ESTAÇÕES

Ipês recebem a primavera em São Luís

Flores símbolos do Brasil já fazem parte da paisagem urbana. Entre as mais comuns, estão os Ipês plantados em vários pontos da cidade

O Maranhão, assim como todos os países próximos à linha do Equador, não possui estações do ano bem “definidas”, variando com mais força entre um período chuvoso e um com seca. É comum se repetir que não temos outono nem primavera, apenas porque folhas não caem em um e árvores não florescem no outro.
Mas não é bem assim, há uma árvore que já se tornou símbolo da primavera, mesmo que sutil, no Maranhão. São os Ipês plantados em São Luís, como parte dos projetos de arborização da cidade desenvolvidos pelo Instituto de Paisagem Urbana.
As árvores, cujas flores foram escolhidas como as oficiais do Brasil em 1978, através da Lei 6.507, possuem características bem diferentes: quando as flores nascem, as folhas caem dos galhos, é o anúncio da troca de estação; sai o inverno, entra a primavera no Hemisfério Sul.
A madeira do ipê é dura e resistente, servindo para emprego na construção civil e naval. O ipê cresce devagar e pode chegar a 30 metros de altura, mas a maioria tem de 7 a 15 metros de altura. É do gênero Tabebuia, palavra tupi que significa “árvore de casca grossa”. As espécies mais conhecidas são o ipê-amarelo, também chamado de pau-d’arco, frequente em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná; o ipê-roxo, de flores cor-de-rosa, comum nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e o ipê-branco, que se encontra muito no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Como nossa primavera acontece no período seco, o ipê se consolidou de vez como árvore adequada à arborização das cidades, uma vez que o forte vento e a ausência de chuvas ajudam na dispersão das sementes. Em entrevista à Agência Brasil, a engenheira agrônoma Carmem Regina Correia, professora da Universidade de Brasília, explicou que o ciclo das espécies de ipê seguem uma ordem. O ipê roxo é o primeiro a florir, seguido do amarelo, depois vem o rosa, e por último o branco. Mas ela disse que não é um calendário rígido, e “a florada dos roxo dura de 12 a 20 dias”. Assim como São Luís, Brasília, a capital federal, é um exemplo de cidade que usa os ipês para anunciar a primavera todos os anos.
No ano passado, em novembro, foram plantadas 42 novas mudas de ipês, ou pau-d’arco, na Via Expressa em São Luís, como parte do conjunto de ações desenvolvidas pelo Instituto Municipal de Paisagem Urbana (Impur), através do “Programa Todos por São Luís”. À época, a coordenadora do programa, Denise Albuquerque, reforçou a importância da arborização na área urbana como ferramenta de união entre população e cidade. “O objetivo da ação é deixar como legado do Programa Todos por São Luís o plantio de árvores nativas, que representam o amor e o cuidado que temos por São Luís”, declarou.
Mudas plantadas na ilha
Em junho deste ano, mais 500 mudas foram plantadas, ainda na Via Expressa, por 150 crianças da Rede Municipal de Ensino. A ação, realizada pelo Impur em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Semmam), contou também com a participação do 24º Batalhão de Infantaria Leve. À época, o presidente do Impur declarou ter batido a meta das cidades sustentáveis, com o plantio de mil mudas.
O Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur) revelou a O Imparcial que a arborização de São Luís foi planejada com o intuito de promover a substituição de árvores mortas, severamente parasitas ou que causem risco de acidentes à população, além de espécies inadequadas para ambientes urbanos, por variedades de plantas nativas ou adaptadas. E que, para isso, o Instituto faz várias parcerias com outras instituições para compor o plano municipal de arborização urbana, nas quais estão sendo discutidas técnicas de plantio e escolha de espécies adequadas para a implantação nesses ambientes, garantindo a segurança e a estabilidade das novas árvores que farão parte do ambiente paisagístico da cidade.
Por meio de nota, o Impur informou, ainda, que os Ipês estão sendo plantados pelo fato de representarem um instrumento de composição paisagística de grande aceitabilidade pela população. Ressaltando que as variedades de Ipês cultivadas na cidade são nativas dos biomas presentes no Maranhão, que são o cerrado e o amazônico, daí a sua forte adaptabilidade. “O fato de os Ipês serem plantas nativas de nossa região torna a prática do seu cultivo uma forma sustentável de se usar recursos regionais na melhoria da qualidade de vida da população, além de preservar uma espécie de forte potencial estético”, ressaltou a nota.
Segundo a Associação de Paisagistas, Agrônomos, Jardineiros, Floristas, e Empresas do Segmento do Estado de São Paulo, o ideal é que processos de arborização urbana obedeçam a projetos pré-estabelecidos que levem em consideração aspectos importantes para a garantia da segurança e mobilidade dos usuários dessas áreas como, por exemplo, o porte adequado das mudas a serem plantadas.
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