Começa hoje a Semana da Diversidade São Luís 2016. A abertura aconteceu ontem, na Casa do Maranhão, Praia Grande. Este ano, o movimento LGBT da capital escolheu o tema “Lei de identidade de gênero: A ameaça para a cidadania LGBT no contexto político de ataque a ordem democrática e aos direitos humanos”. A programação movimentará espaços públicos no centro da cidade e na Avenida Litorânea para debater os impactos à cidadania e vivência de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. No domingo, dia 28, acontece a 13ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Litorânea.

A Semana da Diversidade São Luís 2016 foi lançada na quarta-feira, dia 19, com a 6ª edição do Prêmio Gayvota de Direitos Humanos e shows de diversos artistas performáticos. O tema deste ano foi escolhido por causa da ameaça de retrocesso aos direitos já conquistados pela população LGBT após a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que havia sido criado para garantir os direitos das minorias políticas do país, entre as quais a população LGBT.

Além disso, diversos projetos de lei que garantiriam direitos à população LGBT enfrentam resistência da chamada Bancada Evangélica, no Congresso Nacional. Entre estes projetos estão o de criminalização da LGBTfobia, que puniria os atos de discriminação contra a população LGBT, o do Casamento Civil Igualitário, que consolidaria o direito ao casamento civil que hoje é garantido aos casais homoafetivos por meio de resolução, em 2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o projeto de Lei João Nery (Lei de Identidade de Gênero), que tramita na Câmara dos Deputados desde 2013 e busca garantir à população transexual o reconhecimento a sua identidade de gênero.

Além disso, a violência contra a população LGBT tem números preocupantes. Só em 2015, o Disque 100 recebeu quase 2 mil denúncias de agressões contra LGBTs. E apenas no primeiro semestre de 2016, 132 pessoas LGBTs já foram assassinados no Brasil. Estima-se que a cada 28 horas, um cidadão LGBT morre de forma violenta no país. Mas não se sabe quantos desses casos tiveram a LGBTfobia como motivação principal.

Hoje, se uma pessoa sofrer uma agressão física ou for xingada, pelo simples fato de ser gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual, ela vai chegar numa delegacia de polícia pra prestar queixa, mas não vai conseguir registrar o caso como LGBTfobia. Porque não existe esse crime na legislação brasileira. A homofobia não é considerada crime, e por isso casos de violência contra LGBTs recebem menos atenção da polícia.

A programação da Semana da Diversidade São Luís 2016 inclui debates, oficinas, sessão de cinema, rodas de discussão e a 13ª Parada do Orgulho LGBT e foi elaborada para que em todas as atividades sejam debatidas a questão racial, outro fator de discriminação. A abertura oficial acontece hoje, às 18h, na Casa do Maranhão, na Praia Grande, com a palestra “A ameaça para a cidadania LGBT no contexto político de ataque a ordem democrática e aos direitos humanos”.

Amanhã, a programação começa no início da tarde com oficinas de maquiagem, dança, teatro, sexo, turbante etc. No fim da tarde, acontece uma sessão de cinema aberta ao público sobre LGBTfobia. Na sexta-feira, dia 26, acontece uma aula pública sobre práticas religiosas e aceitação das identidades LGBT.

Considerando que agosto é o mês da visibilidade lésbica, a programação do sábado, dia 27, será dedicado às mulheres quando acontece o “Encontrão LesBi: Luana Barbosa”, mulher negra, lésbica, pobre, periférica e masculinizada, que foi assassinada por policiais militares de São Paulo. A programação do “Encontrão LesBi: Luana Barbosa” inclui rodas de conversas sobre lesbofobia, bifobia e transfeminismo, além de intervenções artísticas.

Encerrando a Semana da Diversidade São Luís 2016, acontece no domingo, dia 28, a 13ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Litorânea. A concentração será a partir das 14h e, além das atrações musicais, terá diversos protestos contra a discriminação da população LGBT.

14h às 17h – Casa do Maranhão, Praia Grande

Oficinas de maquiagem, dança, teatro, sexo, turbante.

18h – Praça da Criança, Praia Grande

Cine Diversidade com exibição do filme “Favela Gay”, seguido de debate sobre LGBTfobia

17h – Praça Nauro Machado, Praia Grande

Aulão “Práticas religiosas e aceitação das identidades LGBTs

19h – Praça Nauro Machado, Praia Grande

Blitz preventiva de saúde

20h – Praça Nauro Machado, Praia Grande

Apresentações culturais

10h – Parque do Bom Menino

Encontrão LesBi: Luana Barbosa com rodas de conversa sobre lebofobia, bifobia, transfeminismo, práticas de sexo lésbico, gaymado, corrida de salto, vôlei e butsal.

14h – Avenida Litorânea

Parada do Orgulho LGBT