JUÇATUBA

Por conta de construções irregulares, tartarugas-Verdes estão ameaçadas

Responsáveis pelo projeto de preservação das tartarugas verdes da Praia do Aribual, no povoado Juçatuba, alertam que espécie está correndo risco de extinção

Membros do Projeto Aribual: Ecoturismo e Preservação das Tartarugas Verdes, na Praia do Aribual, no povoado Juçatuba, em São José de Ribamar estão alertando para o risco de extinção da espécie no município. Por conta da denúncia, uma equipe da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), realizou uma visita técnica para avaliar a situação na última segunda-feira (3). A ação contou com a participação da comunidade local e turistas onde foi constatada a necessidade de proteger a tartaruga verde, conhecida cientificamente pelo nome de Chelonia mydas.
O projeto foi implantado pela turismóloga Isabel Feitosa, em 2008, resultado de sua monografia. Na ocasião, ela convocou os moradores da área, desenvolvendo um trabalho de conscientização entre jovens e crianças. “A ideia desde o início foi implantar o ecoturismo com sustentabilidade na modalidade de turismo de observação da desova das tartarugas verdes, evitando que a espécie desapareça, para que as gerações futuras tenham a oportunidade de conhecer in loco a espécie estudada, e contribuir para a conservação dos processos biológicos no Maranhão”, explicou Isabel Feitosa .
 

O Imparcial
Ainda de acordo com Isabel Feitosa “é necessário promover a conservação do ambiente, seja ele natural ou cultural, a partir da conscientização ambiental, tanto dos turistas quanto das comunidades”, vale ressaltar que o Maranhão, por seu extenso litoral, tem um grande potencial a ser explorado no setor turístico. A turismóloga convidou a SEMA para conhecer o projeto, e mostrar a sua preocupação com a espécie. “É cada vez menor o número de tartarugas que vem desovar nessa região, devido as construções irregulares. Estamos pedindo socorro”, destacou ela emocionada.
Para a Superintendente de Biodiversidade e Áreas protegidas da SEMA, Janaina Dantas, preservar as praias é uma prioridade e responsabilidade de todos, para que as espécies marinhas não desapareçam. “É necessário a implantação de programas permanentes de sensibilização e educação ambiental com moradores, proprietários de bares, pescadores e turistas usuários da Praia de Aribual, sobre a importância da colaboração de todos para que as tartarugas possam dar continuidade ao seu ciclo de vida”, realçou a superintendente.
Desova protegida por lei
A desova das tartarugas verdes ocorrem no período de janeiro a fevereiro. Todos os ninhos encontrados são marcados discretamente para evitar os curiosos, para que não provoquem alterações no ambiente antes da desova. Antes deste projeto os ovos eram predados por animais existentes na área e pelos próprios moradores da região. A desova ocorre na APA de Upaon-Açú, Miritiba e Alto Preguiças, que se localiza em parte do Golfão Maranhense e Litoral Oriental, a qual foi instituída pelo Decreto nº 12.428/1992, com superfície de 1.535.310 ha e atualmente envolve 24 municípios.
Sendo uma Unidade de Conservação Estadual, a gestão é da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, por meio da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas. A referida APA é dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. “As tartarugas marinhas que hoje se reproduzem no Maranhão precisam vencer perigos, e por isso esses animais ainda ameaçados de extinção precisam do apoio da SEMA e de toda a sociedade. Redes de pesca, anzóis, poluição, além das ocupações irregulares das praias, são seus principais inimigos. Precisamos realizar operações conjuntas com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e outras instituições interessadas para protegermos os locais de desovas das tartarugas no Maranhão”, ressaltou o Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Marcelo Coelho.
 
 
Sobre a Tartaruga Verde
A Tartaruga Verde (Chelonia mydas) tem esse nome devido à cor de sua gordura localizada abaixo de sua carapaça. Possui uma coloração que pode ser escura, amarronzada e tons esverdeados e sua carapaça tem a forma oval. É a maior das tartarugas marinhas de carapaça dura. Pode variar de 71 a 150 cm e seu peso vai de 40 a 160Kg, podendo chegar a pesar até 350Kg. Também chamada de Aruanã, é herbívora, ou seja, se alimenta de amontoados de pastagens marinhas “algas’ que crescem em águas superficiais. Por esse motivo é encontrada em grande quantidade no litoral brasileiro. Possui um comportamento migratório entre as áreas de alimentação e de reprodução. Portanto, a necessidade de se desenvolver trabalhos com dados de áreas de ocorrência e de desova são importantes para um manejo e conservação mais eficientes das espécies de tartarugas marinhas. A prática de ecoturismo é uma alternativa de preservação da tartaruga verde, através do turismo de observação.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias