PESQUISA

Maranhão participa de estudo nacional para prevenir parto prematuro

No Hospital e Maternidade Marly Sarney, classificada como referência de partos de alto risco, cerca de 30% dos bebês nasce de forma prematura

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou, na terça-feira, dia 19, o estudo ‘Progesterona e Pessário cervical para Prevenir Parto Prematuro ou Estudo P5’, desta vez, no Maranhão. O Hospital e Maternidade Marly Sarney, gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), sediará a pesquisa no estado. A meta é que participem cerca de 1.800 pacientes da maternidade.
No Maranhão, além da Unicamp, também estarão envolvidos na coleta dos dados pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade Ceuma (Uniceuma). A pesquisa leva em consideração que mais de 12% dos nascimentos no Brasil acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o que equivale a 340 mil bebês prematuros por ano,uma média de 931 por dia.
O responsável pela pesquisa, Rodolfo de Carvalho Pacagnella, da Unicamp, esteve na maternidade maranhense para explicar a médicos e estudantes de Medicina o propósito da pesquisa. Na ocasião, o Governo do Estado inaugurou o Centro de Pesquisa e Prevenção de Parto Pré-Termo.
“O Maranhão é estratégico para a pesquisa, pois encontramos aqui o perfil de gestantes que podem ser uma representatividade nacional. Esse é um estudo multicêntrico que envolve 17 maternidades para atendimento de casos alto risco no Brasil. A pesquisa tem o poder de trazer a evidência científica para mudança de algumas práticas. Iremos rastrear os casos de mulheres que têm risco alto de parto prematuro e propor o tratamento para reduzir essa chance”, explicou o pesquisador Rodolfo de Carvalho Pacagnella.
Os pesquisadores da UFMA já haviam participado, em parceria com a Unicamp, de outros estudos que envolveram a identificação de condições de gravidade maior na gestão e identificação de fatores de risco para prematuridade. Na prática, o Estudo P5 vai disponibilizar, gratuitamente e pelos próximos dois anos, um exame de ultrassom específico nos 17 hospitais participantes espalhados pelo Brasil, todos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
No Hospital e Maternidade Marly Sarney, classificada como referência de partos de alto risco, cerca de 30% dos bebês nasce de forma prematura. Os problemas da prematuridade vão além do baixo peso. O bebê prematuro precisa de cuidados especiais em UTI, o que aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para sua vida adulta.
“O estudo evidencia a necessidade de melhorar a estrutura técnica da obstetrícia no Brasil, de modo geral. Essa melhoria servirá para prevenir os riscos de mortalidade infantil e diminuir esses índices no Maranhão. Havia a necessidade de aprofundarmos essa temática, que resultará em inúmeros benefícios. A Marly Sarney contribuirá para execução do projeto e terá sua equipe ainda mais capacitada para lidar com situações de alto risco”, afirmou o médico obstetra Edson Cunha, diretor-geral da maternidade.
As mulheres que aceitarem participar da pesquisa, e estiverem entre a 18ª e 23ª semana de gestação, poderão fazer o ultrassom transvaginal para medir o colo do útero e identificar alterações que podem levar a um parto prematuro. Além disso, será feita a monitoria das gestantes que usarão o pessário, um dispositivo de silicone que tem a função de fechar o colo do útero, quando este diminui, para suportar o peso da criança e evitar o nascimento prematuro. Segundo o pesquisador Rodolfo de Carvalho Pacagnella, pouco se fala a respeito do pessário nos consultórios brasileiros e, dentre outras coisas, a pesquisa poderá evidenciar a sua eficácia.
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