FINADOS

Familiares antecipam visitas aos cemitérios

Um dos motivos que leva as famílias a anteciparem as visitas é a necessidade de garantir a higienização das sepulturas.

O Dia de Finados é lembrado todo dia dois de novembro. A data, que faz parte de importantes rituais religiosos da tradição cristã, é lembrada na maior parte dos países ocidentais. Nessa época do ano, o Cemitério do Gavião recebe um grande fluxo de pessoas, a maioria delas familiares antecipando visitas às sepulturas dos seus entes. Um dos motivos que leva as famílias a anteciparem a ida ao cemitério é a necessidade de garantir a estrutura física do local onde os entes estão enterrados.
Algumas pessoas, além de realizar as visitações, têm o zelo do túmulo como um dever e não abrem mão de fazer o serviço de restauração: “Sigo essa tradição desde criança, eu vinha com a minha mãe e cuidava do túmulo de papai. Mamãe ia capinando e eu ia atrás varrendo e passávamos a tarde toda aqui, era quase uma diversão. Eu cresci, minha mãe faleceu, e de mês em mês eu venho aqui continuar a tradição que ela deixou pra mim. Sabe, o dia de finados é como se fosse o aniversário deles. Eu venho e limpo feliz, sinto no coração a sensação de estar fazendo algo de bom pra eles. Não abro mão dos gastos com coroas, velas… eu chego a gastar quase R$50 para cada um, é uma coisa que não dá pra explicar. Fazendo isso eu sinto meus pais próximos de mim”. Desabafou a aposentada Ana Cristina, de 54 anos.
Realizando a manutenção do túmulo, mas não para o dia de finados.
Algumas pessoas preferem esquecer a data, pois ainda não se conformam com a dor da perda de um ente querido. Outros, devido a insegurança que cerca o cemitério do Gavião, como conta o funcionário público Isac Rego. “O dia de finados foi feito com o intuito de relembrar a morte, e morte pra mim é sofrimento, por isso eu prefiro não vim no dia dois. Eu pinto, cuido, capino sempre que possível, mas o dia de finados pra mim não é uma data pra ser lembrada. Eu procuro às vezes não vir tanto, e não é só pela dor, mas pela insegurança por conta de recorrentes assaltos e pessoas ruins que vivem aqui no cemitério. Mesmo a gente pagando anualmente uma taxa de R$80 reais, que eles dizem ser para os cuidados e reparos dos túmulos, esse ano coloquei uma grade em janeiro em menos de um mês foi arrancada e só Deus sabe onde foi parar. Esses eventos nos deixam com o pé atrás, vai que a gente acaba fazendo uma visita eterna para os nossos parentes?”, relatou com um tom de humor.
 
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