Religião

Um santo passou por aqui

O que um dia foi cenário para uma grande celebração de fé e devoção dos católicos, hoje está marcado pelo abandono e desprezo.

No dia 14 de outubro de 2016 completou 25 anos que o agora São João Paulo II, passou pela capital maranhense. O único pontífice a visitar o Maranhão, o Papa celebrou uma missa no Papódromo construído no Aterro do Bacanga. O que um dia foi cenário para uma grande celebração de fé e devoção dos católicos, hoje está marcado pelo abandono e desprezo. O Seminário Santo Antônio, onde o Papa ficou hospedado estava na mesma situação, porém a Arquidiocese de São Luís está realizando uma reforma no local e até o primeiro semestre de 2017 deverá ser entregue.
Reforma do Seminário Santo Antônio

Antes o Papa havia visitado o país no ano de 1980. Nessa época o Brasil ainda estava vivendo a sua abertura democrática. Após o desembarque no aeroporto da capital, João Paulo II foi recebido por diversas autoridades do estado, como ex-governador do Maranhão Edison Lobão e o ex-senador José Sarney. A missa presidida pelo sacerdote foi concelebrada por 200 sacerdotes, 12 bispos e quatro monsenhores do Vaticano.

São João Paulo II fez um pronunciamento crítico sobre a questão socioeconômica brasileira. Em sua visita ao Maranhão, o Papa falou sobre a questão agrária. Essa foi uma sugestão que ele recebeu dos sacerdotes do estado e com isso, em sua pregação, reformou dogmas importantes da doutrina social da Igreja, como a prática do bem. No mesmo dia, o Papa se preparou para o embarque. Pouco antes da viagem, o então governador do estado, Edison Lobão, entregou um presente a João Paulo II.
O espaço que antes fora realizado a grande celebração eucarística do São João Paulo II, está em estado de puro abandono e depredação em razão do descuido das autoridades. O local nomeado de Papódromo foi construído na área do Bacanga e após 25 anos o espaço serve apenas para abrigo de infratores: “Eu moro aqui há 20 anos, e olha esse espaço só serve para esconder marginais. E como moradores da área, somos conhecidos por eles, mas quem passa no local após às 18h e eles não conhecem, pode ter certeza que é assalto na certa”, revelou Lúcia de Jesus, moradora próximo ao Papódromo.
Atualmente, existem projetos advindos das pastorais da Igreja Católica que visam, o quanto antes, a recuperação do Papódromo. O Terço dos Homens realiza, sempre que possível, ações que possam revitalizar o espaço e fazer dele um local para visitação e reflexão, lembrando que ali passou um Santo. Pelo menos, uma vez por mês, o Terço dos Homens realiza a celebração eucarística no espaço.
A estadia do pontifício foi no Seminário Santo Antônio, localizado na região do Centro de São Luís. O Seminário por muito tempo ficou em situação de abandono. O quarto onde o Papa foi hospedado precisava de restauração. O trabalho foi iniciado pela Arquidiocese. “O quarto que o Papa João Paulo II ficou será agora denominado como monumento, o espaço será usado para visitações. A reforma começou há oito meses, e até o final do segundo semestre de 2017, a reforma será concluída. Graças a Arquidiocese, a reforma está sendo realizada”, relatou Clemilton Moraes, reitor do Seminário Santo Antônio. Os seminaristas junto com toda a equipe do Seminário foram deslocados para o bairro do Cohatrac, até que a obra seja concluída.
“Inesquecível”
Quem esteve bem perto do Papa não esquece o quão emocionante foi a visita. Em 1991, várias pessoas se entregaram para grande chegada do Papa Dom João II, grupos de liturgias, seguranças, cruz vermelha dentre outra esquipes estavam envolvidas para o dia 14 de outubro. O voluntário da Cruz Vermelha Brasileira, Lourival, tinha a responsabilidade de fazer os atendimentos de emergência e primeiros socorros no dia da missa: “Chegamos na sede da Cruz Vermelha por volta de 4h30 da manhã. Tínhamos que nos deslocar para o aterro. Era uma grande área sem nada, estava toda demarcada com cordas para fazer o isolamento. Foi uma missa tranquila sem invasões ou brigas. Vivi um dia de muita emoção, pois ter um Papa em minha cidade e estar disponível para servir naquele dia foi muito espacial. Porém, o que mais me marcou foi a maneira forte e incisiva com o qual ele se posicionou durante a homilia. Era um grande defensor dos mais pobres, dos desprotegidos. Além do que o Papa João Paulo II era um grande comunicador. Ele sabia usar a mídia que existia na época para transmitir o evangelho e sobretudo estar próximo das pessoas”, descreveu o voluntário da Cruz Vermelha.
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