OUTUBRO ROSA

Esperança e fé na luta contra o câncer de mama

A vida de Zenaide Radanesa mudou radicalmente, mas é com o sorriso no rosto ela segue sem se deixar abater, acreditando na vitória

No mês do Outubro Rosa, em que a campanha de prevenção ao câncer de mama em todo o Brasil toma mais força, O Imparcial vai contar a história de Zenaide Radanesa, de 43 anos, publicitária, especialista em Didática Universitária e mestre em Gestão Empresarial.
Em tratamento contra a doença, a publicitária, mãe de três filhos, encontra neles a força para superar a doença que modificou em pouco tempo toda a sua vida. Depois de detectar um nódulo na mama direita há mais de um ano e não dar muita importância, agora ela encara sessões de quimioterapia, se prepara para fazer uma mastectomia e aproveita para fazer um alerta que pode mudar a vida de qualquer pessoa: “Nunca pense que com você não vai acontecer. Se previna sempre”.
O câncer de mama é o que mais acomete as mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Descobri um nódulo no seio direito há mais de um ano e não dei importância até o ano passado quando comecei a ter vários sintomas e não sabia o que era. Febres, dores no corpo, etc”, Zenaide Radanesa, publicitária

No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. De acordo com dados do médico oncologista Dr. Gilson de Moraes, são 25% de novos casos a cada ano com 15 mil mortes. No Maranhão, são 570 novos casos por ano.
Estar em um faixa etária incomum às pessoas que geralmente apresentam a doença fez com que Zenaide não suspeitasse que isso pudesse acontecer com ela, mas, segundo Dr. Gilson, cada vez mais pessoas jovens são acometidas. “É mais comum em pessoas a partir dos 50 anos, só que temos um grande número de casos em pessoas jovens. E nessa faixa etária o câncer tende a ser mais agressivo”, alerta.
Voltar à rotina
Zenaide Radanesa

Zenaide quer voltar a ter uma vida normal, quer voltar a trabalhar, afinal, foram 30 anos de dedicação a uma carreira e, mesmo quando iniciou o tratamento, ela ainda tentou trabalhar, mas a medicação forte a fez parar. Temporariamente. Com a doença, teve que fechar a empresa, colocar o prédio à venda e se mudar para um apartamento menor. Mas acredita que deve conseguir voltar a trabalhar no ano que vem.

Zenaide trabalhou por 10 anos no Banco Itaú, 14 anos na AG10 Propaganda, três anos na ZMIL Comunicação (cargo administrativo e gerência) e foi professora universitária. É ainda autora de quatro livros técnicos. “Trabalhava muito, muitas vezes sem limite, chegando a passar até 72 horas acordada para entregar sempre em dia os serviços. Depois da descoberta da doença, pensei em diminuir um pouco o ritmo, mas foi ilusão, logo na primeira quimioterapia, já percebi que tudo iria mudar, não conseguia mais ter forças e meu corpo não respondia ao que meu cérebro queria (trabalhar). O tratamento dá muitas dores no corpo, cabeça, enjoos e desânimo”, conta.
Agora ela está na quarta quimioterapia, chamada de Vermelha, e completa: “Muito forte! Perdi os cabelos logo na primeira e por ter feito redução de estômago a minha imunidade baixa muito, tenho quedas de pressão e dores”, lamenta.
Restam quatro sessões de quimioterapia, segundo ela, que está sendo acompanhada pela oncologista Dra. Noele. Em seguida, terá que fazer a cirurgia de retirada total da mama e as radioterapias. As fases seguintes serão de superação. “Tem muita luta ainda. Meus dias têm sido voltados ao tratamento. Raramente saio do apartamento, apenas para o hospital e para a igreja. Minha felicidade se resume hoje ao amor de meus filhos Maykon (23), Isadora (17) e Gabriel (13). No mais, creio que vou vencer e poder voltar ao trabalho ano que vem”, acredita.
Um pouco mais da luta da publicitária
1 – Como se deu o início de tudo?
Descobri um nódulo no seio direito há mais de um ano e não dei importância até o ano passado quando comecei a ter vários sintomas e não sabia o que era. Febres, dores no corpo, etc. Nada que levasse a desconfiar de um câncer. Operei da vesícula e fiz tratamento pra depressão, pois já me achava muito deprimida. Depois que fui pra São Paulo e tratei a depressão, resolvi fazer uma consulta com o mastologista.
2 – Qual foi a sua reação?
Choque, mas leve. Não imaginava bem como era. A doença já estava em grau 3 (avançado), daí consultei com oncologista e demos início ao tratamento logo com a quimioterapia.
3 – A partir daí o que mudou?
Logo na primeira quimioterapia, já não consegui mais trabalhar, muitas dores no corpo, enjoos, dores de cabeça, etc.
4 – Como lida com a questão da vaidade?
A realidade ou a ficha só caiu quando começaram a cair os cabelos. Foi um choque e chorei muito. Tive o apoio dos meus filhos e logo me acostumei com a ideia.
5 – Vi algumas postagens suas sobre a falta de amigos. Como se sente em relação a isso?
Acho que vivi só pra trabalhar e achava que tinha amigos. Parando de trabalhar, a maioria sumiu.
6 – Qual seu maior medo?
Deixar meus filhos e não ter forças pra vencer o câncer e a depressão, que voltou.
7 – O que pensa ao acordar?
Vontade de trabalhar.
8 – O que te deixa triste?
Não poder trabalhar.
9 – O que te deixa alegre?
Meus filhos todos juntos comigo.
10 – Tem algum recado que queira deixar?
Nunca pense que com você não vai acontecer. Previna-se sempre.
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