O Maranhão teve aumento de 14,3% nas ocorrências de roubos e furtos de veículos. Este dado é referente ao ano de 2015 comparado com 2014. O estado perdeu apenas para Goiás (16,5%) no ranking nacional. As informações são da 10ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

No Brasil, em 2015, foram registrados 509.978 crimes desta natureza, média de quase 1.400 por dia, equivalente a 58 por hora, ou seja, praticamente um caso a cada minuto.

A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) registrou que 1.605 veículos já foram roubados na Ilha em 2016. Segundo o delegado Jeffrey de Paula Furtado, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, cerca de 60% dos veículos subtraídos são recuperados de imediato, visto que são carros tomados de seus proprietários para serem usados na prática de outros crimes como assalto, e depois abandonados. “Em outros casos, são retirados pertences dos veículos ‘depenados’ e abandonados com o que restar, assim como tem veículos que são adulterados e levados para venda no interior ou em outros estados da federação”, afirmou.

Somente no primeiro semestre do ano passado, foram registrados na delegacia 880 crimes deste tipo, sendo 700 só em São Luís. No mesmo período, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que apreendeu 133 veículos em todo o Maranhão. No dia 26 de agosto deste ano, O Imparcial fez uma reportagem mostrando que os roubos e furtos de veículos automotores continuam tirando a tranquilidade da população, embora se registre uma ligeira redução na ocorrências deste tipo de ilícito penal, na região metropolitana de São Luís. Nos sete primeiros meses do ano até o dia 26 de agosto, foram subtraídos 1.605 veículos entre automóveis e motocicletas.

Conforme o delegado Jeffrey de Paula, os roubos de carros ficaram bastante sofisticados, tendo os ladrões se esmerado nas adulterações da numeração alfa numérica, que possibilita a imediata identificação do veículo, sendo necessário trabalho bastante efetivo dos peritos da Polícia Técnica para recuperar tal numeração. “Em algumas ocasiões, este trabalho não apresenta o resultado desejado, o que prejudica na devolução do veículo para o dono, que fica impossibilitado deprovar que aquela veículo, realmente lhe pertence, principalmente as motocicletas”, disse o delegado na época. .

Durante a entrevista, Jeffrey de Paula afirmou ainda a O Imparcial que a tecnologia está ajudando muito no trabalho da Polícia Judiciária, visto que, ao receber a comunicação do roubo do veículo, o registro é lançado no sistema do Sigo e feito o seu automático bloqueio, o que dificulta a sua venda para pessoas bem intencionadas. “No cadastro, consta todo histórico do veículo, até mesmo depois de recuperado.”

As motocicletas furtadas ou roubadas na região metropolitana de São Luís são os veículos de mais difícil recuperação, em face da grande maioria ser levada para o interior do estado, onde têm as numerações do chassi e do motor raspadas, impossibilitando a identificação do proprietário, que fica sujeito à perda total, visto que a Polícia não tem como devolver, diante da falta de provas da propriedade.

O delegado Jeffrey de Paula informou que a Polícia Civil e a Polícia Militar estão desenvolvendo trabalho preventivo, que está inibindo as ações dos “puxadores” (ladrões) de veículos nos quatro municípios da Ilha de São Luís, razão pela qual nos últimos quatro meses se registrou acentuada queda no número de registros dos delitos desta etiologia.

Ontem, várias barreiras foram montadas nas avenidas de São Luís, onde os participantes puderam verificar a maneira como cada componente de segurança do veículo se apresenta, como, por exemplo: chassi, placas, motores e vidros. Além das barreiras policiais, os alunos também participaram de uma atividade prática na sede da empresa VIP Leilões, localizada na BR-135. No pátio de veículos recolhidos, a turma realizou a inspeção em carros e motos flagrados pela Polícia Militar em operações realizadas nos últimos meses.

Para o capitão da Companhia de Polícia Militar Rodoviária Independente (CPRV-Ind) e coordenador do Curso de Identificação Veicular e Documental, Rômulo Reis, as atividades práticas são fundamentais na formação. “É na parte prática que o agente aprende a diferenciar um carro original de um adulterado. Com isso, o profissional realiza uma abordagem mais completa e contribui para a retirada de carros adulterados ou roubados das ruas”, afirmou o capitão. “O curso é importante porque temos uma rotina de fiscalização de automóveis intensa. Fazemos muitas abordagens e verificamos mais as questões que envolvem placa ou gravação de vidros. Com essa capacitação, estamos aprendendo outras técnicas para realizar um trabalho diferenciado e seguro”, afirmou o soldado da Polícia Militar do Maranhão, Pablyo Mendes. “Trabalho na vistoria do Detran há muitos anos e acho necessária essa reciclagem. Aprendi técnicas diferenciadas no que diz respeito à identificação veicular e ainda vamos aprender sobre a identificação documental que faz parte do nosso dia a dia”, disse Martinho Mota, vistoriador do Detran.

Além dos agentes dos setores de Trânsito, Vistoria e Emplacamento do Detran, também participam da capacitação membros da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes. A segunda turma do Curso de Identificação Veicular e Documental será realizada no período de 7 a 11 de novembro.