Devotos de Nossa Senhora Aparecida lotam procissão em homenagem à santa na capital maranhense
Por: Luis Furtado
O dia 12 de outubro marca não apenas a festa das crianças, mas também a comemoração de um símbolo da religião católica que faz parte de uma devoção secular entre os que celebram Nossa Senhora Aparecida. A santa, que é a padroeira do Brasil, é lembrada durante o festejo que acontece na paróquia do bairro Cohafuma e leva todos os anos um grande número de fiéis para as missas, louvores e o encerramento com a procissão, levando a imagem da santa percorrendo as ruas do bairro.
Na programação do festejo, que teve início no dia 30 de setembro, missas, novena e louvor, entre outros eventos, foram marcados pela presença dos fiéis que traziam seus pedidos e orações à santa e agradeciam por bênçãos recebidas.
Helena Frazão, 70, é uma das fiéis que religiosamente participa todos os anos da festa de Aparecida e há vinte anos já contribui na comunidade como ministra de eucaristia. Ela conta que o amor à santa não é maior que a devoção a Deus. “Esse momento é extraordinário, porque Maria é a mãe de Jesus e só ela pode nos levar ao encontro dEle.
A Paróquia de Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil tem esse nome por conta da foz do rio, que passa em volta do bairro do Cohafuma, e nasceu com os moradores do bairro, que se reuniam em um antigo prédio que servia de almoxarifado durante a fundação do bairro para celebrações das missas dominicais. Influenciado pelo esforço da comunidade, tornou possível a doação do terreno onde está hoje edificada a paróquia.
O festejo desde ano, que comemora 17 anos da comunidade, teve o tema “Maria, morada da misericórdia” e, segundo o pároco, padre Cláudio Corrêa, a escolha reflete o ano da misericórdia estabelecido pelo papa Francisco e também a campanha da fraternidade de 2016, que expressa o convívio dos irmãos em comunidade.
“O festejo desde ano vem trazer a importância dessa celebração que, alinhada ao ano da misericórdia e campanha da fraternidade, mostra Nossa Senhora como essa porta do céu e morada da misericórdia”, explica padre Cláudio. Ele relata também que mesmo com o grande numero de fiéis que se faz presente durantes as celebrações, em média 700 pessoas, este ano houve uma diminuição deste número, fato que ele acredita estar relacionado a falta de segurança na capital. “Este ano percebemos uma diminuição bem grande de pessoas, mas também é compreensível tendo em vista essa violência que anda acometendo os cidadãos que por vezes deixam de sair de suas casas”, ilustra padre Cláudio.
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Procissão celebra Nossa Senhora Aparecida
Durante a procissão muitas pessoas agradeciam bênçãos recebidas e dedicavam cantos e orações a santa acompanhando o andor que trazia a imagem. Sobre a decoração que ornamenta o andor o padre Cláudio explica que está diretamente ligado ao tem do festejo, representado pelas cores e símbolos com a ideia de morada, sinal de que nossa senhora é a morada divina. “A importância de Maria como sinal de fé é mostrar essa misericórdia que deve resplandecer para todos”, deseja Pe. Cláudio.
A dona Clemilda Rocha, de 53 anos, conta que veio agradecer a realização de uma cura de doença na família por intercessão da santa. Luísa Varão, de 19 anos, também agradeceu a aprovação no vestibular. Ela conta que mesmo com a pouca idade sempre participou da comunidade. “Eu comecei a vir bem novinha. Já tem uns 17 anos que participo das atividades daqui, sou muito devota de Nossa Senhora e com o tempo só foi aumentando. Acredito que para ela nada é impossível”, conta Luísa.
Devoção
A devoção a Nossa Senhora Aparecida teve início no país após a aparição de uma imagem negra, na época em que a escravidão no país estava em alta. A aparição ocorreu em 1717, época das Capitanias Hereditárias. O governante das capitanias de São Paulo e Minas de Ouro estava de passagem pelo Vale do Paraíba, mais precisamente por Guaratinguetá e, fervorosos com a visita, o povo daquela localidade resolveu fazer uma festa de boas-vindas, chamando três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, para lançar as redes no rio e pescar bons peixes.
O que não se observou era que o período não era propício para a pesca, pois em meados de Outubro, não era tempo de peixes na região. Porém, como não podiam contradizer o pedido, rezaram pela proteção e bênção da Virgem Maria e de Deus para que pudessem voltar à terra firme com fartura. Depois de inúmeras tentativas sem sucesso, eis que surpreendentemente eles pescaram o corpo de uma imagem. Curiosos, lançaram novamente as redes e “pescaram” uma cabeça que se encaixou perfeitamente ao corpo. Conta a história que depois de recuperar a imagem da santa negra, o barco não coube com o número de peixes que foram pescados.
Maria foi então proclamada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930, pelo papa Pio XI. O Brasil tomou a padroeira como de forte devoção para os católicos o dia 12 de outubro, data da “Mãe negra”, em 1980, a proclamação de feriado e consagração do Santuário Nacional de Aparecida pelo Papa João Paulo II.