SETEMBRO VERDE

Campanha mobiliza para a doação de órgãos

1293 transplantes de córneas e 520 de rins. foram realizados de março de 2000 a julho de 2016

Desde sua criação em 1997, o Sistema Nacional de Transplantes tem como prioridade evidenciar com transparência todas as suas ações no campo da política de doação-transplante, além de dar assistência de qualidade aos brasileiros. O Brasil possui hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Com 555 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipes médicas, o Sistema Nacional de Transplantes está presente em 25 estados da federação.
No Maranhão a gestão dos transplantes fica por conta da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Maranhão (CNCDO/MA), vinculada à Secretaria de Saúde do Estado (SES), e com funcionamento no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA).
Os transplantes de órgãos tiveram início no estado em 2000, no Hospital Universitário, que foi o 1º credenciado para transplantes no estado. Recentemente o Hospital Santa Mônica de Imperatriz também iniciou o programa de transplante renal. Há 03 estabelecimentos credenciados para transplante de córnea, todos situados na capital. De março de 2000 a julho de 2016 foram realizados um total de 1293 transplantes de córneas e 520 de rins.
Segundo a doutora Maria Inês Oliveira, Coordenadora do CNCDO, “os dados sobre a lista de espera para transplante são bastante variáveis. São números que mudam todos os dias. Mas segundo nossa última contagem temos hoje no Maranhão 811 pessoas esperando pelo transplante de córnea e 148 esperando pelo de rim, totalizando 959 pessoas no estado”.
Hoje não é mais necessário haver um cadastramento para ser doador de órgãos. Segundo a Dra. Maria Inês “você apenas precisa falar para sua família que tem o desejo de doar no final de sua vida. Assim, toda a população se torna automaticamente doador, com as chances de salvarmos mais e mais vidas”, diz. A médica também fala sobre quais medidas médicas o órgão tem que estar para ser legal para doação. “Existe o doador vivo, que tende a ser alguém saudável que concorde com a doação de rim ou medula óssea. O perfil do doador de rim falecido é que tenha idade até 42 anos, e que a causa de seu óbito tenha sido algum acidente vascular cerebral. Já do doador de córnea é mais simples. Pode ser qualquer tipo de óbito, mas há um período de tempo para que essa córnea seja recolhida para a futura doação”, explica.
Fila de espera
A história de quem está na fila de espera para um transplante às vezes pode se tornar muito longa e complexa. Se você já assistiu ao filme ‘Uma Prova de Amor’, com Cameron Diaz e Sofia Vassilieva, você já viu uma história de sofrimento de uma criança que precisou de diversas interferências médicas na vida, incluindo transplante de rim para conseguir sobreviver.
Neuta Ferreira está há oito anos na fila de espera por um rim

Mas não precisando ir tão distante, como no cinema internacional, aqui encontramos pessoas como a dona Neuta Ferreira, de 47 anos. Natural de Itapecuru Mirim, dona Neuta era lavradora até descobrir que tem diabetes e consequentemente começou a ter problemas sérios com o funcionamento do seu rim. “Já faz 8 anos que eu estou na fila de espera. Já fui chamada quatro vezes, sendo a mais recente na última terça, dia 23. Mas nenhuma das vezes deu certo para eu fazer o transplante pois eu estava com algum tipo de infecção, e para a cirurgia eu tenho que estar 100% saudável”, conta.

Dona Neuta vem três vezes por semana para São Luís, onde faz hemodiálise e tem o acompanhamento médico constante dos médicos da Central Estadual de Transplantes. “Recebo já há 7 anos as avaliações da minha mesma médica, Drs. Kenia Barreto, que é nefrologista. Apesar de a esperar ser consideravelmente longa, eu não posso reclamar do meu tratamento. Gosto muito da equipe e todos a tratam muito bem. Sei que o único motivo de eu ainda estar viva é por conta deste tratamento, e também sei que a hora do meu transplante está próxima”, finaliza, se mostrando satisfeita.
Lei
De acordo com a Lei nº 10.373, de autoria da deputada estadual Valéria Macedo (PDT), fica instituído no Calendário Oficial do Estado do Maranhão o mês de setembro como “Setembro Verde” de conscientização da importância da captação e distribuição de órgãos e tecidos humanos. Durante o mês de setembro, os prédios públicos serão iluminados com a cor verde, com o objetivo de chamar a atenção da população maranhense para a importância da conscientização e sensibilização da sociedade sobre a doação. Serão realizadas amplas campanhas publicitárias em diversos tipos de mídias, para a divulgação do mês de “Setembro Verde” acerca da importância do assunto.
Setembro Verde 2016
Este ano a Secretaria de Estado da Saúde (SES) por meio da CNCDO e com o apoio do HU-UFMA preparou uma programação especial que acontecerá de 01 a 30 de setembro. Com o tema “Seja doador de órgãos e informe a sua família!” a campanha de 2016 contará com várias atividades educativas e culturais, objetivando informar e sensibilizar a população em geral sobre a importância da doação de órgãos e tecidos para transplantes.
A primeira atividade da campanha será a Solenidade de Abertura com a presença de autoridades, profissionais da área, público em geral e a imprensa, com o intuito de divulgar informações sobre a campanha e transplantes a toda sociedade. Esta cerimônia será realizada no dia 01 de setembro de 2016, às 09:00 horas da manhã, no auditório do complexo de comunicações da Assembleia Legislativa do Maranhão.
Durante todo o mês de setembro acontecerão ações de divulgação em vários hospitais e em stands nos shoppings da capital. No dia 24/09 acontecerá o encerramento da campanha com uma caminhada na Avenida Litorânea, com concentração às 15h na Praça do Pescador, com o intuito de mobilizar e informar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
No mês da campanha alguns prédios e monumentos públicos receberão iluminação na cor verde em alusão ao símbolo da doação de órgãos (Laço Verde).
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