SÃO LUÍS

Relatório aponta perfil das mulheres em situação de violência

As maiores vítimas na capital são as de cor parda e a grande maioria das mulheres que sofrem violência tem o Ensino Médio completo

em São Luís, a violência doméstica e familiar é a mais cometida contra mulheres na faixa etária de 30 a 39 anos e a forma mais praticada é a psicológica. Constatou-se também que as maiores vítimas são as de cor parda e que grande a maioria das mulheres que sofrem violência tem o Ensino Médio completo. Esses e outros dados constam do Relatório do Perfil Social e Econômico das Mulheres atendidas pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Casa da Mulher de São Luís. A apresentação do estudo analítico foi realizada durante a Mesa de Diálogo na qual foram feitas reflexões sobre os oito anos de funcionamento da instituição, que é mantida pela Prefeitura de São Luís.
O evento, realizado no auditório do Palácio La Ravardière, é parte da programação desenvolvida pelo executivo municipal, em comemoração aos 10 anos de criação da Lei Maria da Penha, celebrado no último dia 7. As ações alusivas à data são realizadas pela Coordenadoria Municipal da Mulher, em parceria com a Rede Amiga da Mulher.
 
Participaram da Mesa de Diálogo representantes de instituições ligadas à causa feminina, entre elas a coordenadora municipal da Mulher, Vânia Albuquerque; a diretora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, Simone Souza; a secretária estadual da Mulher, Laurinda Pinto; a delegada especial da Mulher, Kazume Tanaka; a representante da Rede Amiga da Mulher, Vanessa Amorim; e a coordenadora do Grupo de Estudos da Universidade Federal do Maranhão, Silse Teixeira de Freitas.
 
A diretora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, Simone Souza, destacou as ações mais importantes executadas pela entidade na área e apresentou o relatório com dados levantados em oito anos de atuação do Centro, no qual é feito um mapa da violência contra a mulher na capital.
 
O estudo revela pontos de maior prevalência do perfil social das mulheres que sofrem situações de violência, como o grau de instrução (Ensino Médio), a faixa etária (30 a 39 anos), o tipo de violência sofrida (doméstica), a forma de violência (psicológica), o bairro de maior ocorrência (Anjo da Guarda), a cor (parda), faixa salarial (maioria sem renda), o período em violência (mais de 2 anos), entre outros aspectos.
 
“Diante do resultado desse estudo analítico da situação social e econômica das mulheres atendidas pelo Centro de Referência, a instituição buscou estabelecer parcerias com setores da administração pública para viabilizar estratégias de apoio para o fortalecimento da mulher e rompimento com ciclo da violência”, disse Simone Sousa.
 
Competências
A coordenadora do Centro destacou ainda que a instituição, além de prestar o atendimento, tem também como competências articular os meios que favoreçam a inclusão da mulher em programas e projetos de capacitação, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho, conforme as necessidades apresentadas pela beneficiária do serviço.
 
A coordenadora municipal da Mulher, Vânia Albuquerque, destacou os avanços da política de enfretamento à violência de gênero em São Luís e pontuou a importância do Centro de Referência como equipamento social de suporte, apoio e de enfretamento à situações de violência doméstica e familiar, na capital.
 
“O Centro de Referência é um serviço previsto na Lei Maria da Penha, que a Prefeitura de São Luís disponibiliza à sociedade, ciente do seu papel social no enfretamento a essa questão. Através do Centro, ofertamos serviços de apoio psicológico, jurídico, social, pedagógico, dando suporte com equipes multidisciplinar altamente preparadas para exercer o trabalho de orientação e acolhimento às mulheres atendidas e promovendo meios para que ela fortaleça sua autoestima e resgate sua cidadania”, disse Vânia Albuquerque.
 
Coquistas
 
Ainda conforme a coordenadora municipal da Mulher, apesar de que há muito ainda a ser feito na área do apoio, defesa e proteção às mulheres, a Lei Maria da Penha é uma grande conquista, um avanço gigantesco da política de assistência às mulheres em situação de violência no país. “Temos muito o que comemorar, sim, pois a lei tem contribuído sobremaneira para as mulheres e a sociedade de modo geral se conscientizem da importância da denúncia e do enfrentamento, para romper de vez com cultura do machismo e de submissão das mulheres”, frisou Vânia Albuquerque.
 
Destacou, ainda, outro equipamento social que será disponibilizado em São Luís para o enfrentamento à violência de gênero: a Casa da Mulher Brasileira, na área do Jaracarti. A Casa reunirá em um só local todos os serviços da Rede de Enfrentamento à Violência, entre estes o Centro de Referência, visando facilitar o acesso e a logística de apoio à mulher em situação de violência. A Casa da Mulher Brasileira é uma ação desenvolvida em parceria entre os governos federal, estadual e municipal.
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