Dia Mundial

Campanhas conscientizam sobre a doença de Alzheimer

No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, a prevenção da doença que afasta pessoas é o foco de campanhas em São Luís

Alzheimer é uma patologia do cérebro de causa desconhecida, com agravamento progressivo, lento e irreversível, que afeta principalmente as funções intelectuais: a compreensão, a orientação, a atenção, o pensamento, a memória. É a forma mais comum de demência, surgindo principalmente a partir dos 65 anos. A doença ataca metade da população a partir dos 85 anos.
Porém, o conceito médico não revela toda a complexidade que essa doença envolve, bem como o sofrimento para quem é acometido por ela, assim como os familiares que convivem com essa situação. Derivada a partir do nome do médico alemão que em 1907 descreveu a doença, Alois Alzheimer, ainda não foi descoberta uma cura para esta doença, sendo que o tratamento é feito com medicamentos que diminuem os seus sintomas.
O Dia Mundial da Doença de Alzheimer foi instituído pela ADI (Alzheimer’s Disease International), entidade internacional que congrega mais de 75 Associações de Alzheimer no mundo. No Brasil, a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) realiza no período uma programação específica para divulgar a data e como uma oportunidade para sensibilizar a população em geral, entidades públicas e privadas de saúde, bem como os profissionais da área para essa doença que acomete mais de 1,2 milhão de brasileiros. No mundo, estima-se 35,6 milhões de pessoas com Alzheimer, e as projeções indicam também que a cada quatro segundos um novo caso de demência é detectado no mundo com uma previsão de que haja uma ocorrência a cada segundo até 2050 e números de casos já duplicados até 2030.
A presidente da ABRAz/MA, Ana Lúcia Azoubel Helal, destaca que o papel da instituição no estado é de alertar a população por meio de palestras sobre os sintomas da doença de Alzheimer, pois quanto mais cedo a pessoa com esta doença procurar tratamento melhor. “A gente sabe que essa doença ainda precisa ser bastante divulgada, até por que não existe cura e o que percebemos é que muitas famílias ficam desestruturadas e desorientadas por não saberem como lidar com essa situação. O nosso proposito é melhorar a qualidade de vida do idoso”, ressalta Ana Lúcia.
Ela conta também que não existe uma estimativa regional ou municipal referente ao numero de pessoas com Alzheimer no Maranhão, o que segundo a médica, é de responsabilidade da Farmácia Estadual de Medicamentos Especializados (Feme) por este levantamento. A equipe de reportagem
Os trabalhos de conscientização e grupos de apoio a famílias com membros afetados pela doença acontecem sempre nas segundas sextas de cada mês no Centro Social Urbano (CSU) localizado na Rua Oito, Cohab Anil IV, e são coordenadas pela ABRAz/MA.
Ações para reduzir o risco
A doença de Alzheimer não tem cura, porém existem maneiras de manter a capacidade motora do cérebro em pleno funcionamento, evitando assim o aparecimento precoce bem como o agravamento dessa doença.
# A prática esportiva; como diz o ditado, corpo saudável, mente sã, e isso se aplica a todas as idades, portanto, praticar esportes, caminhadas e qualquer atividade física de movimento é aconselhável para todas as pessoas.
# Manter o cérebro ativo; é importante trabalhar o cérebro e manter o constante abastecimento de informações, mesmo para os aposentados, charadas e jogos de lógica ajudam a trabalhar a parte coordenativa do cérebro, além de proporcionar um passatempo. Ler livros também é aconselhável.
# Ter uma alimentação saudável; em nenhuma idade comidas muito gordurosas ou com excesso de sódio são saudáveis, na terceira idade esses alimentos devem ser evitados a todo custo, assim como enlatados e frituras. É aconselhável se alimentar em horários regulares e preferi grelhados e peixes.
# Dormir bem; Ter uma noite de sono é essencial para que a produtividade durante o dia seja melhor, festas até tarde e trocar o dia pela noite não são aconselháveis.
# Não fumar e não beber álcool em demasia; apesar de as causas do Alzheimer ainda não serem totalmente conhecidas, o que se sabe é que o consumo de cigarros, assim como o excesso de álcool no organismo são fatores agravadores da doença, principalmente por destruírem células cerebrais.
Programação
A Dia Mundial da Doença de Alzheimer na capital vai contar com Ato Público realizado na Praça Deodoro, hoje, das 15h às 17h30. Durante o ato será distribuição de material informativo e conscientização da população. Seguindo o cronograma da semana de conscientização, no dia 22/9 a Palestra Sobre a Doença de Alzheimer será ministrada pela psicóloga e presidente da ABRAz/MA, Ana Lúcia Azoubel Helal, a partir das 9h, no Centro Social Urbano (CSU) da Cohab. No sábado, dia 24, acontece a IX Caminhada da Memória com concentração a partir das 15h, na Reserva do Itapiracó.
Como identificar a Alzheimer
Quando uma pessoa começa a esquecer de alguma parte ou da totalidade de um acontecimento e progressivamente perde a capacidade de seguir indicações verbais ou escritas, assim como perder a capacidade de acompanhar a história de uma novela ou filme. Esquecer progressivamente de informação que conhecia, como dados históricos ou políticos também é um sinal de alerta. Perder continuadamente a capacidade de, autonomamente, se lavar, vestir ou alimentar e a autonomia de tomar decisões. Não saber em que data ou estação do ano está. Ter dificuldades em manter uma conversa, não conseguindo manter o raciocínio ou lembrar-se das palavras e se esquecer do local onde guardou um objeto, uma chave, a carteira, não sendo capaz de fazer o processo mental retrativo para lembrar.
A Dra. Maria Zali San Lucas que é geriatra, com especialidade na neurogeriatria, conta que o mais difícil na descoberta do Alzheimer é o próprio diagnóstico dele. “Na prática, o mais difícil não é tratar doença, mas o diagnóstico dela. Muitas vezes se generaliza tudo com Alzheimer, sem buscar a fundo outras doenças que podem estar sendo manifestadas pelo idoso”, explica Maria Zali. A médica destaca também que o tratamento medicamentoso é oferecido pela rede pública e que deve ser buscado por qualquer pessoa que necessite. Sobre o perfil do paciente que atende, ela reforça que o grau de evolução da doença é preponderante para a eficácia maior do tratamento. “Depende muito do momento em que a gente se depara com o paciente, quando ainda se encontra no início da doença podemos obter mais êxito na melhora dos sintomas, mas quando às vezes recebemos em um grau muito avançado, pouca coisa a gente pode fazer”, lembra Maria Zali.
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