido pela Polícia Federal no começo de outubro, durante as fases Abscôndito e Voadores, da Operação Sermão dos Peixes.
“Em alguns casos, a mando de Ricardo Murad, um subalterno dele simplesmente ligava para a unidade hospitalar e ao instituto responsável informando qual empresa iria prestar o serviço e determinava a contratação”, disse o empresário.
Segundo Resende, o “acerto” e a “palavra final” sobre qual empresa iria prestar quais serviços era decisão de Murad, que foi secretário durante a última gestão da ex-governadora Roseana Sarney.
Essa é a segunda vez que Emílio é preso por integrar o esquema de desvio de dinheiro da Saúde do Estado.
![Delação](http://www.oimparcial.com.br/_midias/jpg/2016/12/02/683x455/1_delacao_murad-343651.jpg)
![Delação](http://www.oimparcial.com.br/_midias/jpg/2016/12/02/683x455/1_7b56f09a_7041_429b_9e81_0014e6e3971f-343667.jpg)
O Esquema
A investigação teve início em 2010, quando o então secretário de saúde do estado do Maranhão, Ricardo Murad, se utilizou do modelo de “terceirização” da gestão da rede de saúde pública estadual, ao passar a atividade para entes privados – Organização Social (OS) e Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e, assim, fugir dos controles da lei de licitação. Contudo, essa flexibilização significou uma burla às regras da lei de licitação e facilitou o desvio de verba pública federal, com fins específicos: enriquecimento ilícito dos envolvidos e financiamento de campanha política.
Com esse modelo de gestão, foi possível empregar pessoas sem concurso público e contratar empresas sem licitação.
Durante o período de investigação, os fluxos de recursos destinados pela União, por meio do Ministério da Saúde, ao Fundo Estadual de Saúde do Maranhão, em montante de 2 bilhões de reais.
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