SÃO LUÍS

Peixes mortos no Bacanga motivam protesto em São Luís

Moradores da região bloquearam a Av. dos Portugueses. Eles afirmam que os peixes mortos dariam para abastecer toda a comunidade

Moradores do bairro Sá Viana, na área Itaqui-Bacanga, em São Luís, protestam na manhã desta sexta-feira, dia 19, por conta da morte de centenas de peixes na Bacia do Bacanga. Os moradores bloquearam a Avenida dos Portugueses.
Denilson Braga, 23 anos, pescador da região desde os 10 anos, afirma que a pesca é a principal forma de sustento dos moradores. “A quantidade de peixes mortos daria para abastecer toda a comunidade. A principal forma de subsistência dos moradores é a pesca”. 
Para o pescador, o sistema de comportas da barragem prejudica os peixes e a pesca. “A atividade está cada vez mais difícil de ser praticada, pois o ciclo de abertura das comportas da barragem, não é suficiente para a sobrevivência dos peixes”, argumentou Denilson.
Obra de recuperação
A conclusão da obra de recuperação das comportas da Barragem do Bacanga está prevista para dezembro deste ano. A estrutura será responsável pela renovação das águas, o que pode favorecer a reprodução dos peixes. 
A obra, executada pela empresa Lotil Engenharia Limitada, deveria ter sido entregue em novembro do ano passado, mas, segundo o engenheiro responsável pela obra, aconteceram vários problemas que ocasionaram o atraso.
A obra engloba três fases, dentre elas a recuperação das seis comportas do tipo stop-logs para amenizar a troca das águas, viabilizando a salinidade e oxigenação do lago do Bacanga (comportas de apoio para manter o nível do lago-essa fase está concluída); a recuperação e reforço estrutural das pontes que ficam sobre a barragem nos dois sentidos, que receberão também os equipamentos e urbanização; a terceira fase é a implantação de uma comporta grande do tipo vagão no lugar da que foi arrastada pelas águas em setembro do ano passado. Essa comporta está sendo fabricada por uma indústria no estado de São Paulo. 
No dia 17 de setembro do ano passado, o cabo de aço que sustentava a única comporta em funcionamento na Barragem do Bacanga se rompeu. Uma segunda comporta está também danificada há mais de dez anos. Após a queda da comporta, o Governo do Estado iniciou uma operação emergencial para evitar que as áreas próximas fossem alagadas. Uma barreira de pedras foi erguida para evitar a inundação pela maré e o retorno da água do lago formado pela barragem. Durante essa operação, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil monitoraram a situação nessas áreas e prestaram todas as orientações à população. Um plano de evacuação emergencial da área foi montado, no caso de haver inundações.
O Governo do Estado informou que a Barragem do Bacanga terá comportas substituídas. A nova peça foi solicitada junto a uma empresa paulista, de renome neste segmento, e deve chegar à capital nos próximos dias. A substituição é necessária devido aos problemas com a comporta antiga, que perdeu funcionalidade e está desgastada pelo tempo, causando prejuízos ao pleno andamento das atividades de represamento do volume das águas. Com a nova comporta, o nível da água terá melhor controle. A estrutura possui mais de 30 anos de atividade e não recebia manutenção regular.
O planejamento para a condução dos serviços foi elaborado em conjunto com moradores do entorno e as comunidades pesqueiras. O acompanhamento dos serviços é realizado de forma regular por representantes destes grupos que promovem o elo com as equipes de trabalho. As obras na Barragem incluem construção de parte da estrutura, manutenção das vigas e reformas nas instalações. Ainda no cronograma serão realizadas ainda ações de limpeza e despoluição das águas da Barragem.
A barragem
No final da década de 60 com o surgimento do Porto do Itaqui, houve-se a necessidade de diminuir a distância entre o porto e o centro da capital, de 50 para oito quilômetros. Entre 1966 e 1967, o projeto de criação da Barragem do Bacanga foi feito pelo governador José Sarney, iniciado em 1969 e finalizado em 1970 pela empresa Mendes Junior. Vários objetivos foram levantados no decorrer do processo de construção, entre eles, diminuir a distância entre o porto e a cidade, sanear as casas do alagado a beira do rio e dar um lago à cidade.
Inicialmente, a barragem tinha dez comportas, seis pequenas, três médias e uma grande. Posteriormente, algumas delas foram fechadas. As portas funcionam para fazer o manejo do rio para o mar e vice-versa.
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