EDUCAÇÃO

Estudantes do MA ganham ouro e bronze na Olimpíada do Conhecimento

Estudantes brilharam em Brasília na maior competição de educação profissional das Américas e conquistaram prêmios no desafio da moda e nas provas para pessoas com deficiência.

Emoção e sensação de dever cumprido. Foi assim que o grupo de cinco estudantes maranhenses descreveu o que sentia ao ser premiado no Desafio por equipes na área de Roupa Multifuncional da Olimpíada do Conhecimento, maior competição de educação profissional das Américas. A medalha de bronze é inédita para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Maranhão (SENAI-MA) na área de vestuário, assim como a participação do estado em uma competição nesse setor. Para trás, os maranhenses deixaram estados com Minas Gerais e Rio de Janeiro, que já têm tradição na indústria têxtil. Antes deles, mais dois jovens do SENAI de São Luís haviam sido anunciados como medalhistas na prova do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP) para Pessoas com Deficiência: o competidor da ocupação padeiro, João Antônio Sousa Leite, de 23 anos, que tem síndrome de down, conquistou o ouro; e o deficiente visual, Igor Pontes Medeiros, de 19 anos, ganhou o bronze na ocupação operador de computador. Com o resultado, o Maranhão ficou em 4º lugar do Nordeste e 12º do Brasil no ranking de medalhas por delegação.
“O Maranhão tem grandes talentos que fizeram a opção pela carreira técnica e estão brilhando pelo Brasil, mostrando a qualidade da educação profissional que o SENAI oferece. Continuaremos investindo para melhoria da qualidade dos nossos cursos e fortalecimento da nossa base tecnológica para formar cada vez mais maranhenses preparados para o mercado de trabalho. A conquista desses alunos é a maior prova de que estamos no caminho certo”, afirmou o diretor regional do SENAI, Marco Antonio Moura da Silva, que acompanhou as competições da Olimpíada do dia 10 ao dia 13 de novembro, na capital federal.
No Desafio por equipes, os jovens estudantes de tecnologia da moda Iara Maria Silva Sousa, José Willame Leite de Sousa Filho, Jean Sandes do Nascimento, Dayvison Leonard Cutrim Melo e Aldebaran de Assunção Lopes tiveram de mostrar versatilidade e talento para desenvolver peças multifuncionais, coleções completas para uma família e também para cachorros. Tudo isso utilizando peças de roupas usadas – técnica chamada de “upcycling”, e observando conceitos como mobilidade urbana, interatividade, economia criativa e sustentabilidade. O grupo confeccionou as peças inspirado no tema androginia, produzindo uma coleção não convencional, que pode ser usada tanto por homens como por mulheres.
A alegria de ser o terceiro melhor do Brasil na área de tecnologia da moda contagiou os competidores. “Estou muito feliz, foi muito emocionante. Demos o melhor de nós e agora eu sei: minha vida nunca mais será a mesma depois dessa competição”, afirmou o aluno Jean Sandes. Além da medalha do Desafio por equipes, ele ainda ganhou outra medalha de bronze ao ser selecionado, durante o Desafio por equipes, para participar do desafio individual de Transformação em Moda e Criatividade, no qual teve que customizar uma saia em apenas 60 minutos.
OUTRAS COMPETIÇÕES – Além do Desafio por equipes, o Maranhão repetiu o ouro na ocupação padeiro para pessoas com deficiência. A dourada conquistada por João Leite, aluno do Centro de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI Distrito Industrial é a terceira medalha do Maranhão em panificação para PcD (que foi bronze em 2012 e ouro em 2014). Ele tem síndrome de down e competiu com outros cinco estudantes de outros estados do Brasil. “A medalha vai para a minha família”, disse o aluno. Depois de tanto treino, ele sabe bem o que quer fazer ao voltar para São Luís nesta terça-feira, 15. “Agora? Eu quero só ficar em casa”, disse sorrindo.
Quem também estava só sorrisos era o deficiente visual Igor Medeiros, que levou o bronze pro Maranhão na ocupação operador de computador. “Viajar e fazer novos amigos foi muito bom. Também aprendi coisas que eu não sabia até mesmo durante a competição. Estou feliz”, revelou. Além dos dois alunos, a estudante do SENAI, Udina Nélia Silva da Costa, também competiu na categoria PcD na ocupação costura industrial.
PRESENÇA – Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Edilson Baldez das Neves, que também preside o Conselho Regional do SENAI, o trabalho da entidade fortalece a indústria e forma cidadãos para o mundo do trabalho. “A educação profissional é o caminho mais rápido para entrar no mercado. Quanto mais qualificado o jovem for mais requisitado ele será, e ainda tem mais chances de conseguir emprego em tempos de crise econômica”.
Baldez levou uma comitiva de empresários, representantes do poder público e da inciativa privada para conhecer de perto a competição em Brasília. Entre eles estavam diretores da Federação, conselheiros do SESI e SENAI e presidentes de sindicatos da indústria como Ana Rute Mendonça, Luís Lima, Joanas Alves, Pedro Robson, Cirilo Arruda, Celso Gonçalo, João Neto Franco, Fábio Nahuz e Cláudio Azevedo, além do secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo e o gerente de Relações Institucionais da Vale, Dorgival Pereira. O senador Roberto Rocha também esteve com a comitiva maranhense da FIEMA prestigiando o torneio.
Ao todo, o Maranhão levou 21 competidores para a Olimpíada do Conhecimento, que além das competições já citadas, participaram ainda do Inova SENAI, com os projetos Biscoito Integral Light com Recheio de Açaí e Painel Articulado para Revestimento Cerâmico e do Festival de Robótica FIRST® LEGO® League (FLL), com os seis alunos da Escola SESI Marly Sarney, de Imperatriz.
O SESI-MA ainda levou para Brasília estudantes de duas escolas públicas estaduais, uma de Barra do Corda e outra de Arame, para participar também do Festival de Robótica. Para Roseli Ramos, superintendente do Serviço Social da Indústria do Maranhão (SESI), a ideia de convidar as escolas públicas foi exatamente para apresentar aos alunos o mundo da robótica educacional. “Com certeza, no futuro, alguns desses alunos que estiveram aqui poderão se transformar em grandes engenheiros e trabalhar no crescimento de nossas indústrias”, afirmou.
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