404 ANOS

Lendas e magias que povoam o imaginário popular

O Imparcial selecionou as histórias mais populares no imaginário da Ilha

Aos 404 anos, São Luís é uma cidade povoada por lendas, contos e mistérios que, ao longo de sua história, tano assustaram quanto serviram à perpetuação de práticas criminosas.
Neste dia tão especial, O Imparcial selecionou as histórias mais populares no imaginário da Ilha, e que tanto causaram pavor a gerações e gerações de luvovicentes. Confira!
Lenda da serpente encantada
Diz a lenda da serpente encantada, que nas galerias subterrâneas que percorrem o Centro Histórico de São Luís, mora uma serpente de tamanho descomunal, que cresce sem parar. O gigantesco animal crescerá sem parar até o dia em que sua cabeça e sua calda se encontrarem, levando para o fundo do mar a Ilha, provocando seu completo desaparecimento.
Segundo os antigos, a serpente vive nas galerias desde o início do século XV, e ela nasceu nas imediações do Forte de São Luís. A cauda do animal estaria na igreja de São Pantaleão, a barriga na igreja do Carmo e a cabeça na secular Fonte do Ribeirão.
Os que já passaram por seus túneis dizem que é possível até ver, através da grade de uma das entradas da fonte, a cabeça do monstro, com seus terríveis olhos vermelhos, boca aberta e uma língua muito comprida e vermelha saindo do meio dos dentes, como descreve Josué Montello em seu romance “Os degraus do paraíso”.
Lenda do Palácio das Lágrimas
Palácio das Lágrimas
Na rua 13 de maio, em frente a Igreja São João e no canto com a rua da Paz havia um casarão de três pavimentos. Sobre o imóvel foram inventadas várias lendas, das quais se destaca a seguinte: dois irmãos portugueses vieram ao Maranhão para buscar riqueza. Um deles conseguiu enquanto o outro jamais saiu da pobreza. Cheio de inveja, o irmão pobre resolveu assassinar o outro a fim de herdar a grande fortuna, já que o irmão rico vivia amasiado com uma escrava e não tinha filhos legítimos, já que seus filhos eram fruto de uma união ilegal.
Após o assassinato e de posse dos bens herdados, passou a tratar os escravos, inclusive a ex-mulher do irmão e seus filhos, com extrema crueldade. Certo dia, quando um de seus sobrinhos descobriu que fora ele o assassino de seu próprio irmão, matou-o, após arremessá-lo de uma das janelas do sobrado. Descoberto o crime, e, por ser escravo, seu autor foi condenado a morte na forca levantada em frente ao sobrado.
No momento do enforcamento, o condenado amaldiçoou o sobrado com essas palavras “Palácio que viste as lágrimas derramadas por minha mãe e meus irmãos. Daqui por diante serás conhecido como palácio das lágrimas”. E assim o sobrado passou a ser chamado.
Lenda da Manguda
Manguda
Nos últimos anos do século passado, mais um personagem lendário foi incorporado às noites de São Luís, trazendo pavor e sobressalto às crianças e a considerável parte da população adulta da pacata e ainda mal iluminada cidade provinciana.
Deu origem à lenda a farsa idealizada e mandada executar por comerciantes envolvidos no contrabando de mercadorias – principalmente tecidos europeus – introduzidas na praça local sem o pagamento dos tributos devidos.
Para ludibriar a fiscalização, diversos portos alternativos foram usados. Mas a vigilância das autoridades punha em sérios riscos as descargas, não raro descobertas e frustradas por flagrantes e apreensões. O porto do Jenipapeiro, nas imediações da Quinta Vitória, em que residia, o poeta Joaquim de Sousândrade, apresentava-se como excelente opção, já que para lá não se dirigiam as patrulhas de policiamento.
As autoridades jogavam desnecessária a providência, considerando o local suficientemente protegido pela guarnição permanente da Penitenciária, localizada onde hoje se acha o Hospital Presidente Dutra.
O bairro dos Remédios passou, então, a ser o ponto predileto das aparições de uma figura fantasmagórica, logo batizada por Manguda, em virtude de trajar chambre alvo, de mangas muito largas e compridas. O rosto era dissimulado por máscara, e da cabeça nascia uma nuvem de fumaça.
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