SOSSEGO

Praia do Olho d’Água está mais tranquila, apontam frequentadores

Seis meses após a derrubada de bares em situação irregular, banhistas afirmam que o local está mais tranquilo. Mas, comerciantes reclamam

Em abril deste ano, uma operação da Blitz Urbana, amparada pelo Ministério Público do Maranhão, derrubou três bares na Praia do Olho d’Água, em São Luís. Segundo a promotoria, os bares estavam em situação irregular quanto à sua construção.
À época, o promotor de Justiça Claudio Cabral declarou que um relatório feito pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria do Patrimônio da União havia mostrado que os bares estavam irregulares, um “problema” de mais de 15 anos e com várias notificações não atendidas.
Outras razões apontadas foram que a Praia do Olho d’Água pertence à União e os bares haviam se tornado um reduto de prostituição infantil e venda de bebidas alcoólicas para menores. Seis meses depois, banhistas e comerciantes falam sobre a nova dinâmica na praia, com poucas barracas, pessoas passeando com cachorros e famílias sentadas à beira do mar.
Recomeço
Movimento Praia do Olho D'água
Para o comerciante João Borges, que há 30 anos trabalha nas areias da praia com a sua Barraca Atlântica, a derrubada dos bares foi “um baque”. Ele conta que depois de tantos anos já tinha clientes antigos e podia oferecer facilitações na hora de pagar a conta com cartões de crédito. “Agora tenho de alugar uma quitinete aqui perto para fazer de cozinha. Parte das bebidas fica em um freezer aqui e parte lá. Demoliram nosso meio de sobrevivência e não nos deram alternativa. Teve gente que perdeu tudo aqui, e o movimento nunca mais foi o mesmo, caiu demais”, lamentou.
Movimento Praia do Olho D'água

Para a vendedora de churrasquinho Erlani Tayane Nunes, a derrubada das barracas foi tempo de recomeço, apesar das perdas. “Trabalhava em um dos bares que foi derrubado, e quanto aconteceu, passei um tempo sem ter com o que trabalhar, até que minha sogra e eu pensamos que vender churrasquinho seria bom. Hoje eu tenho de montar e desmontar minha barraca todo dia. Chego cedo, já deixo tudo pré-pronto, e às cinco horas da tarde desmonto”.

Tayane fala que a vigilância sobre os bares que ainda funcionam, agora como barracas que têm de ser desmontadas, é constante. “Passa sempre um carro aqui, o do promotor olhando. Dizem que ele tem uma casa por aqui com coisas de surfe”. Ela se queixou da situação em abril, já que, segundo relatou, a casa de seu sogro também foi derrubada, “mas estava no nível certo, não tinha porque fazerem isso com ele”.
Calmaria
Movimento Praia do Olho D'água

Para os banhistas, agora a praia do Olho d’Água é sinônimo de sossego, e frequentadores antigos apoiam a decisão de retirada dos bares. São pessoas como Ariana Portugal, que declarou, enquanto estava sentada à mesa com amigas, ter passado a ir mais vezes à praia depois da ação da promotoria. “Gostei muito que tiraram esses bares, está bem mais tranquilo aqui, não tem aquela zoada toda de antes”, contou. Ariana comentou ainda que aqueles que querem comer na praia basta “trazerem de casa”.

Américo Chagas, que estava fazendo um piquenique com a família à beira do mar, também concorda com a retirada dos bares, que, segundo ele, contribuiu para uma praia mais limpa e segura. “Está tudo mais limpo, calmo, não tem aquela confusão. Trazemos nossa comida de casa e ficamos aqui curtindo o mar”, comentou.
De acordo com os comerciantes que ainda atuam no local, uma ação está sendo movida pelos proprietários de bares junto à Justiça pedindo que a decisão seja revista.
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