HOMENAGEM

O que pensam as crianças?

O Imparcial conversou com alguns pequeninos para sabe quais seus sonhos, aspirações e o que esperam do mundo quando crescerem

“O que você quer ser quando crescer”? Talvez essa seja a pergunta mais ouvida por crianças em todo o mundo. Adultos se põe a admirar os pequenos que afirmam sem titubear que profissão querem seguir, quase sempre se espelhando em exemplos perpetuados pela comunidade em que vive ou em um adulto específico.
A pergunta exemplifica, de certa forma, a perspectiva de que aquela pessoa terá voz apenas quando for adulta, quando tiver uma carreira, mas crianças também tem muito a dizer sobre o agora, sobre o mundo em que vivem e o que veem no dia a dia.
O Imparcial reuniu crianças de 8 a 10 anos de uma escola em São Luís e perguntou sim para os pequenos o que querem ser, mas também sobre quem são hoje, do que gostam e de como encaram a vida.
Francisca Loureiro, de 9 anos, quer ser atriz, Marina Braga, de 10, quer ser psicóloga, Danilo Arruda, de 10 anos, quer ser jornalista, os Yagos Cordeiro e Calazans, de nove e 10 anos respectivamente, querem ser professor de Educação Física e engenheiro, Maria Tereza, de oito, quer ser médica, enquanto Milena Noleto e Glenda Victoria, ambas de 10, querem ser fotógrafas e também médicas, afinal, quem disse que só se pode ter uma carreira?
Em comum, além da idade próxima, as crianças demonstram ter um medo em comum: que a violência das cidades cause algo a alguém próximo. Yago Cordeiro disse que “ama o Brasil” por ter nascido nele, “mesmo com os problemas”, enquanto o xará Calazans afirmou ter “medo de um mundo ainda mais violento e com menos liberdade”.
Liberdade x responsabilidade
Liberdade, aliás, é um desejo comum a todos os entrevistados, incluindo Francisca Loureiro, 9 anos, que nasceu em Portugal, mas veio ainda aos quatro anos para o Brasil. “Queria ter liberdade de poder fazer algumas coisas que meus pais não deixam”. Mesmo assim, as crianças reconheceram que em alguns aspectos tem mais liberdade que os adultos. Como Glendha Victoria, de 10 anos que afirmou “o melhor de ser criança é não ter muita responsabilidade”. Segundo ela, “adultos estão sempre ocupados, e dão pouca atenção às crianças”.
Yago Calazans lembrou que seus pais sempre lhe contam sobre como a infância deles era “tudo melhor”. “Hoje é tão perigoso, né, e os adultos tem que trabalhar muito. Meus pais dizem que no tempo deles era mais tranquilo de brincar, mas hoje se você sai pode ser pego por qualquer pessoa na rua”, lamentou.
Milena Noleto, também de 10 anos, disse não entender porque as pessoas fazem tão mal umas às outras. “Assisto o jornal ou ouço as notícias no rádio, e está tudo tão violento, tem esses ataques terroristas e muita injustiça”, disse. Milena pode ainda não entender a complexidade de fatores que compõe o terrorismo. “Eu sei que existe ódio, mas não entendo o que leva a isso”, disse.
Danilo tem também uma opinião bem formada sobre o mundo e as pessoas. “Muita gente fala que o mundo tem que mudar, que as coisas não estão boas, mas elas mesmas não mudam, sabe. Não adianta falar que os outros têm que mudar, se você não faz nada”, apontou.
Mas nem tudo é pesado, afinal são crianças e o que elas mais gostam, em uníssono é “brincar!”. Pega-pega e queimado, jogos que envolvem a formação de times e brincadeira em grupo, foram apontados como os favoritos dessa turma. E a amizade também parece ocupar um lugar especial em suas vidas.
“Amigos são uma segunda família”, declarou Marina. “São eles que me animam quando estou triste”, disse Glendha. Iago Calazans disse que os amigos o apoiam. “Eles me ajudaram quando passei por alguns problemas em casa, e também me ensinaram a andar de patins”, contou.
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